Palavra do leitor
07 de fevereiro de 2025
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Ansiedade x angústia
Hoje, em um grupo de amigos, recebi o compartilhamento de uma frase do grande pregador e líder cristão George Müller. A frase dizia mais ou menos o seguinte: "O começo da ansiedade é o fim da fé; e o começo da verdadeira fé é o fim da ansiedade." Durante muito tempo, eu a teria compartilhado sem nenhuma reserva, e creio que, dentro do seu contexto bíblico, ela é absolutamente verdadeira e adequada.
Contudo, à luz de algumas experiências pessoais e analisando a evolução do sentido das palavras ao longo do tempo, vi-me forçado a uma reavaliação bíblica.
Tenho refletido sobre o tema à luz das Escrituras e cheguei à conclusão de que o que a medicina contemporânea e o senso comum denominam como ansiedade — isto é, transtornos de ansiedade, estresse ou síndrome do pânico — são, na verdade, conceitos distintos do que a Bíblia, em seu contexto original, chama de ansiedade. Muitos desses transtornos estariam mais associados a outro termo bíblico bastante conhecido: angústia.
Que diferença isso faz? (Muita!) Qual a importância dessa distinção? (Gigantesca!) Não se trata de um preciosismo teológico ou de uma simples questão semântica, pois, via de regra, a ansiedade apresentada na Bíblia é pecado, consistindo na falta de fé no Deus soberano e provedor. Em contrapartida, a angústia bíblica nunca é descrita como descrença em Deus. Embora igualmente desesperadora, a ponto de levar alguém a desejar a morte, a angústia nunca é apresentada como pecaminosa ou negativa, mas como a legítima expressão dos limites e fragilidades de nossa natureza humana.
O mesmo Jesus que, no Sermão do Monte, ordenou a seus discípulos que não andassem ansiosos por coisa alguma é aquele que, no Getsêmani, sofreu uma angústia mortal, transpirando gotas de sangue. Em seu sofrimento, recorreu à companhia de seus amigos mais próximos e clamou pela presença do Pai em sua dor extrema. Sendo Jesus perfeito em sua humanidade e jamais pecando, precisamos ser muito mais cuidadosos ao lidarmos com pessoas que sofrem de genuína angústia.
Os exemplos de angústia não se esgotam em Jesus. A Bíblia está repleta deles. Foi o apóstolo Paulo quem disse: "Irmãos, não queremos que ignoreis as tribulações que atravessamos na província da Ásia, as quais foram muito além da nossa capacidade de suportar, de tal maneira que chegamos a perder a esperança da própria vida." (2 Coríntios 1.8).
Este é um tema pertinente para o nosso tempo, em que tantas pessoas estão feridas, enlutadas e esgotadas. O certo é que o mesmo Deus que cura o pecado da ansiedade e da falta de fé em nossos corações pecaminosos é também o justo Senhor que prometeu estar conosco sempre, sendo Ele mesmo o nosso refúgio e socorro bem presente nos momentos de angústia.
"Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus." (Filipenses 4.6)
"Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia." (Salmos 46.1)
Contudo, à luz de algumas experiências pessoais e analisando a evolução do sentido das palavras ao longo do tempo, vi-me forçado a uma reavaliação bíblica.
Tenho refletido sobre o tema à luz das Escrituras e cheguei à conclusão de que o que a medicina contemporânea e o senso comum denominam como ansiedade — isto é, transtornos de ansiedade, estresse ou síndrome do pânico — são, na verdade, conceitos distintos do que a Bíblia, em seu contexto original, chama de ansiedade. Muitos desses transtornos estariam mais associados a outro termo bíblico bastante conhecido: angústia.
Que diferença isso faz? (Muita!) Qual a importância dessa distinção? (Gigantesca!) Não se trata de um preciosismo teológico ou de uma simples questão semântica, pois, via de regra, a ansiedade apresentada na Bíblia é pecado, consistindo na falta de fé no Deus soberano e provedor. Em contrapartida, a angústia bíblica nunca é descrita como descrença em Deus. Embora igualmente desesperadora, a ponto de levar alguém a desejar a morte, a angústia nunca é apresentada como pecaminosa ou negativa, mas como a legítima expressão dos limites e fragilidades de nossa natureza humana.
O mesmo Jesus que, no Sermão do Monte, ordenou a seus discípulos que não andassem ansiosos por coisa alguma é aquele que, no Getsêmani, sofreu uma angústia mortal, transpirando gotas de sangue. Em seu sofrimento, recorreu à companhia de seus amigos mais próximos e clamou pela presença do Pai em sua dor extrema. Sendo Jesus perfeito em sua humanidade e jamais pecando, precisamos ser muito mais cuidadosos ao lidarmos com pessoas que sofrem de genuína angústia.
Os exemplos de angústia não se esgotam em Jesus. A Bíblia está repleta deles. Foi o apóstolo Paulo quem disse: "Irmãos, não queremos que ignoreis as tribulações que atravessamos na província da Ásia, as quais foram muito além da nossa capacidade de suportar, de tal maneira que chegamos a perder a esperança da própria vida." (2 Coríntios 1.8).
Este é um tema pertinente para o nosso tempo, em que tantas pessoas estão feridas, enlutadas e esgotadas. O certo é que o mesmo Deus que cura o pecado da ansiedade e da falta de fé em nossos corações pecaminosos é também o justo Senhor que prometeu estar conosco sempre, sendo Ele mesmo o nosso refúgio e socorro bem presente nos momentos de angústia.
"Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus." (Filipenses 4.6)
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