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Palavra do leitor

Entre um Deus cruel e um Deus fraco versus a Graça do Ainda não!

A peça escrita pelo poeta Archibald Macleish, datada de 1958, intitulado J.B., extraída dos enredos narrativos da história de Jó, conforme relatado na bíblia, por meio de um de seus personagens, nos abre uma interessantíssima e, talvez, necessária reflexão, para que muitos venham encontrar paz e liberdade, em seus corações.

A fala desse personagem diz: ‘’Se Deus é Deus, Ele não é bom/Se Deus é bom, ele não é Deus.

Em resumidas palavras, se Deus não é capaz de tornar este mundo melhor, arrumar as coisas, dá um jeito nessa bagunça (grifo pessoal), então, não pode e muito menos é o Mestre do Universo, o Princípio de todas as coisas, o Todo – Poderoso, o Onisciente, o Onipotente eo Onipresente. Não para por aqui, se tem essa condição e reúne todos os atributos para isso e não o faz, outro caminho não há, senão, embora possa intervir, mas não o faz, reconhecer que não é uma fonte absoluta de bondade, de justiça, de alegria, de misericórdia. Nessa fala descrita pelo personagem dessa peça, encontramos um Deus cruel e um Deus fraco.

Vou além, como face da mesma moeda!

Ora, parto dessas abordagens e quando folheamos as páginas da história da humanidade, lastimavelmente, encontramos o homem submetendo o semelhante as mais bárbaras, as mais facínoras, as mais implacáveis e as mais impiedosas formas de desumanização. Aliás, muitos em nome de Javé, de Alá, da fé, dos dogmas, de revelações, de profecias, de promessas e por ai vai.

Os negros tratados como objetos, coisas descartáveis, trazidos como escravos, em navios negreiros, com a tolerância ou o cinismo dos ditos e denominados representantes da fé cristã; as mulheres concebidas para atender os anseios, as inclinações, as vontades e as paixões momentâneas, por onde eram violentadas, vistas como figuras de segunda classe, sem direitos e privilégios, ainda hoje presente tais descalabros, ao qual ainda se valem de um discurso do Todo Poderoso; as intermináveis guerras étnicas, religiosas, raciais que dizimam vidas, como em muitos países da África e o genocídio, em curso na Síria.

Sem hesitar, mormente tantos quadros depreciativos, uma parte da humanidade vive melhor, com uma expectativa de longevidade, com um avanço tecnológico e científico incontestável, com o mundo, cada vez mais, conectado, interligado, dinâmico. Agora, tornamo – nos referencias de uma efetiva e saudável tolerância, de uma dignidade que não permanece atrelada as fronteiras territoriais, de uma justiça atenta aos excluídos, aso marginalizados, aos desesperançados, aos jogadas, pra lá e cá (como os refugiados, no continente europeu)?

Grosso modo, a bíblia não esconde o jogo, a maldade que salta aqui, ali e acolá, e mesmo assim somos chamados a não fechar os olhos, encarar, enfrentar e confrontar essas micro realidades, esses pedaços de biografias, essas miríades de situações vergonhosas. Dou mais uma pincelada, não põe um tapa buraco, faz – nos ver e perceber tudo de errado, entretanto, demonstra e quer nos demonstrar uma postura para não aceitarmos a coisas como são, que tenha de ser assim, pronto, acabou e fim. Digo, longe de um dualismo, entre bem e mal, encontramos, em todos os cantos e recantos desse mundo, forças, movimentos, decisões, respostas e, enfim, pessoas impulsionadas por não arredar de tornar tudo a nossa volta melhor, mais humano, livre, esperançoso, aberto aos recomeços e reencontros. Isso eu me valho da Graça do Ainda Não, da Graça que traz as utopias possíveis, de não ficar de braços cruzados e deixar as alas da destruição, do ódio, da desumanização dita as regras do jogo.

Eis, acredito, particularmente, o chamado desafiador de Cristo, porque reconhece as hemorragias esparramadas neste mundo (e o nosso cotidiano mostra, muito bem) e nos convoca para um inconformismo sobre o por qual motivo não é o que deveria ser e isto desmonta a tese de que Deus faz vistas grossas para doenças, crimes, desastres, violência, atos arbitrários. Não e não, estamos sensíveis as angustias, as aflições, as dores, aos dissabores, aos infortúnios que atingem a muitos e isto mexe e deve mexer conosco. Mesmo diante disso, enquanto a trombeta não ressoa, Cristo não voltar, faz – se necessário olhar para o quanto benefícios tem sido promovidos, como, por exemplo, pelos progressos da ciência médica, pelo acesso a educação (infinitamente superior, caso viessemos comparar a cem anos, atrás).

É bem verdade, há muito a ser feito, desbravado e reivindicado; há, tristemente, muitos com as mãos estimuladas pela maldade, pelo egoísmo, pela indecência, pela brutalidade, todavia, há também muitos com as mãos regidas para fazer o melhor, acreditar na solidariedade, na fraternidade, na justiça (restauradora e reconciliadora), na misericórdia, na redução das distâncias sociais, no derrocada de sistemas demoníacos de opressão e para os homens não se aproximarem movidos pela desconfiança, pela dúvida, pela insegurança.
São Paulo - SP
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