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Palavra do leitor

A ausência e o silêncio de Adão

Gênesis 2:7.15-17.18.21-24.

Quero nesta noite dar uma palavra para os homens-maridos.

O verso 2 do capítulo 2 diz que, no dia sétimo, Deus descansou de toda a sua obra que tinha feito. Este capítulo fala de novo da criação, não como uma segunda narrativa da criação, Mas é uma descrição de um tratamento mais pessoal de Deus. Chama a atenção o cuidado de como Deus forma o Éden para morada de Adão e Eva. Com esse cuidado tão especial, Deus quis que Adão participasse de algumas características próprias dele – de Deus. Quais são essas características? O amor pela beleza, prazer pelo trabalho, responsabilidade moral e uma capacidade para criar. Não podia haver outro lugar melhor para Adão viver com toda a ciência e poder que nenhum homem jamais teve.

Mas, apesar de toda essa mordomia, Adão percebeu que para ele faltava alguma coisa que, possivelmente, não sabia o que era. E entrou em crise de solidão. Deus viu o drama de Adão e seu diagnóstico foi que problema do homem era falta de alguém com quem compartilhar sua mordomia, a beleza da criação e seu poder sobre ela. Nada que Deus havia criado, por mais espetacular tenha sido podia satisfazer e cobrir o vazio de alma de Adão. Ele estava se sentido só uma metade. Mas não falava nada. E não precisava falar. Deus viu e sentiu o drama. No diagnóstico, o Senhor disse: “Não é bom que o homem fique sozinho. Vou fazer uma companheira para ele, uma auxiliadora à altura dele”– Gn 2:18.

Foi aí que Deus quis fazer uma surpresa para Adão. O que Deus fez? Fez Adão dormir profundamente como uma criação. “Tirou uma das costelas dele e fechou o lugar da costela tirada. Da costela fez uma mulher, que trouxe ao homem”. Adão quando viu aquela criação, diferente de todas as criações de que ele cuidava, ficou bobo, de boca aberta. Caiu em êxtase. Não agüentou e fez a mais sincera e segura declaração de amor: “Isto sim! Ela é parte de mim. Desde agora seremos tão juntos em tudo, como uma só pessoa!”

Este foi o casamento mais lindo jamais celebrado em toda a história da humanidade. Foi o próprio Deus que levou a “noiva” até Adão. E foi o próprio Deus que celebrou casamento diante de toda a criação e dos anjos. E o homem pronunciou as palavras da aliança: “Mulher, eu me uno a ti e nos tornaremos uma só carne”. E Deus se agradava de passear com eles, todos os dias, no jardim. Eu penso que, depois dessa, Adão viu mais beleza naquele jardim.

Enquanto Adão não tinha uma companheira, Satanás ficou na sua. As outras criações de Deus nunca incomodaram a Satanás. Mas depois que ele viu o casamento do primeiro homem com a primeira mulher, ficou incomodado e armou sua estratégia para acabar com mais essa criação – a mais importante de todas. Ele é extremamente incomodado com relacionamentos. Só ficou esperando o momento certo para agir. Com Adão ele não podia fazer nada. Adão era ungido em toda sabedoria e graça. De imediato, ele viu o ponto fraco daquela relação: a mulher que, facilmente se deixa seduzir pela novidade. Porque ela foi criada depois e não tinha a unção e a graça espirituais de Adão.

Aí chegou o momento do ”desastre”. Estava muito bom para ser verdade duradoura. Aconteceu quando Eva saiu de perto de Adão e foi dar umas voltas pelo jardim do Éden. Satanás não quis se mostrar como ele é para não assustar a mulher. Mas usou de uma serpente, que Eva conhecia muito bem porque fazia parte da criação de que eles cuidavam. Usou a serpente para conversar com a mulher e colocar dúvidas na sua alma. Para Eva era a serpente que falava. E isto não lhe trouxe estranheza porque toda a criação era maravilhosa. Inclusive a cobra.

Deus havia feito tudo muito bom e muito bonito e entregou para o homem cuidar. No jardim havia duas árvores de espécies diferentes e as mais bonitas do jardim. Uma era chamada de “árvore da vida eterna”, e uma outra de frutos agradáveis, bonitos e diferentes chamada de “árvore do conhecimento” . Desta o casal o casal não poderia usufruir. Ela era o sinal concreto do conhecimento do bem e do mal. E conhecer o bem e o mal só a Deus pertence. É evidente que se Adão e Eva comessem do fruto da árvore do conhecimento perderiam o direito de comer do fruto da árvore da vida. Ou seja eles não seriam mais eternos.

