A fé exilada e a ausência de uma cosmovisão cristã

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Ao longo dos anos tenho visto cristãos se entregarem ao cinismo pós-moderno onde se começa a achar que a vida não tem significados absolutos, que as verdades que temos da parte de Deus são verdades simplesmente que devemos viver no recôndito dos nossos corações e que em termos de psicologia, sociologia, mercado, trabalho, cultura e artes não temos nada a dizer e tudo o que temos a fazer e nos silenciar e tentar continuar “crendo”.

O problema com esse tipo de pensamento (às vezes silente e até inconsciente), é que essa não é a fé cristã, mas sim um subproduto dela.

É uma degeneração do que significa crer em Cristo como Senhor, é herege e, sobretudo nos faz viver sem sentido, sem beleza, sem missão, sem alegrias e obviamente sem nenhum tipo de vitórias.

Se quisermos ser igreja de Jesus Cristo de forma relevante precisamos recuperar nossa missão de voltarmos a influenciar a academia, as Universidades, os espaços públicos, os escritórios as pesquisas, etc. Paulo, escrevendo aos Colossenses diz: “Pois foi do agrado de Deus que nele habitasse toda a plenitude, e por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus estabelecendo a paz pelo seu sangue derramado na cruz” (Col 1.19,20).

Nós cristãos precisamos entender que temos em Cristo Jesus tudo o que precisamos para vivermos bem. Isso significa que temos que avaliar tudo o que Cristo não disse à luz do que Ele disse.

E à luz do que está revelado nas Escrituras precisamos aprender a resistir a tudo o que desumaniza, degrada e monopoliza as pessoas fazendo-as seres exilados e manipulados por todo tipo de humanismos consumistas e degeneradores.

Tenho encontrado muitos cristãos que ainda não perceberam que “perderam a fé”. Muitos me dizem que foi na época em que entraram na Universidade onde sua fé foi grandemente abalada e seus fundamentos seriamente questionados.

Isso é assim porque as pessoas são ensinadas que os resultados das pesquisas “científicas” são simplesmente resultados que apareceram através de estudos, mas elas não entendem que na verdade são frutos de preconceito contra os cristãos.

Isso se chama racionalismo naturalista e originou-se mais ou menos no século XVIII, muito embora sua origem mais provável seja o que se está escrito no livro de Gênesis capítulo 3.

Como cristãos precisamos aprender a mudar esse cenário. Faço parte de um grupo de cristãos que pensa diferente do atual curso acadêmico da nossa história.

Precisamos com inteligência e estudos mais elaborados mostrar ao mundo que ser cristão e ser intelectual e artista não são coisas incompatíveis. Muito pelo contrário elas se alinham e são intimamente casadas.

Precisamos “recuperar” a fé.

Precisamos voltar ao nosso primeiro amor. Precisamos novamente mostrar ao mundo que Cristo não é apenas o salvador de nossas almas, mas sim que seu plano é bem mais abrangente.

Ele é o Senhor do Universo, portanto é o Senhor das artes, da cultura, das Universidades e também da vida humana como um todo. Precisamos de novo nos apaixonar e avançarmos indo às nações, fazendo com que todas as tribos urbanas ou não creiam que Jesus é o grande absoluto da história e que nada podemos contra sua verdade.

Cristo é tudo. Deus nos prometeu que um dia Ele reinaria sobre tudo, e é nossa missão anunciar seu senhorio sobre todas as coisas. Temos bases epistemológicas suficientes para adentrar todas as áreas do pensamento e da cultura. Nossa fé não pode mais ficar exilada.

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Opinião do leitor