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Palavra do leitor

“Net Generation” – Adolescentes, jovens e comunicação virtual

Por Lucas Medrado[1]
1.1 INTRODUÇÃO

Nos dias atuais temos visto e percebido diversos fatores externos que mudam nosso comportamento, sejam éticos, psicológicos ou morais. Percebemos isso pelo fato da alta modernidade nos “engolir” através do novo mundo, do mundo mudado, da informação. Pela luta de garantirmos espaço na sociedade sempre queremos estar à frente do outro, conhecer e desfrutar da comunicação tem sido um desafio profundo na contemporaneidade, principalmente quando o assunto é tecnologia, ou melhor, comunicação visual e internet.

Hoje, não precisamos sair de casa, comprar, vender, fazer laços de amizades e até namorar à moda antiga, basta acessar a rede, abrir a (s) página (s), colocar a senha na rede de relacionamento preferida, e pronto, estamos dentro. Plugados, “logados” ou conectados, como preferir, são palavras que fazem parte das nossas vidas todos os dias, não sei se no nosso caso já virou vício e/ou mania, todavia, é preciso dizer: estamos colocando nossas vidas em risco diante de tantas coisas que podem sufocar nosso tempo nas redes.

A alguns anos atrás tive a oportunidade de assistir a trilogia do filme Matrix[2], no qual narrava a história de um simples trabalhador de uma empresa de software que após seu expediente fazia o trabalho sujo de hackers para alguns clientes. Seu nome Sr. Anderson, mais conhecido como Neo, protagonizado em interpretado pelo ator Keanu Reeves. Tudo era tranquilo na vida de Anderson, até que, Morpheus um suposto “terrorista” o descobre, e insisti que ele é uma espécie de Messias (The Onde – O Escolhido) que irá salvar Zion de outros programas (hominoides) dos ataques quem iriam desferir contra a cidade. O inimigo por nome de Smith, era um programa com defeito que se tronou prejudicial como um vírus e não havia controle, posto que ele poderia se reproduzir sozinho no processo diário da Matrix.

O convite para o Sr. Anderson participar da Matrix fora feito de forma lúcida por Morpheus, que ofereceu ao jovem rapaz duas pílulas, uma que o fazia acordar de um sonho, e outra que o levaria ao mundo virtual do qual não haveria mais volta, ou seja, uma vez que Anderson estivesse na Matrix, nunca mais poderia sair de lá. Matrix sempre funcionou como um mundo irreal, ilusório, nela Anderson, se transformava em Neo, O Escolhido (na rede qualquer um pode ser o maior). Lá assou a possuir poderes especiais, elevados, movimentos rápidos e poderia fazer quaisquer coisas que os operadores dos programas determinassem.

Na realidade, quando estava plugado, Neo se “esquecia” de quem era de fato, um simples trabalhador, e passava a se conectar com outro mundo que fugia da racionalidade humana. Parece-me que ouço as palavras de Morpheus dizendo a Neo que a Matrix está em todo lugar... Não é metáfora, é o óbvio, as redes estão por todas partes, quer seja nos celulares, nos notebooks, nos computadores domésticos, tabletes, aparelhos de televisão, enfim, não há como escapar, a menos que entendamos de uma vez por todas que temos escolhas, ou tomamos da “pílula” que nos faz viver a realidade ou da que nos remeterá ao ilusório.

Assim, funciona a internet, as vezes acreditamos que estamos numa grande aventura, no entanto, a passos largos do abismo nos colocamos, e é sobre isso que trataremos daqui para frente, afim, de não acharmos que somos mais um Neo que poderá ficar exposto na Matrix, de modo que viva algo que não condiz com sua realidade. A má notícia é que Neo morre no final do terceiro filme (Matrix Revolution), uma pena, ou uma verdade. Toda pessoa que viver a margem da realidade sofrerá consequências gravíssimas do lado de dentro da rede.

Para basearmos nosso diálogo, é preciso estar atento de que não uma “satanização” das redes, de modo algum, no entanto, nos servirá de alerta para sabermos utilizarmos de forma correta, até porque, a sociedade “internaútica” precisa de ter limites navegar e limites para obedecer a se não quiserem ser banidos da terra e filtrados pelas redes.

