Anjos em nossos dias

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A crença em anjos existe em várias religiões. Além dos inúmeros anjos que encontramos nos textos cristãos e judaicos, encontramos também anjos no islamismo, no budismo e no hinduísmo. Mensageiros divinos são encontrados em relevos assírios e egípcios.

Biblicamente, os anjos são servos especiais de Deus e desempenham funções abençoadoras para as pessoas: "Eis que eu envio um Anjo adiante de ti, para que te guarde pelo caminho e te leve ao lugar que tenho preparado" (Êx 23.20).

Contudo, a Bíblia também cita anjos punindo com a morte aos inimigos do povo de Deus. Quando o exército assírio, que, de forma ultrajante, zombou do Senhor Deus foi ferido por um anjo: "Então, naquela mesma noite, saiu o Anjo do SENHOR e feriu, no arraial dos assírios, cento e oitenta e cinco mil; e, quando se levantaram os restantes pela manhã, eis que todos estes eram cadáveres" (2 Reis 19.35).

Na relação de Jesus com o mundo sobrenatural, os anjos ganharam papel de destaque. Ao longo da Bíblia, os observamos em diversas funções como: comunicadores de boas-novas, apoiadores em momentos de necessidade, ou mesmo aliados prontos para guerrear, se necessário.

A primeira aparição de seres angelicais ocorre ainda nas primeiras páginas bíblicas, logo após a Queda do Homem: "E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida" (Gn 3.24).

Embora essa primeira aparição esteja vinculada à uma ação punitiva do Senhor face aos homens, percebemos que não é essa a principal atribuição dada por Deus aos anjos na sua relação com a humanidade. Os anjos salvam os seres humanos do perigo. A Bíblia diz em Salmos 34:7: "O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que O temem, e os livra."

O salmo 91 "Qui habitat", visto por muitos cristãos como uma fonte de conforto e proteção, tem um caráter profético, anunciando a vinda do Cristo, e declara: "Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra" (Sl 91.11-12).

Em grande parte de suas aparições, vemos os anjos na condição de mensageiros do Senhor, como, por exemplo, em Lucas 1.11-13: "E um anjo do Senhor lhe apareceu, posto em pé, à direita do altar do incenso. E Zacarias, vendo-o, turbou-se, e caiu temor sobre ele. Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João".

Muitas vezes as ações angelicais são mais diretas e intervém claramente nos acontecimentos como vemos em Atos 12.7-9: "E eis que sobreveio o anjo do Senhor, e resplandeceu uma luz na prisão; e, tocando a Pedro na ilharga, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa. E caíram-lhe das mãos as cadeias. E disse-lhe o anjo: Cinge-te, e ata as tuas alparcas. E ele assim o fez. Disse-lhe mais: Lança às costas a tua capa, e segue-me. E, saindo, o seguia. E não sabia que era real o que estava sendo feito pelo anjo, mas cuidava que via alguma visão".

Nem sempre estaremos preparados para a aparição angelical, quando Balaque busca amaldiçoar Israel, corrompendo Balaão, é a jumenta que vê por três vezes ao Anjo do Senhor e impede que seu dono seja morto (Nm 22.21:34).

A Bíblia dá a entender que os anjos de Deus se acham organizados de forma hierárquica, isto é‚ numa forma de graduação, de autoridade. Essa graduação‚ destacada pelo tipo de atividade que os anjos exercem em todo o Universo e na presença de Deus. Contudo, dentro da ordem apresentada em Romanos 8.38 e Colossenses 1.16, o apóstolo Paulo não quis dogmatizar a ordem angelical segundo o seu entendimento, seu interesse foi o de tornar mais clara a compreensão sobre a existência das várias classes angelicais.

Não temos qualquer indício bíblico de que esta atuação dos anjos tenha cessado. Pelo contrário, há inúmeros, abundantes e fiéis relatos de aparições de tais seres celestiais, em favor de fieis.

Porém, é preciso cuidado com "anjos", trazendo "novas revelações" e evangelhos diferentes daquele que aprendemos na Bíblia. Sobre tal situação, Paulo já nos alertou: "ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema" (Gl 1.8).

Assim como o Pai colocou os anjos à disposição de Cristo, ele os envia para nos servir. De fato, os anjos são espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação (Hb 1.14). Nunca devemos orar para eles, pois Jesus Cristo é o único Mediador entre Deus e as pessoas (1 Tm 2.5). É Deus quem lhes dá ordens a nosso respeito (Sl 91.11-12; 104.4). Muito menos devemos adorá-los (Cl 2.18), pois eles também adoram a Deus (Sl 103:20).

Podemos descansar no Senhor que tem cuidado de nós com todos os recursos dos céus, mesmo que invisíveis aos nossos olhos. Afinal, é Deus quem envia Seus anjos adiante para nos proteger em nossa caminhada e nos fazer chegar.

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Opinião do leitor