Chega de estereótipos!

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No dicionário, "Estereótipo é a imagem preconcebida de determinada pessoa, coisa ou situação".

No mundo evangélico não são poucos os que tentam impressionar aos outros com a imagem de perfeitos. E o pior de tudo, é que, para essas pessoas, a santidade passa a ser medida pelo que se vê apenas na "vitrine" das fabricações religiosas, criando apenas estereótipos (sob a forma principalmente de usos e costumes), os quais, de tantos, faltaria espaço para aqui citá-los.

É bem verdade que, embora a passos lentos, algumas Igrejas repletas de usos e costumes estão tentando dar os primeiros sinais de mudança ...

Para muitas pessoas a espiritualidade ainda é medida de forma exteriorizada (pelas roupas que usa, pelo tipo do corte de cabelo ...), entretanto bem sabemos que para Deus o que interessa é o “conteúdo”, aos invés da “capa”. Vejamos o que nos diz a Bíblia:

“...porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (1 Samuel 16:7)

“Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: Não toques, não proves, não manuseies? As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne” (Colossenses 2:20-23)

Voltando aos estereótipos: minha última decepção foi com uma “irmã” de cocó no cabelo, que só usa saia ou vestido, e só fala no “Senhor”, e gosta muito de citar as palavras “consagração”, “santificação”, “louvor” e “descer para madrugada” (termo este que significa orar noite adentro).

Esta irmã encontra-se desempregada há 3 anos. Até cheguei a entregar um Curriculum dela para um conhecido na tentativa de ajudá-la a conseguir uma vaga como serviços gerais numa empresa. Além do que, já havia indicado a amigos de trabalho o nome dela para algum emprego como doméstica, de carteira assinada.

Por encontrar-me adoentado, ela até chegou a insinuar que algo estivesse errado comigo, e recomendou que eu me dedicasse à oração pelas madrugadas e outras coisas mais, talvez me achando ser um crente pouco espiritual. Afinal de contas, eu sou um crente de Igreja tradicional enquanto que ela é filiada a uma Igreja que dá muita ênfase aos dons espirituais.

O pior estava por vir: esta irmã pediu-me uma pequena quantia emprestada, prometendo-me restituir o dinheiro num prazo de 7 dias, mas já se passaram mais de 2 meses ...

A última vez que a vi, a irmã passou bem pertinho de mim, arrastando a chinela, de forma despreocupada, e nem sequer cumprimentou-me, esquecendo-se inclusive de citar a famosa frase: “Paz do Senhor !”, como era seu costume. Fiquei pasmo, mudo, até achando que tinha me desmaterializado (pois até parecia que ela não tinha me visto !) e, naquele momento, só pedi a Deus misericórdia (por ela e por mim, para que não guardasse ira no meu coração).

Deus, que me conhece bem, sabe que estou pronto a perdoá-la, só resta saber se ela irá formular algum pedido de perdão a mim. Estou esperando um próximo encontro para falar-lhe algumas verdades. Uma delas, é que, caso insista em continuar enganando os outros, nunca pratique o delito com um descrente, pois estará realizando um grande desserviço à obra de evangelização. E se passar calote em outro crente, como aconteceu comigo, pedirei para que ela ore a Deus para que o irmão não se escandalize a ponto de perder o interesse de ir a Igreja, orar e ler a Bíblia (afinal de contas, Deus e os cristãos honestos nada tem a ver com isto !).

Coincidentemente, nesta semana, uma amiga do trabalho, perguntou-me se a dita irmã ainda estava querendo trabalhar como doméstica, com carteira assinada. Que Deus me perdoe, se errei, mas recusei-me a indicar o seu nome, pois não quero que minha amiga se decepcione também.

Biblicamente, encontro respaldo para acreditar que Deus concorde com a minha atitude, pois o Apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, escreveu:

“Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais” (1 Coríntios 5:11).

“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Apocalipse 3:22)

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Opinião do leitor