Apoie com um cafezinho
Olá visitante!
Cadastre-se

Esqueci minha senha

  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.
Seja bem-vindo Visitante!
  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.

Palavra do leitor

A violência nossa de cada dia

Falar sobre violência hoje é "chover no molhado". Os caminhos e descaminhos deste sentimento malévolo são muitos e os estudos e comentários são igualmente multiplos.
Existe a violência banal, rasteira, gratuita e brutal. Existe a violência comum, local e normal. Enfim, existem várias formas de violência que hoje vemos e às vezes sentimos na pele.
Sempre quando sou chamado ou convocado para falar ou discorrer sobre este tema me vem à mente um texto que trago comigo há muitos anos de autoria do saudoso escritor e ex-senador Artur da Távola que, com muita felicidade, declarou:

"Sou violento no instante em que não me interesso pela comida que sobre na minha casa. Sou violento quando ganho mais do que preciso para viver. Sou violento quando executo um trabalho melhor remunerado, apenas porque pude estudar num país onde a maioria não pode. Sou violento quando rio da ignorância de alguém. Sou violento quando chamo de "verdade" o que é ideologia. Sou violento quando espero aplausos pelo que digo e escrevo em vez de estar, na prática, exercendo o meu amor ao próximo. Sou violento quando pretendo ter razão. Sou violento quando minha razão é defendida a qualquer preço. Sou violento quando me canso de tentar. Sou violento quando concluo que fulano não tem mais jeito. Sou violento quando só julgo o próximo. Sou violento quando vaio, bajulo, esmago, idolatro, descompreendo, despercebo, uso o sabonete que quero, deixo de ver quem aonde não quero, repito ato dos outros, fujo de mim, sorrio de pena, gargalho de zombaria, julgo o próximo, quero o melhor para os meus filhos e minha familia, falo de cima, sei me impor, vulnero o adversário, fulmino o antagonista, cobro com juros, especulo sem produzir, lucro demais, digo ou penso que "o mundo é dos espertos", que "tempo é dinheiro", que "quem pariu Mateus que o embale", que "levo vantagem em tudo". Sou violento quando ergo muros de defesa e desconfio tanto de mim e da vida que acumulo patrimônio desnecessário, alugo um cofre no banco, garanto o meu futuro e o dos meus, não tenho tempo para os fracos, arraso os adverários, convicto de que esta é a regra do jogo. Sou violento quando brilho, quando ganho, quando engano os zagueiros da vida e faço o gol. Sou violento quando vivo na disputa, quando mergulho no meu medo, quando não consigo varrer os meus fantasmas nem os temores que me inculcaram ou as perseguições que imagino. Sou violento quando não ganho da minha vaidade, quando não me dão o reconhecimento, quando preferem outros, quando deixaram de me chamar e eu os odeio por isso, embora finja não ligar. Sou violento quando não aceito a contestação, a discordância, a visão diferente, o desamor. sou violento, enfim, todas as vezes em que suponho ser tudo isso apenas defeitos dos demais, nunca a minha condição humana menor, atritada, dificil e egoista supondo-me alguém quando sou, apenas uma pobre areia cósmica cheia de vaidades e medos, defesas, ambições, mumunhas, ilusões e necessidades". (Jornal o Globo).

Falar sobre violência pode parecer coisa simples, prosaica e até banal. Na verdade, é algo complexo, pois a violência está intrinsecamente ligada à natureza humana - sendo portanto um sentimento comum a todos. É fácil analisar os outros e criticar, mas quantas vezes somos violentos e agimos de forma impensada! Pense nisto e viva melhor consigo mesmo e com os demais.
Mogi Guaçu - SP
Textos publicados: 606 [ver]

Os artigos e comentários publicados na seção Palavra do Leitor são de única e exclusiva responsabilidade
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.

Ultimato quer falar com você.

A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.

PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.


Opinião do leitor

Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta

Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.