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Palavra do leitor

Babilônia - a vida na prateleira do Mercado

Quando paramos e analisamos nosso sistema econômico vemos que ele não se limita a questões meramente das esferas financeiras, comerciais e econômicas, mas abrange questões e conceitos sociais, políticos e culturais. Nos nossos dias vemos como esse sistema afetou a vida. Nunca um sistema econômico influenciou tanto a vida em sociedade como o atual. Vivemos sobre uma ótica mercadológica na modernidade líquida, um conceito do sociólogo Zygmunt Bauman, ou, lógica de mercado que impera nossas relações. O atual sistema capitalista é colocado em questionamento em decorrência de sua ascensão ter ganhado peso e se tornado paradigma de relações humanas e vida em sociedade. Para o Professor de filosofia Michael J. Sandel, que lecionou em Harvard, falando dos limites morais do Mercado ele diz:

"[...] vivemos numa época em que quase tudo pode ser comprado e vendido. Nas três últimas décadas, os mercados - e os valores de mercado - passaram a governar nossa vida como nunca. Não chegamos a essa situação por escolha deliberada. É quase como se a coisa tivesse se abatido sobre nós. "

Para Sandel, a influência mercadológica permeou a vida e passou a governar a maneira de nos relacionarmos. Poderíamos nos perguntar qual o problema de quase tudo em nossa sociedade estar sob a lógica econômica? O problema é quando o Capital sendo um objeto se eleva a categoria de um deus e passa a orientar e ditar a vida humana. A cidade fundamentada nessa lógica na bíblia é a Babilônia, cidade onde opera a lógica da exploração, corrupção e desigualdades de todos os tipos, cuja, vida humana não têm valor e acaba se tornando mais uma mercadoria na prateleira do consumo. O dinheiro se eleva a categoria de deus, porque passa a orientar e ditar a vida humana e ter ou não dinheiro passa a ter toda a diferença dentro da lógica de Mercado. Logo, o capital não passa a ser uma questão de recurso simplesmente, mas forma autentica de todos aqueles que adoram a Mamom. Na Babilônia, quando o culto passa a ser afetado, seus fiéis choram e se lamentam, pois, acaba ocorrendo interferência na adoração. Basta um colapso, um caos na economia que abale as estruturas dos negócios e impeçam a compra e a venda que logo a cidade entra em dilema ético: Deixamos falir a economia ou salvamos a vida de seres humanos? Quando uma vida humana é colocada em xeque diante do prejuízo financeiro que pode nos causar nós já desumanizamos a vida ao ponto de não sabermos diferenciar entre coisas e pessoas. Esse é o dilema diante de tudo que abala as estruturas da Babilônia e que passa a ser considerado quando começa a entrar em ruínas.

Amedrontados por causa do tormento dela, ficarão de longe e gritarão: ‘Ai! A grande cidade! Babilônia, cidade poderosa! Em apenas uma hora chegou a sua condenação! ’
"Os negociantes da terra chorarão e se lamentarão por causa dela, porque ninguém mais compra a sua mercadoria: artigos como ouro, prata, pedras preciosas e pérolas; linho fino, púrpura, seda e tecido vermelho; todo tipo de madeira de cedro e peças de marfim, madeira preciosa, bronze, ferro e mármore; canela e outras especiarias, incenso, mirra e perfumes, vinho e azeite de oliva; farinha fina e trigo, bois e ovelhas, cavalos e carruagens, e corpos e almas de seres humanos. (Ap 18:10-13).

Precisamos retornar ao modelo que Deus, o Criador, nos deu, o Jardim, pois, como disse o Pastor e Teólogo Ariovaldo Ramos no livreto Ação da Igreja na cidade:

Deus colocou o ser humano em um jardim, sugerindo um modelo de gestão do planeta focado na construção de uma comunidade planetária. Ali, a beleza seria coletiva, com todos os recursos à disposição de todos. Cada um, além de ser relevante em si, exerceria um papel insubstituível na construção dessa grande comunidade sem classes e sem discriminação de qualquer tipo, etnia, gênero ou mesmo espécie. Ali, todos trabalhariam por todos, em uma sociedade verdadeiramente ecológica em que o ser humano, apesar de jardineiro, também é parte do jardim. É claro que, nesta proposta, não há espaço para a construção de um elemento predador e desintegrador como desempenhado na cidade. Isso não quer dizer que a proposta divina se expressa necessariamente em um mundo rural, mas sim em mundo integrado. Entretanto, a humanidade caída se desincompatibiliza do jardim e parte para o isolamento em relação aos demais habitante do planeta, contribuindo para a construção de um modelo desintegrador e genocida - daí a profusão de urbes. Nesse contexto, não existe cidade de Deus, só há a cidade dos homens."

Fiquemos sob alerta para que diante da vida nós também não sejamos seduzidos ao ponto de começarmos a viver a vida a partir do bolso e sermos cooperadores com essa cidade que desce gradualmente a ladeira da desumanização. Que Deus tenha misericórdia de nós e nos desperte pelo seu Santo Espírito a modelos de cidades mais humanos que contemple seu reino e sua justiça. Amém.
São José Dos Campos - SP
Textos publicados: 18 [ver]
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