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Palavra do leitor

Abraão: hoje de mochila às costas

Costumo pensar que de vez em quando a lei é cumprida quando a desobedecemos. A partir de um contexto a aplicabilidade de uma norma não tem significado para aquilo que se propõe a defender e então nos remetemos a engrandecer um bem maior que está acima da lei e que às vezes é desconhecido apenas perceptível. Estejamos então sensíveis.

Abraão inicia sua história bíblica quando deixa sua terra e a de sua família. Ao sair, rompe com a estabilidade de viver em um lugar conhecido e anda em direção a lugar desconhecido que o deixa vulnerável às contingências do caminho. Romper com a "violência do passado", os dogmas sociais absorvidos através das experiências pessoais impostas pela cultura das certezas. Vivamos como Abraão, desapegado ao passado como um frequente mutante deformado. Sem forma ou terra definida, sem medo pelo desconhecido para não cairmos na imutabilidade.

A ilustração pode perpassar quando a formação imposta pelos pais, a partir de suas experiências acabam trazendo formatações e caixas prontas para os filhos como uma determinada profissão. Visualizo Abraão hoje de mochila às costas em busca de sua terra prometida por D'eus. Vejo nele um novo ser social que consegue tornar esse comportamento de vida e esse processo transformador entre as gerações.
Filhos, caminhem em busca de novas terras !!

Durante esse caminho Abraão passa por um momento peculiar de sua vida. O momento em que Deus falou com Abraão para realizar o sacrifício de seu filho Isaque. Afinal, o sacrifício do primogênito era prática da sua região. Abraão caminha com seu filho durante 3 dias subindo o monte obedecendo prontamente e em nenhum momento a bíblia registra qualquer dúvida ou remorso em cumprir os desígnios de sua cultura. Hoje em dia, somos tão absorvidos pela cultura do consumo e fazemos tudo de forma tão automática que até nossas relações se baseiam por essa lógica demoníaca, como escrevi em outro texto (Consumo de Relações) do meu blog.

Entretanto, Abraão ouve D'eus dizer algo diferente do que havia originalmente dito. Ouve o mesmo D'eus falar um comando distinto. A transgressão da lei de sua cultura pode agora ser legitimada como verdade partindo do próprio D'eus. Abraão deixa como legado, a partir desse momento, uma nova moral de não-sacrifício. Um mandamento de transgredir as expectativas, ou as violências de sua geração. Quais os "Isaque's" sacrificamos hoje que violenta nossa sociedade? Indiferença?

Abraão nos mostrou a capacidade de ouvir D'eus expressar uma vontade distinta da que ele estabeleceu anteriormente. Seria essa a prova que D'eus tinha com Abraão? Estarmos sensíveis a voz de um D'eus que contrapõe uma cultura que fere a vida.

Para isso, precisamos aceitar que às vezes a melhor preservação de nossa integridade pode ser desistir dessa mesma integridade. A transgressão das próprias convicções é essencial para que D'eus possa habitar em nós nessa imanente reconciliação consigo mesmo de perceber novos comandos.

Abraão poderia optar pelo "correto" e ter boa justificativa através de sua cultura. Afinal, todos temos boas justificativas para sermos indiferentes. Abraão é coerente com o D'eus que acredita e faz do rompimento parte de sua tradição, da sua religião, que sempre nos faz religar a esse D'eus também feito de "eus"
Fortaleza - CE
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