O problema é que moças e moços perderam a noção do perigo, acham que podem viver no mundo das comunicações virtuais, sem fronteiras, sem barreiras, porém, se esquecem que as novas tecnologias influenciam muito a vida social a ponto de termos duas vidas no dia a dia. A real e a virtual, qual vale mais? Qual tempo temos de uso quando incorporamos quer uma quer outra? “Infelizmente” nos tornamos consumidores de TV, rádio, internet, celular, games, entre outros. Isso faz com em todo o tempo estejamos num estado de atualização constantes para que acompanhemos a novas tecnologias que surgem no planeta.

1.2 JÁ NÃO PODEMOS ESTAR FORA DA REDE

Na contemporaneidade são muitas as facetas que nos levam ao uso da internet como espaço de interatividade, comunicação e informação virtual. Só que o mal-uso vai depender da individualidade de cada ser humano, nesse sentido, os jovens por serem mais curiosos são os que mais acessam, por vários motivos: falta de trabalho, tempo vago, dentre outros fatores que possibilitam a constante permanência na interatividade.

Recentemente um estudo elaborado pelo CONECTA[3] (Comunidade Online de Pesquisa), apresentado no youPIX SP Festival em 2014, mostrou que o jovem/adolescente brasileiro internauta possuí em média 7 perfis em redes sociais. As mais populares são: Facebook (96% possuem perfil), YouTube (79%), Skype (69%), Google+ (67%) e Twitter (64%). Navegar nessas redes é um hábito de 90% dos internautas de todo o país com idade entre 15 e 32 anos. Outras atividades comuns na web são buscar informações (86%), acompanhar notícias (74%), assistir a vídeos (71%), ouvir música (64%) e trocar e-mails. Seguindo os dados abaixo podemos ter ideia do quanto a juventude se conecta a nível nacional:
Gráfico 1 - Facebook



Fonte: CONECTA 2014

Partindo desses primeiros pressupostos, percebemos que o mundo virtual se torna um ambiente pelo qual os jovens sabem bem os detalhes dos caminhos percorridos, inobstante esse quadro aponta o crescimento da virtualidade e repercussão da internet ante as famílias brasileiras (WAGNER, VERZA, SPIZZIRRI, SAIVA, 2009)[4]. Talvez nos cabe uma pergunta que não quer calar: como as famílias percebem e administram o uso da internet pelos jovens/adolescentes?
Para responder tal questionamento, precisamos pensar na reeducação no que se refere a “visualização do real”, bem como na reflexão que os pais devem travar quanto ao modelo de educação, informação e acesso as redes. Se pensarmos nos jovens cristãos, é bem possível que se numa pesquisa básica sobre a restrição em parelhos com conectividade teríamos um percentual alto apontando para o acesso livre por parte dos responsáveis, ou seja, não haveria quase nada de restrição de uso na internet. Segundo Cristianini (2013)[5],

Nesse universo de tantas tecnologias, as mídias digitais atraem a juventude. Eles se conectam usando as mídias digitais. Eles se satisfazem com presentes tecnológicos. Eles não conseguem viver sem ter acesso à internet. Um dia, ou uma semana sem acesso a rede é como se tivessem deixado de existir.

Mais que isso, a juventude está praticamente numa Matrix sem volta, e qualquer tentativa de mostrá-los os perigos dos vícios, é frustrante. Na verdade, não estamos mais off-line, e sim-sempre “on”, interligados, podemos: ir, voltar, viajar, esconder, trabalhar em qualquer lugar, época ou espaço. Por meio da navegação o impossível se torna possível. As relações já não são sólidas, tudo está relativo, globalizado e pós-moderno, de modo que as pessoas não se relacionam “olho no olho”, as amizades são descartáveis como band aid, basta um click, e alguém estará excluído do rol de amigos, é tudo muito liquido e “desconectável” (BAUMAN, 2003)[6].

É muito simples descobrimos se estamos dentro ou fora desse campo virtual, basta uma pessoa perguntar se temos algum perfil social e veremos o quanto seremos taxados de arcaicos (suave a palavra) ou mente aberta (palavra comum). Se porventura estivermos aliados ao primeiro significado estraremos assinando nossa sentença diante da juventude. Os convites não são mais pessoais, são fleyer virtuais que nos estimulam ir aos cultos, nada contra a tecnologia, aliás, a mesma é uma fonte riquíssima em dados para auxiliar-nos no cotidiano, basta usá-la de maneira equilibrada/balanceada.

