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Palavra do leitor

Nossa herança cultural medieval

Vendo os caminhos pelos quais a história tomou até chegar a Reforma, principalmente no que tange aos aspectos intelectuais e religiosos do ser humano, e vendo os caminhos que a nossa época está traçando, vieram-me algumas indagações: será que estamos voltando a Idade Média? Será que vamos chegar em um grau de absurdo místico dentro das nossas igrejas que precisaremos de uma nova reforma?

Ora não é esse o lema da primeira reforma, “Uma igreja reformada sempre reformando”? Então por que a igreja parou de se auto-analisar? De se auto-revisar? De se auto-reformar? Será que realmente precisamos chegar ao “fundo do poço” para enxergarmos o grau de misticismo que estamos vivendo? Você acha exagero? Então vamos observar três pontos que para mim são os mais fáceis de serem feitos paralelos com a Idade Média.

Primeiro, é o “mercado da fé”, qualquer semelhança com as relíquias e indulgências medievais são meras coincidências. Mezuzá, água da vida, sabonete ungido, a rosa de Saron e o sangue do cordeiro tá quebrando maldições e libertando vidas oprimidas por demônios. Aliás, tudo é demônio, eu queria saber onde fica a carne e o mundo. Milhares de pessoas estão correndo de igreja em igreja atrás de “porções mágicas” e rápidas que garantam a ida pro céu, se possível a de toda família, afinal de contas, para que compromisso com o Reino. Perece-lhe semelhante? Para mim também.

Segundo, é a falsa impressão que temos do real acesso a Palavra de Deus. Até porque Bíblia é artigo de luxo, e o preço é tão caro que a “massa” não tem como adquirir, aliás, a “massa” muitas vezes não tem nem o que comer (mas “nem só de pão vive o homem”) , e mesmo que alguém de alma caridosa doe um exemplar, a maioria das pessoas não tem instrução, quando sabem ler (no país existem cerca de 30 milhões de analfabetos funcionais, isto é, pessoas com menos de quatro anos de estudos). A “revelação” da Verdade fica então a cargo do líder espiritual, que repassa a suas ovelhas verdades que nem sempre se encontram na Verdade. O que isso gera? Alienação! As pessoas geralmente absorvem aquilo que escutam sem fazerem nenhum questionamento, costumes tornam-se doutrina, e a doutrina foi esquecida. Tô sendo radical? Acho que não. A falta de conhecimento está fazendo com que o povo crie doutrinas a partir de experiências e do que é místico. Parece também semelhante? Para mim também, só falta a Santa Inquisição, “queima ele”.

Por último quero questionar a forma de como cada vez mais Jesus está sumindo de nossas igrejas, da forma de que como a Cruz foi esquecida, de como a Graça foi ignorada. Como é raro ouvir falar de Jesus nos nossos púlpitos hoje… Também, o que lota as igrejas não é falar da Graça, do pecado, do arrependimento, da volta de Cristo e sim de “Como resolver seus problemas em dez dias”, ou “Como ficar rico freqüentando orações”, quem sabe ainda “Mais do que tudo aquilo que pedimos ou pensamos”. Meu Deus, aonde Tu fostes parar?

Podemos ainda observar em nossos dias mudanças “geográficas”, políticas, econômicas, sociais e intelectuais como foram observadas no século XV.

A globalização e a internet trouxeram consigo um novo conceito de espaço, um novo mundo, um mundo que agora é virtual. O local onde você está não importa mais, você pode trabalhar, conversar, fazer compras e até namorar pelo computador e a internet. O www faz milagres…

Na política e economia, ao invés de nações-estado, temos formação de blocos de países, onde nações se unem para defender seus interesses políticos e econômicos, surgem então os Tigres Asiáticos, Nafta, a União Européia, e nosso Mercosul. O dólar não é mais único, o euro veio para competir: quem vale mais!

O humanismo foi esquecido pela robótica. Estamos vivendo a era dos robôs, dos artigos eletrônicos, da telemática, pesquisas sobre o genoma humano, clonagem… quem é o homem nesse turbilhão de inovações?

Será que realmente estamos vivendo mais uma vez um momento propício para grandes mudanças? O que nos falta? Um líder como Lutero ou Calvino? Quando se dará o estopim de todas essas coisas? Gostaria de ter com exatidão as respostas destas perguntas, mas infelizmente estou próxima demais da realidade para conseguir discernir com real clareza estes questionamentos.

Mas se eu estiver correta, quero então acreditar que uma nova reforma está por vir, e que esta irá acontecer de forma diferente da primeira. Quero acreditar que esta não vai ser um movimento de elite, ou seja, que vem de cima para baixo e sim um movimento acadêmico, de dentro dos seminários. Não falo da estrutura de seminário existente que beneficia apenas uns; sonho com um movimento acadêmico que invada de maneira maciça as igrejas, um movimento que conta com os jovens sem distinção de cor, dinheiro, raça, idade, sexo e denominação. Uma conscientização que contagie as igrejas, e que estas contagiem as “massas”, nascendo uma nova fase no Cristianismo, para que assim possamos tomar posse do nosso lema: “Uma Igreja reformada e sempre reformando”.
Fortaleza - CE
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