Apoie com um cafezinho
Olá visitante!
Cadastre-se

Esqueci minha senha

  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.
Seja bem-vindo Visitante!
  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.

Palavra do leitor

A teoria da predestinação: um jogo de cartas marcadas?

A teoria da predestinação causa todo um emaranhado de discussões, tanto pró quanto contra. De certo, essa teoria se pauta no conceito de ser uma das posições ora defendidas por João Calvino, um dos líderes da Reforma Protestante, com a posição de ser Deus onisciente, com a defesa de os sujeitos ao nascerem, já se estabelece se serão salvos ou se serão condenados. Sem sombra de dúvida, ao debruçar nisso, durante os derradeiros períodos da minha existência, me leva a questionar de a vida não ser, então, uma espécie de jogos de cartas marcadas ou uma brincadeira de bem me quer e mal me quer, da parte de um Criador, com seus preferidos e outros preteridos.

Não há como fugir, valho-me, como ponto de partida, do texto de Lucas 10.29, a qual Jesus, o Logos preexistente, o Kairós para todos, aponta o quanto a vida não pode ser lida, dentro de uma perspectiva de simplicidade, por ser marcada e formada por ambiguidades e ambivalências, por situações que não ocorrem, por nossa causa, por nem sempre alcançarmos justificativas para tudo. Presumidamente, a vida traz uma carta de complexidade e do inesperado, como a realidade de não poder interpretada, segundo uma direção de raciocínio simplória, direta, como um mais é dois, como se tudo fosse um jogo de cartas marcadas ou já estivesse escrita, nas estrelas (parafraseando um dos trechos da canção interpretada, pela cantoria Pepe Espíndola, nos anos oitenta). A possibilidade de ser tachado de Arminiano advirá a tona, com toda intensidade e ênfase, mesmo assim, não chego a me filiar a isso, porque me inclino a caminhar por enfrentar as implicações, as vicissitudes, as alteridades e os impactos da fé, com a tencionalidade de cravar a questão de estarmos numa realidade, a qual nos estarrece, nos assusta, nos confronta, nos leva a oposições, nos inquieta, nos aflige e, inquestionavelmente, se ficasse presa a uma intacta, imutável, inalterável ou inalteráveis dimensões de paradigmas de tudo ser assim e assado, não passaríamos de marionetes, no circo de muito mau gosto do Criador.

Vou adiante, qual seria o fascínio, a beleza, a novidade, a inovação, o desbravar, o aventurar-se, o incorrer em riscos, se tudo estivesse prédeterminado, submetido a uma rotina de espera? As vezes, intriga-me, como resolver aqueles que nasceram num contexto de valores e crenças não cristãos ou não tiveram nem sequer a oportunidade de ouvir falar de Jesus, o Cristo? Isso me leva a arrazoar e sem ir com muita a sede ao pote de verdades exclusivistas, detentoras e regentes da verdade, da única verdade. Deveras, aquele que a tudo precede, o Ser propriamente dito, que fez derramar sua existência de possibilidades, como encontrado na tradição judaico e cristã, em todos (não só em uns). Atentemos, verteu, derramou, jorrou ou criou a todos, como imagem e semelhança Sua, não para uns e outros não. O texto de João 1: 1 enfoca a palavra eterna, o Logos de Deus, o Logos Preexistente, o Tempo de direção para o novo que cria e transforma. Ora, onde quero chegar, acolher a defesa de uns sim e outros não, equivaler-se-ia a eleger o Espírito de Deus, como propriedade, patrimônio, monopólio de uns e, então, qual a substancialidade do sacrifício de Cristo? Tristemente, mesmo com o derramar de uma existência de possibilidades, em todos, estranha-me, como o homem finca as estacas da exclusividade, com o mosaico de um Deus mesquinho, contagiado por um sadismo de atribuir aos nãos escolhidos ou predestinados, na condição de serem objetos de seu temperamento confuso e contraditório. Muitos se arvoram e se portam, como mergulhados nessa pré-exclusividade, nesse jogo de cartas marcadas, nessa incompreensível soberania. De observar, o texto de João 14: 6, de Atos dos Apóstolo s 4:12, discorre ser Jesus, o Cristo, o caminho para ser chegar Aquele que tudo precede e de ser a consolidação da salvação, não é mesmo? Adentro, então, nos enredos de validade e legitimidade da inclusividade e da universalidade. Negar seria uma estúpida crença, bate de frente com a predestinação. Indo ao Evangelho de João 01: 09, há o diagnosticamos de ser Jesus, numa confissão retumbante, porque enlaça o cosmo, o infinito, o eterno, o finito, a eu, a você, a todos nós, como a luz que a todos ilumina a todos e não só uns. Mais um texto, nucleado nas escrituras sagradas, em Romanos 03: 09, com o evocar dos enfoques de Paulo, porque tanto judeus quanto gentios, tanto homens quanto mulheres, tanto uns quanto outros (grifos pessoais), redigem uma epístola ou uma carta dissertadora da absolvição universal, da remição universal, da reconciliação e restauração universal, a todos e não a uns. O feito e efeito do Deus ser humano Jesus Cristo, em decorrência de reunir o que estava separado, o que esteva em oposição, o que estava em dissenção, o que estava em divergência.
São Paulo - SP
Textos publicados: 204 [ver]

Os artigos e comentários publicados na seção Palavra do Leitor são de única e exclusiva responsabilidade
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.

Ultimato quer falar com você.

A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.

PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.


Opinião do leitor

Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta

Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.