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Palavra do leitor

O Jardim

Caso fosse um filme, teria ganhado o Oscar de melhor fotografia. O casarão era antigo, cheio de portinhas misteriosas. Uma delas, enferrujada, abria caminho para o jardim mais bonito que eu já vi. Autoconservável, devo acrescentar, porque mesmo depois de tanto tempo abandonado - não sei se é essa a palavra certa - estava limpo, amparado. Era lindo demais! Certa vez, li num poema que lindo é o bonito mais bonito, acho que falava desse jardim, das árvores, das cores. Por mais que eu tente descrever, não dá para representar em letras a experiência mais agradável da minha vida. O lugar fantástico. Quente. Macio. Gostoso. Tudo de bom. E o Cheiro... um sonho concretizado.
Como pode haver tantas espécies na natureza? Tanta criação? Tanta variedade? Será que não somos plantas exóticas, que se comunicam, que pensam ser uma espécie diferente? Tanta planta existente... Desde Algas Marinhas, passando por Alfaces e Couves até gigantescas Árvores centenárias! Tudo é verde, tudo é natural, tudo é criação.
E eu naquele jardim descoberto, preparado por alguém que eu nem conheci, contemplando tanta beleza e vigor. E se eu fosse uma flor, qual seria? Às vezes, em paz comigo mesma, sinto-me um Copo de Leite... entre amigos sou um Girassol. Conheci Cactos que conseguiram me transformar na Margarida mais sem graça da Grama mal cuidada. Há quem desabrochasse a Rosa mais poderosa da minha terra. Vou seguindo murchando e brotando num movimento permanente e natural, debaixo de Sol e Chuva, sentindo as ventanias. Ora contribuo para o mel de uma abelha, ora recebo a graça de um beija-flor. Ai, como é bom ser Flor!
No cultivo dos meus dias, muitas vezes gostaria de ser a Orquídea mais rara do orquidário, premiada e sublime. Aprendi, entretanto, que, no meu solo, de acordo com as minhas capacidades consigo ser no máximo uma Violeta pequena, dessas que serve para qualquer ocasião. Aprendi o quanto é bom servir. Uma Violeta que não exige muito trabalho, mas inspira cuidados, senão murcha rápido. Não fico triste quando isso acontece, pois em condições propícias posso florescer outra vez. Em terra de espinhos tenho o privilégio de conseguir brotar.
O nosso planeta é um casarão antigo e a vida continua o jardim mais bonito que eu conheço.


*
Este texto foi publicado na antologia de contos "Baú das Letras" - Câmara Brasileira de Jovens Escritores, organizado por Luiz Eudes Cruz de Andrade, no ano de 2008, após conquistar menção honrosa em concurso literário.
Juiz De Fora - MG
Textos publicados: 5 [ver]

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