A vida que se revela na simplicidade

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"Porque Deus escolheu as coisas simples do mundo para confundir as sábias."
— 1 Coríntios 1:27

Vivemos em tempos acelerados, onde muitas vezes se associa valor à complexidade, ao excesso de informações e conquistas grandiosas. Mas é possível perceber que, justamente no meio da pressa, a simplicidade surge como um caminho de retorno àquilo que é essencial. Ela não é sinônimo de ignorância ou limitação, mas uma escolha consciente por aquilo que é significativo, verdadeiro e duradouro.

A vida cotidiana oferece muitas oportunidades para cultivar valores e virtudes, mesmo em gestos pequenos. A cordialidade num cumprimento, a paciência com quem demora, o cuidado com o que é nosso e com o que é de todos. Tudo isso pode parecer simples, mas é nesses momentos que o caráter vai sendo moldado e a consciência fortalecida. É como diz o livro dos Provérbios: "O que anda na integridade anda seguro" (Provérbios 10:9).

A simplicidade também ajuda a tomar decisões mais acertadas. Quando se está atento ao que é essencial, as escolhas se tornam mais claras. O Sermão da Montanha, por exemplo, traz princípios como a mansidão, a misericórdia, a pureza de coração. São qualidades que podem orientar atitudes no trabalho, na família e nas relações humanas.

É possível encontrar sabedoria no que é simples. Em vez de buscar respostas em teorias complicadas ou discursos difíceis, a própria vida, quando observada com humildade, ensina. O silêncio de um fim de tarde, o aprendizado com um erro, a escuta atenta de um amigo. Esses momentos são silenciosos, mas falam alto ao coração.

A simplicidade também favorece o autoconhecimento. Quando se vive com menos ruído, há mais espaço para refletir, perceber sentimentos, corrigir rotas. Como escreveu o apóstolo Paulo: "Examinai-vos a vós mesmos" (2 Coríntios 13:5). Esse exame não exige vasto conhecimento, mas sinceridade diante de Deus e de si mesmo.

Viver com simplicidade é também uma forma de beleza. Não a beleza que chama atenção, mas aquela que inspira paz. Uma vida coerente, honesta, voltada ao bem, é como uma obra de arte em construção. Jesus, em sua vida terrena, nos mostrou isso: falava com clareza, andava entre os humildes, e ensinava verdades profundas com parábolas simples.

Adotar princípios bíblicos no cotidiano não exige erudição, mas disposição do coração. "Teme ao Senhor e aparta-te do mal", diz Provérbios 3:7. Esse tipo de sabedoria não se encontra nos livros mais caros, mas na vivência constante do bem.

A vida que se revela na simplicidade é aquela que, mesmo sem holofotes, ilumina. E quem a vive, mesmo que em silêncio, ensina.

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Opinião do leitor