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Palavra do leitor

O reencontro com a fé

‘’A capacidade de inovação e criação do ser humano espelhado pelas tecnologias digitais e pelas mídias sociais, por mais mudanças acarretem, não podem ser o fim, a finalidade, o objetivo, o proposito e o sentido de nossa existência, por que isso deve se dirigir ao ser humano ou não’’?

A fé se perde? Melhor dito, a decisão por confiar, em Cristo, pode se perder, se diluir, durante nossa caminhada, por essa vida, com suas contingências, com suas influências determinantes e condicionantes? Ora, então, afinal de contas, quem crê tudo suporta, assim não aprendemos?

Quem nunca se perguntou sobre essa perda e nunca a declarou, mesmo inserido num cenário cristão, ainda por estar na prática de ritualismos, de escutar sermões e relatos de um Deus interventor? Agora, ao trazer para aqueles quebrados pelo discurso de uma fé a toda prova, quando enfrentam a ruptura de uma traição, a perda de um ente, a decepção de quem deveria acolher e não escorraçar, a solidão por uma queda e sem falar das justificativas do sofrimento, de que Deus sabe todas as coisas, de que tudo coopera para aqueles que amam ao Senhor e no fim tudo vai dar certo. É bem verdade, o repertório dessa fé mirabolante, da apresentação de um Deus de preferências, de tendências, de volições ou vontades, de inclinações, ao qual escolhe uns e outros não, não tem lançado muitos a abismos de descrença e aversão.

Em meio a isso, vejo, muito embora seja um momento delicado e complexo, a abertura de oportunidades para reencontrar a fé que se forma nos percursos das inquietações, das incertezas, das dúvidas e nos leva para aquém e além do véu das coações, das intimidações, das imposições tiranas de aceita ou aceita e ponto final. Grosso modo, esse reencontro retrata uma narrativa de fé de faz de conta, de aparências, pelo qual esconde pessoas semelhantes a uma panela de pressão, prontas a explodir.

Partos dessas ênfases e vou ao texto de Marcos 09. 14 a 28, quando há o roteiro das discussões pueris ou fúteis, banais, tolas e insólitas para provar quem estava com a verdade, representado, de um lado, pelos discípulos, e, de outro lado, pelos opositores fariseus. No discorrer dessa contexto, encontramos a dura e concreta situação de um pai, por demais, marcado por uma fé, sem a capacidade de amar, que se vale da teoria das justificativas, das teorias de ser uma prova, de ser o deserto, de ser um processo de crescimento espiritual e, no fim, como dito, acima, tudo será para Gloria de Deus ou de ser o efeito de uma maldição hereditária, de pecados não confessados, de ser uma punição, de ser sintoma da incredulidade e, enfim, os de ser vão longe.

Sem mais delongas, aquele homem tinha, expressamente, perdido a fé, os tapas da vida podem nos fazer perder o sentido, o destino e motivo de viver. Vou adiante, a fé se perde, sim e sim, e, talvez, seja necessário não querer encontrar o fato gerador, o elemento desencadeador, mas, em direção oposta, permitir aos marcados por tal verdade a condição de virem e serem ouvidos, sem a intenção de os ou as encher, com as convenientes argumentações teológicas ou místicas ou de que tudo faz parte de um princípio teleológico ou finalista e, enfim, não esconder, não fingir que quem trilha por essa perda, não passa de um momento. Não e não, ali estava, diante de Jesus, um homem e suas perdas, sem melindres, sem nenhum exagero ou covardia, seu filho padecia, sofria, era desumanizado, exposto, como uma aberração, para os olhares dos curiosos e, enquanto isso, os discípulos se engalfinhavam, se entrincheiravam com os fariseus, ambos, mais ocupados com convicções, ao invés de pessoas.

Diametralmente oposto, observa – se a aflição de um ser humano, a indiferença dos próximos e o reencontro com a fé não compromissada a tecer respostas para tudo e proporcionar alento as pontiagudas questões humanas.De maneira clara e cheio de respeito, Jesus pede para trazer o menino, possibilita a dimensão, o espaço, a oportunidade de um ser humano, aquele pai, ser ouvido, ser atendido e, sim, não digo, com relação a obtenção de uma cura imediata, como um ser merecedor de, juntamente com seu filho, serem tratados como gente que chora, questiona (o não poderia ter sido diferente), que precisa falar (o porquê ou para que), encara os fardos de que fracassou, falhou, desmoronou e, simplesmente, quer ser percebida.

Por fim, Jesus demonstra o quanto a fé dos discípulos não passava de mais uma forma de projetar um Deus distante de afetos, de lágrimas, de sentimentos, de imaginação e atrelado a dogmas, doutrinas e tradições mais direcionadas a sufocar, ao invés de ouvir nossas mais honestas vulnerabilidades.
São Paulo - SP
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