Mas, é preciso relatar que essa geração está caminhando para um eixo que nos desloca da realidade tangível da vida para um outro eixo, o da “utopia”, da in-realidade, basta lermos os perfis, cada um é o que quer nas redes, alteram idades, possuem formação acadêmicas, são empresários, enfim. É uma Nerverland (Terra do Nunca), na qual tudo acontece, tudo sob os caprichos do dono da conta seja qual for. Nesse segundo quadro verificaremos o percentual de conectividade que a juventude está inserida no dia a dia,
Imagem 1 – Uso Diário da Internet



Fonte: CONECTA 2014

Com base na porcentagem é possível dizer que os jovens do Brasil acessam a internet de maneira corriqueira, significa, que no palco das relações a vida virtual está sempre em primeiro lugar.

1.3 “MATRIX” COMO ESPAÇO DE RELAÇÃO VIRTUAL

Repensando a questão de Matrix como espaço de interatividade, penso que a cada dia que se passa, as pessoas que lá estão, estão por algum motivo, como se não bastasse as redes sociais oferecem uma espécie de “vida” aos que dela se utilizam. Isso só é possível posto que a internet se torna comunidade agregadora para determinados fins, segundo Léger[7] (pg.51),

Em matéria religiosa, como em tudo o mais na vida social, o desenvolvimento do processo de pulverização individualista produz paradoxalmente a multiplicação de pequenas comunidades fundadas com afinidades sociais, culturais e espirituais de seus membros. Tais comunidades subsistem, no campo da afetividade e da comunicação, aquelas “comunidades naturais” nas quais se tinha, outrora, um imaginário em comum. Na medida em que a representação de continuidade e da solidariedade do grupo não é mais vivida no dia-a-dia na família, no trabalho, na comunidade da vizinhança, no grupo confessional, ela surge, necessariamente, do interesse voluntário e pessoal dos indivíduos.

Nesse sentido, a relação afetiva construída pelo afeto humano perde força no âmbito real e toma conta das relações via rede virtual. Nem sempre essa interação será amigável, ademais, na Matrix há “bases” aliadas e da oposição, aliás, quando se trata de relação sociais temos de ter em mente que são pessoas que interagem, cosmovisão diferentes, personalidades diferentes, no entanto, uma palavra se tem feito presente nesse ciberespaço: a intolerância
.
1.4 O CELULAR COMO VILÃO DOS ADOLEX NA ATUALIDADE

Um belo dia comum numa aula de língua portuguesa no 7º ano do ensino fundamental, calhou um assunto na apostila com o seguinte subtítulo: As Multiplicações Celulares. No primeiro momento meus alunos não entenderam, acima do texto, havia uma imagem de células que se multiplicavam em um tecido (pele). O texto não era sobre biologia, tampouco, de ciências da natureza. Era um texto metafórico, abordava sobre as questões de multiplicações dos aparelhos celulares. Isso implicava numa situação grave na qual o autor propôs pensar na questão de células cancerígenas, a metáfora recaía na problemática de que muitos “celulares” também pode não ser bom para saúde humana, ou seja, de certa forma “mata” o tempo e a vida social de seus usuários.

Nessa grande multiplicação de celulares no Brasil, pesquisas[8] recentes têm indicado que nossos jovens (81%) são os que mais usam celular no mundo. Para os autores do livro[9] – Adolescência & Comunicação Visual, embora o acesso à tecnologia do telefone móvel não seja facilitado igualmente a todos os jovens do Brasil, já é possível perceber, ao menos no que concerne ao telefone celular, o parelho é um objeto de consumo e de desejo dos jovens de todas as camadas sociais. Se lermos o gráfico abaixo entenderemos de antemão o quanto as conectividades a redes sociais pelo celular são constantes na vida diária dos jovens.

Gráfico 2 - Celular


Fonte: CONECTA 2014

Isso explica a ansiedade, posto que com o parelho em mãos a juventude tem a seu favor, internet, televisão, MP3, dentre outras coisas que influenciam suas vidas. Quiçá tivéssemos pais que interferissem no uso de celulares de seus filhos, sem essa restrição, mais vícios trarão sobre si, aliás, dependências que acarretará na atualização de um aparelho novo para que fique em pé de igualdade com os consumidores “tops” do mercado da tecnologia. Por ser um aparelho multifuncional o celular acompanhará as tendências da evolução, na qual retira o do consumidor a finalidade inicial (ligação) e o leva ao “mundo” do entretenimento sem fim, bem ali em suas mãos.

