Apoie com um cafezinho
Olá visitante!
Cadastre-se

Esqueci minha senha

  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.
Seja bem-vindo Visitante!
  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.

Palavra do leitor

A tirania do poder e o projeto serviçal de Jesus

Estamos sempre atarefados, nosso cotidiano constantemente está lotado. Por um lado temos um argumento que nos faz acreditar que isso é bom, pois não estamos parados, aliás estar parado numa sociedade produtiva é sinônimo de preguiçoso, vagabundo na linguagem popular. Mas esse ativismo todo no fim pode ser uma busca desenfreada para perpetuar o status quo, tudo pode não passar de mera vaidade e revelar que todo serviço é algo que fazemos para sermos bons o suficiente aos olhos daqueles que nos vêem e uma luta pela sobrevivência.

Quem luta para sobreviver não enxerga mais ninguém além de si mesmo e perpetua a lógica da competição e estabelece suas relações na base do poder. Estabelecer nossas relações nessa lógica é sempre olhar para Abel como competidor e não mais como uma extensão de nós. Sacrificaremos nossas relações fraternas de amor e serviço ao próximo para que sobreviva um único indivíduo e isso é sinônimo de queda, pois alguém marcado pela morte luta até o fim para sobreviver ainda que haja sacrifícios humanos nessa caminhada. Jesus subverte toda lógica de poder, quando diz: "O filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para o regaste de muitos" (Mc 10:45).

Em outras palavras penso eu que Jesus está nos dizendo: " Vocês acham que a satisfação e a vida está em mandar, acham que tomando o lugar do César fariam diferente, mas quem reivindica posições e estabelece suas relações na base do poder no máximo luta no fim para tornar-se opressor e ver sua face estampada na moeda, mas eu sendo Deus estou me esvaziando e me tornei um de vocês, para mostrar que a subversão dessa lógica, está na recuperação de nossa consciência fraterna e nossas relações de amor e serviço, em que eu possa ser um com vocês e vocês sejam um comigo e nossa relação torne-se uma via de humanização e esvaziamento mútuo, para que nosso relação seja preservada e nosso indivíduo sacrificado para o bem da relação que desfrutaremos por toda a eternidade onde desconhecemos qualquer tipo de linguagem que não seja de amor."

O modelo mental recebido não havia sido subvertido. A pergunta feita revelava o interior. A ambição de ser grande e não apenas isso, mas de dominação. Os modelos estabelecidos hierárquicos promoviam o distanciamento e uma relação de não igual. Jesus adverte e denuncia o modelo da realidade presente e anuncia os paradigmas de relação do reino de Deus. Jesus coloca em colapso a hierarquia proposta, o importante não é quem tem uma relação de desigual, mas aquele que agora transformado, recupera sua identidade e sua vocação primária de cuidado e serviço. O importante não é o dominador, mas aquele que se enxergou humano o suficiente para entrar numa relação de serviço e cuidado mútuo. O primeiro não é quem está a frente, mas aquele que entendeu que no reino dos céus a relação sempre acontece em volta da mesa, em círculo, então não importa a ordem dos fatores.

Ao olhar para o outro não o vejo como empregado, mas como extensão de quem sou, temos o outro como mais estima do que nossa própria vida, nossa ética ganha densidade na vida, pois, subverte a individualidade proposta e toda e qualquer forma de relação na vertical entre nós. O próprio Deus está no meio de nós nos servindo e não veio para ser servido. Toda relação de poder e projeto de dominação estão falidos. O movimento de esvaziamento do Eterno resgatou nossa identidade perdida no jardim. Se com a morte dominávamos e tentávamos perpetuar a nós mesmos, agora com a vida nos esvaziamos e cuidamos uns dos outros.

A vida do Cristo reconciliou nossas relações e a maneira de enxergarmos uns aos outros. O serviço agora não é o que prestamos, mas a manifestação da vocação humana resgatada para cuidar e cultivar. Se nosso primeiro projeto foi a babel, agora nosso projeto passa ser a mesa. Saímos da ambição onde o céu é o limite e passamos a estar descalços com o pé na terra, sentado ao lado uns dos outros em nossas cadeiras em volta da mesa. Seguimos o movimento e projeto de Deus que recupera nossa humanidade perdida, restaura nossas relações e agora torna-se manifestação para salvar a muitos, para que a humanidade não perpetue modelos que promovam a falência e acabe na solidão.

Assim mudamos o enfoque de nossa pergunta, antes era quem sentava a direita e a esquerda como quem queria reinar e dominar, agora vimos o próprio Deus no meio de nós abrindo mão do poder e sujando os pés com a poeira da terra e nos resgatando da tirania, da crise de poder e dominação e nos devolvendo a identidade serviçal como paradigma humano de nossas relações contemplando a vivência da Trindade.
São José Dos Campos - SP
Textos publicados: 18 [ver]
Os artigos e comentários publicados na seção Palavra do Leitor são de única e exclusiva responsabilidade
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.

Ultimato quer falar com você.

A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.

PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.


Opinião do leitor

Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta

Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.