Eu não era um bêbado!

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“Eu era um bêbado e vivia drogado. Hoje estou curado. Encontrei Jesus”. Já dizia a famosa canção da banda Asa de Águia. A música que representa de alguma forma um deboche dos testemunhos evangélicos, reflete uma realidade bastante comum sobre estes testemunhos. São quase iguais e trazem em si um certo elemento de preconceito. Preconceito porque parte de um pressuposto que quem se encontra com Cristo o faz do mesmo jeito e pelos mesmos motivos. A canção resume este padrão.
Há no início uma revelação impactante e polêmica: “...Eu era um bêbado..., eu era drogado..., uma prostituta, um ladrão, adúltero...”. A seguir vem a transformação que parece repentina e definitiva “Hoje estou curado”. Muitas pessoas aproveitam inclusive para fazer dinheiro com estes testemunhos que são compartilhados com o pretexto de revelar o que acontece no “mundo” para que outros não venham a cair nas mesmas armadilhas. Ficaram conhecidos, por exemplo, os vídeos de ex-bruxos que afirmavam ter feito pactos envolvendo artistas famosos. Porém, uma etapa essencial nisso tudo parece negligenciada que é a mudança de mentalidade.
Se analisarmos os quatro primeiros livros do novo testamento, os evangelhos segundo Mateus, Marcos, Lucas e João, encontraremos diversos exemplos de conversões que resultaram de um encontro com Cristo. Exemplos como Zaqueu (Lc 19), a mulher do fluxo de sangue (Mc 5.24-34), a mulher adúltera (Jo 8), os leprosos no caminho para Jerusalém (Lc 17), entre outros. O que poderá perceber em comum em todos os casos é que em nenhum existe uma ênfase ou foco no pecado cometido. Zaqueu, por exemplo, compreendeu que toda riqueza e prosperidade que procurava estavam manifestados diante dele em Cristo e por isso não precisaria mais ganhar seu dinheiro fazendo cobranças abusivas o que resultou na devolução quadruplicada de tudo que havia obtido ilicitamente. A mudança de atitude foi resultado primeiramente de uma mudança de mentalidade. É esta mudança que é importante, o foco do testemunho. Se essa mudança não for baseada no entendimento de quem é Jesus Cristo e de como ele nos ama, o efeito produzido não significa absolutamente nada, não é uma conversão genuína.
A mudança de mente é instantânea, mas as atitudes nem sempre mudam de uma hora para outra. Se dá início a um processo. Porém, Deus nos vê como justos desde o primeiro momento, uma vez que somos lavados e remidos pelo sangue derramado na cruz do calvário.
Outra mensagem importante, porém suplantada muitas vezes é a percepção de que precisamos de Cristo, não da igreja como instituição, não de um guru espiritual, mas simplesmente precisamos de Cristo pelo que ele é: SALVADOR! (Jo 3.17)
Muitas pessoas pensam que por não se encaixar nas categorias “drogado”, “bêbado”, “prostituta”, “ladrão” e etc elas não precisam de Jesus ou precisam pouco ou precisam menos.
Eu mesmo não me lembro de nada marcantemente terrível que tenha feito antes de meu encontro com Cristo, mas um dia compreendi que tinha necessidade de estar com Cristo e que somente ele é o caminho para a vida eterna. Tinha a figura de Jesus como alguém justo porém castigador. Hoje entendo que Jesus é meu amigo e tem poder para me ajudar em todas as minhas necessidades. Não somente deseja providenciar coisas boas, mas quer ter um relacionamento vivo comigo. Eu não era um bêbado, você talvez não tenha sido. Isso não importa. O que importa é que você entenda quem é Jesus e quem você é nele.

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Opinião do leitor