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Palavra do leitor

As armas poderão reduzir a violência ? Sobre Suzano e Christchurch

O mês de março de 2019 ficou marcado por demonstrações de violência, com repercussões por todo o mundo: o atentado de Suzano, um massacre escolar ocorrido no 13 de março, na Escola Estadual Professor Raul Brasil, onde os atiradores, mataram cinco estudantes e duas funcionárias da escola. Em 15 de março de 2019, testemunhamos o atentado de Christchurch, na Nova Zelândia, perpetrado por militantes de extrema-direita contra muçulmanos que frequentavam a mesquita Al Noor e o Centro Islâmico Linwood, onde pelo menos 50 pessoas foram mortas e mais de 20 ficaram feridas.

"Vamos proibir armas semi automáticas", disse a primeira ministra neozelandesa Jacinda Ardern, logo após a tragédia, ao passo que aqui no Brasil, o senador Eduardo Bolsonaro propôs flexibilizar a instalação de fabricantes de armas no país. Duas posições completamente distintas e divergentes. Qual de ambas encontra maior respaldo na ótica cristã?

Embora trate-se de um princípio básico do cristianismo, lembramos que os cristãos não devem se sujeitar às leis estabelecidas no Antigo Testamento, que faziam parte da Antiga Aliança de Deus com o povo de Israel, mas sim às leis do Novo Testamento, que fazem parte da Nova Aliança de Deus com a Sua Igreja, esta composta pelos judeus e também pelos gentios convertidos a Jesus, conforme João 10:16; Atos 10:34-35 e Efésios 2:11-14.
 
Na Nova Aliança, estabelece (da mesma forma que no Antigo Testamento) que somente ao Governo cabe a punição frente aos malfeitores (Romanos 13:1-8). A população civil não é o Governo, e dessa forma, não lhes cabe matar premeditadamente a ninguém (independentemente de inocência ou culpa), pois isso seria assassinato, como em Mateus 26:52, quando do sermão das Bem Aventuranças Jesus deixou bem claro que "Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus".

Esta sétima bem-aventurança estabelece uma relação de interdependência entre duas qualificações: a de pacificador e a de ser filho de Deus. Ser pacificador é ser filho de Deus, e vice-versa. É evidente que pacificador não é o indivíduo que, não sendo um profissional da segurança pública, carrega ou possui uma arma. Sua clara intenção é, no mínimo, revidar qualquer agressão ou ameaça, o que o descaracterizaria de pronto da condição de pacificador. O princípio de Jesus é o da não-violência, "porque a ira do homem não produz a justiça de Deus" (Tiago 1:20).

Muitas pessoas empregam o texto de Lucas 22 como justificativa para a violência nos ensinamentos de Jesus. Trata-se de tirar o texto do seu contexto, pois pela própria coerência da pregação de Jesus, o texto deve ser lido em relação com o restante da narrativa: "Disse-lhes pois: Mas agora, aquele que tiver bolsa, tome-a, como também o alforje; e, o que não tem espada, venda a sua capa e compre-a" (Lucas 22:36).

Foi Jesus quem, não apenas autorizou, mas ordenou que Seus discípulos comprassem armas. Mas antes de qualquer conclusão, é necessário que prossigamos na leitura do texto: "Porquanto vos digo que importa que em mim se cumpra aquilo que está escrito: E com os malfeitores foi contado. Porque o que está escrito de mim terá cumprimento. E eles disseram: Senhor, eis aqui duas espadas. E ele lhes disse: Basta." (Lucas 22:37-38).

Numa época em que levantes populares eram frequentes, ao portar uma arma, um judeu estava transgredindo uma lei romana e, portanto, era considerado um malfeitor, um fora-da-lei.
Jamais foi propósito de Cristo endossar o porte, tampouco o uso de armas, nem mesmo para autodefesa. Pelo contrário, Jesus usou das duas espadas para ensinar uma lição importante, pois, quando ele foi abordado no jardim de Getsêmani Pedro usou uma destas espadas para decepar a orelha de Malco, servo do sumo sacerdote Caifás, que deu a voz de prisão a Jesus, que disse: "Deixai-os; basta. E, tocando-lhe a orelha, o curou" (Lucas 22:49-51), o último milagre relatado nos Evangelhos canônicos.

Paulo em Efésios 6:17 salienta: "Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus". A única espada que devemos empunhar é a espada do Espírito que é a Palavra de Deus. Lembramos que a maior presença da Igreja e do Estado e a redução da desigualdade social tem sim, o poder de violência. Daí a necessidade de mais escolas, postos de saúde, centros culturais, quadras, praças, etc. Como frisou o profeta Isaías: "E o efeito da justiça será paz, e a operação da justiça, repouso e segurança para sempre" (Isaías 32:17).

Armar a população, por seu turno, não vai resolver o problema, mas poderá agravá-lo substancialmente. Além do que, do ponto de vista da mensagem bíblica é uma posição essencialmente anti-cristã
Curitiba - PR
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