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Palavra do leitor

Eu chorei!

Dizem os familiares que sempre fui chorão; creio que já contei aqui que, quando tinha uns dois anos, já chorão, minha mãe, querendo acalentar-me, dizia algumas palavras carinhosas, amorosas; então eu pedia, ainda com a voz embargada, mas forte: “limpa a lága” [limpa a lágrima], e mamãe passava sua suave mão em meu rosto, enxugando as lágrimas; choramingava eu: “toooda viiida!”

Há momentos em que, querendo segurar o choro, o coração se inunda de lágrimas, mas a fisionomia mostra o estado emocional. Não é feio homem chorar, não é proibido homem chorar!

Hoje, 22.09.15, fui ao Hospital Paulista, especializado em Otorrinolaringologia, buscar o meu aparelho auditivo, que vai minorar a atual dificuldade auditiva, que já me acompanha há alguns anos; agora chegou ao ponto de ter que recorrer a uma ajuda tecnológica, de um “corpo estranho” em meu corpo [ouvido esquerdo].

É que, em uma roda de conversa, o deficiente auditivo mais parece um portador de autismo.

Ao volante, no caminho de volta para casa, eu chorei, eu fiquei com a voz embargada pela emoção!

Não é tristeza, não é lamuriação, não é murmuração, não é inconformismo, não é queixa, não é rebeldia em relação ao meu Deus pela decrepitude que vai se instalando aos pouquinhos.

Em minha cabeça, em questão de segundos, passou um filme de toda a minha vida e, lembrando-me dos momentos abaixo comentados, entendi agradecer a Deus pela sua presença constante propiciando-me o melhor e eu, em silêncio, recitei:

“E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir [tem suprido], em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades” (Fp 4 15).

“Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30 5) - eu disse isso, uma vez, para minha mãe; sim, porque ela também chorava, ela também era emotiva, sensível e os sentimentos quer felizes, quer tristes, inundavam a sua alma de lágrimas, que desciam, quentinhas, pela face.

Não é rebeldia contra o meu Deus dizia eu, acima, pois Ele já deixou mais do que claro em Sua Palavra que “Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo rigor, a oitenta; neste caso o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos” (Sl 90 10).

Estou voando ainda e rapidamente: é o vigor, meu Senhor, que Tu me deste, que sobrepuja o enfado e o cansaço; esse vigor me faz sentir que ainda estou com uns 38 anos, não me sinto com 74 pela Tua graça, pela Tua misericórdia.

Chorei, hoje, não por revolta, não por alguma dor, não por alguma doença grave e terminal, mas as lágrimas me rolaram, dentro do coração, porque comecei a pensar nos corpos estranhos que já habitam o meu corpo, coisas que jamais eu desejei; primeiro os óculos, depois uma mini-prótese dentária, alguns anos depois recebi três “stent’s” na coronária; agora um minúsculo aparelho auditivo; e, ainda este ano, passarei por uma cirurgia de catarata, na qual será retirado o cristalino e colocada uma lente corretiva em seu lugar.

“Um lencinho não dá para enxugar o rio de lágrimas que eu [ainda] tenho para chorar” (trecho de um sambinha de Luiz Ayrão).

Meu Senhor e Eterno Deus, já começo a sentir que não sou eu mais, mas vou cedendo espaço para a tecnologia avançar corpo adentro, para substituir aquilo que não mais funciona com a perfeição com a qual e para a qual me fizeste; o corpo corruptível vai enfraquecendo à espera do corpo incorruptível, sem máculas, que Tu me prometes e eu sei que vou tê-lo na Tua presença santa.

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo. Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo; a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma” (I Pe 1 3-9).

Não é vanglória, não é rompante, não é ufanismo, não é triunfalismo! Tu sabes, meu Senhor e Deus, que é certeza, é convicção [é fé] de que “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo, o teu bordão e o teu cajado me consolam” (Sl 23 4).

Finalmente, como tenho afirmado em outras oportunidades: “... a nossa leve e momentânea tribulação [tempo presente] produz para nós eterno [tempo futuro] peso de glória, acima de toda comparação” (II Co 4 17).

A ti, meu Senhor, meu Deus e Pai eterno, todo o louvor, toda a glória e toda a honra!
São Paulo - SP
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