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Palavra do leitor

As árvores e o filho pródigo

Sempre gostei de admirar as árvores. Adoro ficar olhando o balanço no vento, as folhas na copa... As árvores baixas e com folhas grandes dão impressão de acolhimento, as altas se impõe mais, esboçam beleza e complexidade: lá no alto da copa as ramificações, folhas e claridade do dia se misturam aleatoriamente, apesar de cada elemento dar a impressão que sabe aonde vai, enquanto permite que o vento crie um movimento plástico e rítmico. Quando você presta atenção em tudo isso não consegue fixar todos os detalhes que formam o todo e que são dinâmicos. Ainda há um quê de paz de espírito, um tempo parado.

Eu estava deitado em um banco ao ar livre. O lugar é muito simpático, tem vários bancos, mesas e árvores altas que cobrem com sombra todo o local. Escutava a belíssima música "olhos no espelho" do João Alexandre, sobre o filho pródigo, enquanto admirava as folhas das copas lá no alto, as cores que se misturavam com feixes de luz, etc. De repende me veio a impressão de que a questão do filho pródigo é maior do que parece à primeira vista. Talvez, de fato, não exista caminho certo, pois tudo é maçada. Talvez estejamos o tempo todo longe de casa, e por isso tentamos reconstruir a casa do pai em igrejas, idéias, escolas, prazeres e tudo mais. Talvez a comida dos porcos não seja diferente objetivamente das boas bebidas e festas, pois o que muda entre uma situação e outra é nossa percepção da decadência. Enquanto dormimos não nos damos conta da lama em que estamos, não acordamos do nosso sonho ingênuo.

Jesus Cristo disse que nos prepararia morada. Esta morada não é presente, ou melhor, se apresenta enquanto esperança e percepção de que não estamos na casa do pai. De fato, até a morte nunca estaremos. Todos somos como o filho pródigo. Nossa despedida de casa foi a queda e não sabemos o caminho. Temos, entretando, uma intuição ou pequena chama que nos diz o que é a casa do pai. Quando temos alguma coisa parecida com ela nos sentimos bem. É assim a conversa entre amigos numa mesa de café. Porém, o que prevalece é a sensação de distância do lar, é a luta diária, a solidão contínua. Sempre há aqueles que acham que estão em festa, ou que atribuem ao que fazem importância e virtudes tais que sintam a ilusória sensação de estar no lugar certo. O fato é que todos estamos nos alimentando com os porcos. A diferença entre uma sensação e outra não são as coisas, que são sempre as mesmas, e sim o abrir dos olhos do espírito. Nesse ponto, caminhamos por inércia ou pela misericórdia longe da casa do pai e sonhando com ela. Tal como os ramos das árvores seguimos aleatoriamente em busca da luz, somos acompanhados pela complexidade da copa, o vento do Espírito sopra sobre nós, mas ainda não sabemos para aonde vamos.

www.osdecadentes.blogspot.com
Curitiba - PR
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