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Palavra do leitor

A aposta entre Deus e o diabo: era uma vez!

Jó 40.9-14

O livro de Jó continua a causar uma impressão da ocorrência de uma aposta entre Deus e o diabo, a partir de era uma vez. Era uma vez, um homem que era, em tudo, perfeito, um símbolo de bondade, um modelo de retidão, uma referência de misericórdia e compaixão, uma figura acima do bem e do mal. De certo, não se dirige a um ser humano, como eu e você, com nossas inquietações, com nossas perdas, com nossas oposições, com nossos vazios, com nosso por quais motivos, ou seja, a narrativa de Jó não traz o retrato de uma pessoa real. Mesmo assim, apresenta-nos um estilo literário sobre as aflições e as dores, as situações que nos abalam e nos marcam. Em outras palavras, cada pedaço desse livro, dessa figura, embora não real, serve de retrato para falar daqueles que enfrentam eventos de sofrimento. Ora, abordo pessoas boas, diga-se de passagem, não perfeitas, não imunes as alterações e alternâncias da caminhada. Vou adiante, o livro de Jó, durante muitos períodos, aqui, menciono da minha trajetória, como cristão, me intrigava e me deixava num beco sem saída, como se a criação não passasse de um jogo de cartas marcadas, nada mais, sobre a influência de um Deus de preferências e escolhas. Sempre ouvia as frases, de que Deus o levou, para não se desviar; de que os puniu, devido aos seus pecados; de que permitiu essas desgraças para mostrar sua onisciência, sua onipotência e sua onipresença. Infelizmente, essa aposta entre Deus e o diabo, ao permitir que tudo fosse retirado de Jó (bens, dignidade, integridade, respeito) e, no fim de tudo, ser contemplado e recompensado. Sem qualquer demagogia, como posso ponderar sobre o momento de um pai de família, lançado ao mais completo desemprego, sem possibilidades de retornar, ao mercado de trabalho; como aceitar uma jovem ciclista atropelada por um motorista alcoolizado, na região oeste de São Paulo; como alentar uma família, cuja filha de seis anos, caiu do prédio e teve sua vida, abruptamente, interrompida; o que dizer de quarenta e uma pessoas vitimadas, pela coalização entre um ônibus e um caminhão, no interior de São Paulo; quantas pessoas com a perda de familiares, pessoas com sonhos, pessoas boas, reitero, não perfeitas, pela Covid-19 e os acontecimentos se desdobram, em todos os cantos e recantos do nosso cotidiano e por mundo afora. Ora, não perguntamos, então, se Jó teve o devido retorno, logo, as pessoas terão, não é mesmo?

Bem, arrisco afirmar, não ser dessa forma, e não encarar isso de frente, tão somente, permaneceremos a tampar o sol com a peneira, a se esconder da realidade crua e nua, a perceber o quanto nossas argumentações teológicas de nada ou pouco servem, diante dos assolados pelos reveses da vida. Afinal de contas, o bom não deveria ser preservado e o maléfico punido? De observar, os enredos de Jó nos abrem as portas para uma releitura séria e sincera, honesta e verdadeira de Deus, atentar para que esse mundo, indiscutivelmente, não é um mar de rosas, que nem sempre as premissas e conclusões de um fim bondoso acontecem e de como os eventos caóticos e calamitosos podem nos levar a descrer (mas camuflar), lançar-se numa fé de que tudo coopera para aqueles que amam a Deus (numa espécie de conformismo) e ou de estar numa tremenda fria, mesmo. Eis o teor de ironia, contido nas entradas e saídas da história de Jó, alcançado por um desmoronar de sua família, de seus filhos, de seus bens, de seus sonhos. Não bastasse isso, a visita de seus supostos amigos, com dedos acusadores de Jó ser orgulhoso, arrogante, prepotente, presunçoso, como se soubesse mais do que Deus, escancara a verdade de haver um proposito, para quem está desolado, infeliz, desiludido, sem saber o que fazer, assemelha-se a mais completa falta de respeito pelo próximo. Talvez, o livro de Jó não nos convida para encontrarmos Deus, não segundo essa conceituação de nos fazer sentir melhor, por termos sido poupados e proferir palavras mais voltadas a manter intacta a imagem de um Deus que sabe de tudo e vai nos recompensar? Será que não agimos, como defensores da reputação de Deus ou do Deus que aprendemos, quando far-se-ia saudável o redescobrir?

O interessante nos discursos do livro de Jó, não nega a existência de Deus, mas sim nos direciona ao Deus que não veio para nos punir, para nos condenar, para nos culpar, porque cometemos erros e equívocos. O livro de Jó descortina a visão de um Deus, como nossos pais, que vai dar um jeito, em tudo. Sinceramente, a vida manda pessoas embora do emprego; a vida tem a dor da traição, quando o parceiro diz – não preciso mais de você; a vida tem violências, das mais diversas; a vida nos oferece, também, uma sensação de sermos maltratados, desprezados, abandonados, banidos e esquecidos; a vida me faz sentir raiva, indignação e tristeza. Nessa aposta entre Deus e o diabo, chegamos a conclusão sobre a maneira como enfrentamos os marcados pela vida e o que faço e posso fazer, e quem está, ao meu lado, aí, para me ajudar.
São Paulo - SP
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