O resto já sabemos. Eva caiu na lábia sedutora de Satanás, provou do fruto. Gostou e o levou a Adão que também achou muito gostoso. De imediato, perceberam que caíram numa “enrascada”. Sentiram-se sem as vestes da inocência e da graça. Suas almas doeram e o que puderam fazer foi esconderem-se de Deus. O casal entrou em crise quando cada um jogou a culpa no outro do grave erro que fizeram, deixando tudo a perder. Até Deus foi culpado – “a mulher que me deste por esposa...” Esta é a síndrome da culpabilidade mútua comum entre os casais – a de acusações mútuas. Todos são culpados e ninguém é culpado.

Em toda a história, Eva sempre foi condenada como a única responsável, a única vilã, pelo desastre que destruiu a graça do seu casamento e, por conseqüência, de toda a sua geração. Este conceito virou cultura a ponto de a mulher ser, apenas, um mal necessário para uso e desuso do homem e considerada ignorante como característica. Esta cultura esteve e ainda está presente do próprio mundo da religião, dentro da Igreja. Um grande expoente da Igreja – Santo Agostinho - chegou a dizer que a mulher da cintura para cima é criação de Deus e da cintura para baixo é criação do diabo.

Não é assim. Se Eva deixou-se seduzir pela mentira de Satanás foi porque ela estava sozinha. Adão não estava junto. Era ele o ungido de toda a ciência. Era ele que recebeu do Senhor a responsabilidade de cuidar de toda a criação. Foi ele que deu nome a todos os animais. Foi ele que deu o nome à mulher de Eva. Eva era uma auxiliadora de Adão no governo do Jardim do Éden, que era a sua casa. Mas era ele que sabia do seu papel. Ele tinha toda a ciência de Deus. Todavia, ele se deixou levar pela demonstração de carinho de Eva que quis dividir com ele daquele fruto perdeu o espírito de discernimento e caiu. Adão errou duas vezes: não acompanhou Eva em suas andanças pelo Jardim e, segundo, não alertou Eva da desobediência que ela estava cometendo. Foi omisso. Foi ausente e silencioso. Sem autoridade. Se Eva deixou de cumprir o papel de auxiliadora de Adão, Adão deixou de cumprir o seu papel de cuidadoso da casa

A ausência e o silêncio de Adão, naquele pequeno espaço de tempo, foram o que causou o desastre do seu casamento. Muitos casamentos e famílias se desmancham pela contínua ausência e silêncio do cabeça da casa. Maridos que deixam de serem companheiros e cuidadosos das esposas em todos os momentos são maridos infiéis aos propósitos do casamento. Este é um dos motivos das frustrações e depressões de muitas esposas e de desajustes dos filhos.

E isto reflete, de forma destruidora, em toda a família. Não passou muito tempo e a casa de Adão e Eva passou por um momento de choque assustador de abalar qualquer estrutura familiar. Um irmão mata o irmão. Parece até que estamos voltando àquele tempo! Onde estava Adão que não acompanhou o desenvolvimento dos filhos? Mais uma vez vemos um homem ausente e calado. Ele não participou nem no momento de dar nomes aos filhos. O verso 1 e 2 do capítulo 4 diz que foi Eva quem deu nome aos filhos. Se a presença da mãe é necessária para a edificação da família, a presença do pai é muito mais significativa. Não adianta a mulher ser a auxiliadora do marido na formação dos filhos se o pai é um ausente crônico em tudo que acontece na casa. Um dia, a mulher cansa. E, muitas vezes, filhos se revoltam contra mãe pelo seu cuidado presente e entram no partido do pai porque este não os incomoda com conselhos e exortações. Se filhos não têm pai, eles vão procurar quem os adote que, quase sempre, hoje, é o traficante e os galãs que descobrem na internet. Hoje as crianças e os jovens têm dois educadores fortes: a televisão e a internet. E os pais não sabem. Porque não sabem, depois choram. Pai não é o que gera. Pai é o que está perto.

Marido não é só o provedor. Marido é o companheiro bem presente. Trabalho não é desculpa. Ministério não é desculpa.

Eu creio que Eva foi a mulher mais bonita de toda a história das mulheres. Se Deus caprichou ao fazer o homem, muito mais caprichou na criação da mulher. Deus fez alguém e, não alguma coisa, que pudesse seduzir aquele homem que estava quase caindo na depressão porque estava sozinho, sem alguém como ele com quem pudesse dividir sua vida. Na declaração de Adão àquele monumento de beleza, ele disse com a voz lá do mais fundo do coração: “Desde agora seremos tão juntos em tudo, como uma só pessoa!” Foi o Espírito Santo de Deus que colocou estas palavras na boca de Adão.

Com esta fala Adão quis dizer: “Desde agora, em todo e qualquer momento, no trabalho e no descanso, nas dores e nas alegrias, nos sonhos e nos projetos, seremos em tudo uma só pessoa. Você pode contar comigo e quero e vou precisar contar com você. Eu tenho uma missão e espero que você seja minha auxiliadora nesta missão.” Belas palavras! Mais do que belas, palavras comprometedoras, palavras de aliança! São palavras que, se cumpridas, garantem a qualidade do relacionamento e a perpetuidade de um casamento e de uma família.

