A pobreza e o cristão

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Creio que, atualmente, mais do que nunca, o tema da pobreza está presente nas discussões globais independente da visão ideológica. Temos no mundo, segundo o World Poverty Clock, mais 600 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza. No Brasil chega a aproximadamente 9 milhões.

A pergunta que quero trazer a vocês é onde o cristão e a cristã se encaixam em um mundo que busca combater a pobreza. Em primeiro momento quero lembrar a vocês que o povo que Deus escolheu para ser seu não foram os ricos e poderosos e sim os pobres e oprimidos escravos do Egito.Por que então em um mundo com mais de 2 bilhões de cristãos a pobreza é tratada com a marginalização? Muitos podem argumentar que fazem "a sua boa ação" ao doar dinheiro, mas fazem por medo de uma punição ou por amor ao próximo? Por que os cidadãos cristãos, que se dizem bons, agridem e acusam os pobres no lugar de lhes ajudar?

Já se tornou comum vermos representantes do cristianismo criticando certas ações sexuais tais quais as que tornavam Sodoma uma cidade digna de destruição. Esses, porém, não condenam o fiel que age com egoismo e, em muitos casos, nem mesmo os padres/pastores/bispos ajudam os pobres e os necessitados. Sodoma não foi destruída apenas pela imoralidade sexual, mas também pelo egoismo e avareza de sua população, por que isso é deixado de lado? Avareza é "menos pior" do que traição e imoralidade sexual? Essa questão me leva ao meu próximo ponto: Deus é amor, porém ele é justo na mesma proporção. Na Lei de Israel está escrito, conforme desejo divino, que não deve haver pobres entre aquele povo,estabelece recursos sociais e econômicos para que esta determinação se torne realidade e ainda determina uma série de regras para a colheita e distribuição de comida (Ex: a uva que cair no chão deve ser deixa para que o pobre a colha). Ao não seguir as ordens de Deus o Reino de Israel foi destruído pela sua própria divindade, o que isso nos diz? Que além de justo, Deus pune e sempre punirá aqueles que faltarem com respeito e amor aos necessitados, em outras palavras, vai punir quem pode e não ajuda os pobres, e aquela sociedade estruturada na desigualdade social.

Não podemos falar de pobreza sem falar do acúmulo excessivo de riquezas, a final de contas temos no mundo miseráveis e bilionários. Afinal, as escrituras falam sobre acumular riquezas? Em 1 Timóteo 6.8 está escrito "Tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos", a fala é clara tendo o suficiente para sobreviver e viver com dignidade não há justificativa para acumular. As escrituras vão mais além e dizem que além de o povo judeu/cristão viver em comunidades a Igreja Primitiva e seus representantes, sempre que necessário, vendiam seus bens para auxiliar os pobres e necessitados. Onde está esse espírito de justiça social e amor nos dias atuais? Por que muitos religiosos preferem construir igrejas monumentais no lugar de doar o dinheiro [promover ações de empoderamento dos necessitados - banco popular. Afirmo, nesses casos, evidências de uma precária e caluniosa interpretação das escrituras e da palavras de Deus.

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Opinião do leitor