1.5 ALGUMAS DICAS DE USO DO COMPUTADOR DOMÉSTICO

Já que não podemos “barrar” o uso das redes sociais pela multiplicidade de aparelhos que corroboram com o processo, delimitaremos a partir daí algumas dicas que serão importantes tanto para os pais como para os filhos. Antes de fazermos os seguintes apontamentos é necessário perceber que:

· O adolescente atual nasceu na revolução digital;
· Precisar de ter dos pais disciplina;
· Orientação de como lidar com a comunicação visual;

Se isso estiver pelo menos dentro da meta que deverá ser traçada já teremos um bom começo. Primeiro, pelo fato estarmos inseridos numa sociedade virtual. Segundo, nossa juventude disponibiliza de um serviço virtual instantâneo. E em terceiro e último lugar é comum termos no seio cristão fiéis conectados o dia inteiro, cabe aos pais delimitar as regras a partir das seguintes dicas:

1. Mantenha o microcomputador numa área comum da casa, isso facilita a observação do uso;
2. Esclareça os prós e contras nas salas de bate-papo;
3. Admoeste sobre a exposição de dados pessoais nas redes.
4. Alertá-los sobre o uso de lan houses;
5. Utilize um software para controle de acesso à internet;
6. Verifique a caixa de e-mails;
7. Leias mensagens dos celulares;

Essas dicas serão fundamentais para estabelecer certos limites, no começo todas as regras são ruins, porém, é melhor ter um filho sadio sem vícios quaisquer que sejam que afundado no mundo da Matrix sem volta. É preciso lembrar que essas informações são apenas caminhos para direcioná-los ao bem-estar da sua vida social, espiritual e psicológica. É possível viver no mundo contemporâneo na qual a conectividade é latente sem ter de ferir a vida com Deus. Precisamos lembrar que fora das redes temos uma espiritualidade a zelar, de modo que a questão é real, séria e não suporta teatros virtuais. Do contrário teremos problemas para uma geração inteira. Um mundo melhor só será melhor quando voltarmos a olhar uns nos olhos dos outros, abraçarmos juntos sem ter que excluir ou incluir os que tem afinidade conosco. Essa maneira simples de viver ainda é eficaz no Universo dos homens. Voltemos a pensar que somos humanos, simples humanos e não produtos do sistema virtualizado das máquinas.

1.7 INDICAÇÕES LITERÁRIAS
1. Adolescência & Comunicação Virtual (Editora Sinodal, 2009);
2. Relações Amorosas e Internet (Editora Sinodal, 2009);
3. Drogas e Internet (Editora Sinodal, 2009);


[1] Graduado em Letras Português e Inglês (UNIRADIAL), pós-graduado em História e Teologia do Protestantismo Brasileiro (FTBSP) e mestrando em Ciências da Religião (UMESP).
[2] Matrix é uma produção cinematográfica estadunidense e australiana de 1999, dos gêneros ação e ficção científica, dirigido pelos irmãos Wachowski e protagonizado por Keanu Reeves e Laurence Fishburne.
[3] CONECTA. Conecta apresenta dados sobre jovem internauta brasileiro. Disponível em: http://conecta-i.com/?q=pt-br/node/530. Acesso em: 23 jun. 2015.
[4] Adolescência & comunicação virtual / Adriana Wagner ... [et al.]; Coordenação da coleção de Adriana Wagner, João Alves da Silva Neto e Marlene Neves Strey. – São Leopoldo; Sinodal, 2009.
[5] CRISTIANINI. Jeferson. A Geração Y e o Protestantismo Brasileiro: pontes e bloqueios. 2016. 72 f. monografia. São Paulo: Faculdade Teológica de São Paulo, 2013.
[6] BAUMAN, Zygmunt, Comunidade- A busca por segurança no mundo atual, Rio de Janeiro-RJ : Jorge Zahar Editor, 2003.
[7] LÉGER, Daniele Hervieu. O peregrino e o convertido- A religião em movimento, Petrópolis- Rio de Janeiro: Vozes, 2008.
[8]PLAYGROUND DIGITAL. A relação das crianças com a tecnologia. 2007. Disponível em: http // www.maxpressnet.com.br/e/estratégia. Acesso em 24 de junh2015.
[9] Adolescência & comunicação virtual / Adriana Wagner ... [et al.]; Coordenação da coleção de Adriana Wagner, João Alves da Silva Neto e Marlene Neves Strey. – São Leopoldo; Sinodal, pg. 47, 2009.
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