Apoie com um cafezinho
Olá visitante!
Cadastre-se

Esqueci minha senha

  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.
Seja bem-vindo Visitante!
  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.

Palavra do leitor

Como ganhar batalhas espirituais nas bancas das escolas

Me chamou a atenção como a diretora Mery Lice da Silva Oliveira, evangélica da Igreja Batista, de repente viu sua vida revirada por uma situação administrativa que ocorreu na Escola Municipal Pedro Adami, em Macaé, Rio de Janeiro. Durante a leitura do artigo o que me saltou os olhos é como nós evangélicos estamos despreparados para trabalhar esses casos; não sabemos o que fazer!

A situação envolveu a leitura de um livro “Lendas de Exu, da Editora Pallas, que traz informações sobre uma das principais divindades da cultura afro-brasileira. O autor da obra, Adilson Martins, remete ao folclórico Saci Pererê para explicar as traquinagens e armações de Exu” (Site da Sepal, consultado em 20 de janeiro de 2010). A diretora ao proibir uma professora de usar esse material em sala de aula, atitude corraborada pelos pais evangélicos de alguns dos alunos, bem como outros pastores deu início a um debate que nós como evangélicos devemos ter uma palavra.

Nesse sentido, os missionários que vão evangelizar pessoas que estão em lados oposto ao seu em religião e cultura, podem nos ajudar a encontrar a encontrar posturas sábias nesse debate religioso. Como aproveitar essa experiencia missionária para que esses “materiais do Diabo” possam servir de pontos e pontes de diálogo entre os pais, alunos e professores cristãos?

Uma das primeiras coisas que grupos militantes fazem é de acusar-nos de discriminar religiosamente aos demais, o que é verdade. Afinal, cremos que só a Palavra de Deus é inspirada e não há nEla outro meio de salvação que Cristo. Mas essa mesma Palavra nos ensina que há outras soluções quando se confronta uma luta que podemos buscar. Como ajudar a pessoas que são evangélicas como essa diretora a lidar com situações semelhantes?

O pastor Santana, em Carpina, PE, terra de nosso querido Paulo Freire, disse que alguns crentes que conhece estão regressando a estudar para formar-se em Ciências da Religião obtendo assim um título e a instrumentação acadêmica de dialogar e saber como atuar em casos como esses; isso também lhes possibilitam ocupar posições governamentais como evangélicos especializados em religião em concursos publicos. Assim, leitores...regresso a escola!

Também poderíamos todos, pastores, profesores de seminários, maestros de escola dominical pensar em estudar a lei 10, 693/2003 que busca incluir e dar a conhecer à sociedade geral nas salas de aula, entidades educativas, centros de estudos e outros, oportunidade de se estudar a história e cultura afro-brasileira como uma maneira de se formar cidadãos orgulhosos de sua origem étnico-racial para inserir-los na construção de uma nação democrática com seus direitos garantidos e sua identidade valorizada (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. (Brasilia: Ministério da Educação, 2005). A lei portanto, permite a nós evangélicos promover avenidas de comunicação entre os professores não evangélicos que vão usar diversos recursos para aplicá-la e evangélicos que podem fazer o mesmo sem ir contra a Palavra de Deus. Lucia Helena Oliveira Silva conjectura que ensinar Historia da África deve ocorrer desde uma concepção que a conecte com a História dos africanos no Brasil. Ela sugere que se discuta a diversidade religiosa, que hoje tem seu eixo no judaismo e cristianismo a uma pluralidade de religiões; mas coloca um parametro que nos serve muito como evangélicos, essa discusão deve ser sempre em caráter informativo e complementar, nunca doutrinário (ênfasis minha). Oliveira Silva critica aos profesores cristãos que rejeitam a referência em sala de aula ás religiões afro-brasileiras porque ao fazê-lo estão constrangendo a reconstrução da identidade oferecida por elas. (Lucia Helena Oliveira Silva,. Cultura Afro-brasileira, expressões religiosas e questões escolares. Londrina: Caderno UNIAFRO1, Universidade de Londrina, sem ano de publicación).

Mas, como diferenciar uma atitude doutrinária da parte de alguns profesores de uma de informação e complemento? E necessário ao educador evangélico diferenciar a religião como parte da cultura de um povo e os outros aspectos dessa mesma cultura. Assim, quando é tempo de ensinar essa unidade da História pode sim mencionar suas origens, classificá-la tal como é, uma religião de fundo animista, como muitas outras que existem no mundo. E, se estiver um pouco mais preparado em religiões comparadas, pode mostrar aos seus alunos que mesmo na Africa de hoje ainda existem cultos semelhantes como também outros, por ejemplo o islamismo e o cristianismo.

Seria interessante que as igrejas oferecessem também a celebração da identidade africana em suas feiras missionárias e apresentassem aspectos diversos da África dos dias de hoje; no lado de conexão entre África –Brasil, que as igrejas buscassem conhecer a história de como as famílias negras que são membros da igreja chegaram a conhecer a Jesus; isso tudo é uma parte da história evangélica que está sendo perdida no Brasil; seria interessante que os pastores buscassem as notas de suas classes de seminário de religião comparada, posmodernismo, evangelismo urbano, etc. e dessem classes de escola dominical preparando os crentes a usar a lei 10, 693/2003 como uma forma de criar pontes para evangelismo entre a igreja local e os grupos afro-brasileiros que estão usando o termo com conotação cultural e política. E, quando o fazem que publiquem no jornal local, para que a mensagem chegue fora da igreja, para que a comunidade negra que vive na área saiba que essa igreja quer “escurecer” os cultos com a presença de muitos deles que nunca ali chegam ou se o fazem passam por invisiveis.

Professores cristão podem usar uma grande parte do seu tempo de ensino trabalhando outros temas que a lei 10, 693/2003 oferece, promovendo assim uma imagem que ele aceita e abraça aspectos da cultura afro-brasileira e outras em sua escola. Ou será que estamos ainda na ilusão que somos uma democracia racial?
Guatemala - XX
Textos publicados: 4 [ver]

Os artigos e comentários publicados na seção Palavra do Leitor são de única e exclusiva responsabilidade
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.

Ultimato quer falar com você.

A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.

PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.


Opinião do leitor

Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Escreva um artigo em resposta

Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.