Muitas outras lições nos dá a história do primeiro casal. Todavia, nesta noite, eu quero, ainda, levar vocês a se lembrarem de um papel importante para a segurança de um casamento: o companheirismo em amor. Para tal, vamos recorrer ao ensino que Paulo passou para a Igreja de Éfeso. E começamos com os dois primeiros versículos da capítulo 5– “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave”. Casamento só se sustenta com amor que se faz oferta e sacrifício. Não existe amor sem oferta. E onde há este clima, o casamento respira um “aroma suave”. O aroma do amor de Deus, em Cristo Jesus.

Vamos, agora, para os versos 22-28. “Vós, mulheres, submetei-vos a vossos maridos, como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o Salvador do corpo”

Muitos homens e mulheres da Igreja ainda não sabem ler esta palavra de Paulo. Os homens só conseguem ler o versículo 22 porque encontram nele a justificativa de seu poder de força sobre as mulheres. E as mulheres não conseguem ler este mesmo versículo porque se sentem desvalorizadas pela palavra “submissão”. É verdade que o homem foi colocado como cabeça da família. Mas é preciso prestar atenção na continuidade do versículo “assim como Cristo é a cabeça da igreja”. E Jesus nunca quis uma igreja que fosse sua escrava. Mas a continuadora de sua missão salvadora.

Deus não fez a mulher para ser escrava do homem. Mas a fez para ser companheira inteligente e sábia na missão que cabe ao marido. O que Jesus quer que a mulher seja participante presente e ativa da missão do marido. Infelizmente, ainda, em muitas igrejas predomina o espírito machista. Somente o homem manda. Vivem aquele provérbio: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Como leu na Bíblia que ele é o cabeça, então, ele se julga a única autoridade e poder na família. Autoridade e poder não é capaz sem o amor. Se o homem quer poder no seu casamento, então aprenda a entregar-se à sua esposa. E onde há entrega, há autoridade e não poder ou força. Relação conjugal e familiar se faz na entrega mútua.

Em muitos casamentos cristãos, em nome da fidelidade à Palavra de Deus, ainda há um espírito disfarçado de escravidão. Jesus liberta, e o homem escraviza. Isto, até, na relação de casais jovens. A mulher só pode fazer o que o homem quer e do jeito que ele quer. A mulher somente pode pensar em suas coisas, depois que servir o homem, desde lavar seus pés até a intimidade na cama. Eu sou “incucado” ao ver como em alguns ministérios se exerce o espírito machista. Pastores que não honram suas esposas na igreja. Parece que ele é solteiro. Suas esposas, muitas vezes mostram rostos tristes. Mulheres que participam de ministérios mais como empregadas domésticas do que ajudadora no ministério do marido.. O máximo que se concede a elas é participar das orações. São excluídas de decisões dos ministérios. Quando falo de ministério, estou falando de pastorado, de diaconia, de evangelismo e outros. Jesus tinha seus discípulos, mas ele foi muito assessorado por mulheres. O primeiro anúncio da ressurreição de Cristo foi feito por uma mulher.

Meu querido, Deus não lhe deu uma esposa para ser sua escrava. Mas sim, para ser sua companheira sábia a quem você tem o compromisso de cuidar. No livro “Pequeno Príncipe” há uma fala sempre lembrada: “Tu te tornas responsável por aquilo que cativas”. Marido, você é responsável por esta mulher que você cativou. Não fique somente no versículo 22, vá em frente e leia o 25 e sinta sua responsabilidade: “Vós, maridos, amai as vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, a fim de a santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra, para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível”.

Este versículo revela ao marido uma responsabilidade maior que a das mulheres. Revela que sua autoridade – não poder – está na medida que ele se entrega totalmente à sua esposa. Se o marido obedecer esta ordem, sua mulher nunca terá dificuldade em se entregar a ele com tudo que ela é e tem. Essa mulher nunca ficará uma velha enrugada, mas uma mulher gloriosamente feliz e santa. Isto porque tem um marido que a ama de corpo, alma e coração e a ajuda buscar a sabedoria e a felicidade pela ministração da palavra.

Cabe, pois, ao marido junto com a esposa, conforme Deus, fazer de sua casa o melhor lugar para se morar. Um lugar onde seus filhos possam crescer em estatura, sabedoria e graça.

E isto também só será possível quando os pais estiverem sempre na busca da intimidade com Deus, pela leitura da Palavra e pela oração. E mais ainda, quando esta busca for feita pelos dois juntos. Nem sempre é bom e agradável que marido e esposa orem separados.
Uberlândia - MG
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