Opinião
24 de novembro de 2025- Visualizações: 989
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Tradução e discipulado: duas faces para o cumprimento da Grande Comissão
Como a tradução da Bíblia e o discipulado se entrelaçam no avanço da missão de Deus entre os povos
Por Paulo Teixeira
Congresso Brasileiro de Missões 2025
O mês da Bíblia é sempre um convite para relembrar a centralidade das Escrituras na vida e na missão da Igreja. Neste biênio, a Sociedade Bíblica do Brasil propõe o tema “Bíblia, Igreja e Missão”, lembrando-nos de que a Palavra de Deus é o ponto de partida e o coração de toda ação missionária. E, nesse contexto, duas dimensões da missão se destacam como inseparáveis: traduzir e discipular.
A ordem de Jesus em Mateus 28.19-20a continua ecoando com força: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado a vocês.”
A Grande Comissão é, antes de tudo, um chamado a ensinar. Mas como ensinar tudo o que Cristo ordenou se as pessoas não têm acesso à sua Palavra? É nesse ponto que tradução e discipulado se encontram. Traduzir é abrir o caminho para o discipulado; discipular é dar vida à tradução. Ensinar a Palavra pressupõe acesso à Palavra. Fazer discípulos implica partilhar o texto que revela quem é Jesus.
Traduções “de gabinete”, sem envolvimento do povo no processo
Desde os primeiros séculos, Deus tem usado tradutores para manter viva a fé do seu povo. No século 3 a.C., muitos judeus que fixaram residência fora de Israel após o cativeiro babilônico já não falavam hebraico, mas grego, língua que estava em franca expansão no mundo de então. Em meio a esse contexto, nasceu a Septuaginta ou a “Versão dos Setenta”, a tradução do Antigo Testamento para o grego, feita em Alexandria, no Egito. Graças à Septuaginta, o povo pôde continuar sendo instruído pela Palavra mesmo vivendo em terras estrangeiras, na Diáspora, longe de Israel.
Séculos depois, Jerônimo traduziu a Bíblia para o latim, a língua do Império Romano. Buscando ser o mais fiel possível ao texto original, Jerônimo foi viver em Belém, onde esmerou-se no aprendizado da língua hebraica, conhecimento que aplicou em sua tradução. Sua obra ficou conhecida como Vulgata, termo latino que remete ao “povo”, a “pessoas simples”, manifestando a intenção do tradutor em verter a Bíblia em latim acessível ao povo. Seu propósito com a Vulgata era simples e profundo: que todos conhecessem a Cristo nas Escrituras. Jerônimo afirmava: “Desconhecer as Escrituras é desconhecer a Cristo.”
Um traço comum à Septuaginta e à Vulgata é que ambas, tanto quanto se sabe, não tiveram o envolvimento de seus futuros usuários durante o processo de tradução. As pessoas só as receberam quando, após muitos anos de trabalho dos tradutores, a Septuaginta e a Vulgata ficaram prontas. O processo de tradução era algo distante das comunidades, daí as denominarmos aqui “traduções de gabinete”. Neste caso, o discipulado custava a florescer, acontecendo apenas a partir do momento em que os tradutores davam por finalizada a sua tarefa.
Traduções “interativas”, quando traduzir passou a discipular
Nos séculos seguintes, a tradução bíblica ganhou nova forma. John Wycliffe, na Inglaterra do século 14, traduziu a Bíblia do latim para o inglês popular, e seus seguidores, conhecidos como lolardos, iam pelas vilas e lugarejos lendo, recitando e cantando os trechos bíblicos à medida que ficavam prontos. Inicialmente, Wycliffe adotou esta estratégia para testar a compreensão e a aceitação de seu trabalho pelo povo de seu país. Mas paralelamente a isto, de maneira natural, a atuação dos lolardos fez com que o discipulado já acontesse enquanto a tradução de Wycliffe era feita.
Mais tarde, no século 16, refugiado no Castelo de Wartburg, Lutero traduziu o Novo Testamento para o alemão. Em apenas onze semanas, ele conseguiu fazer um rascunho do Novo Testamento, que traduziu a partir de uma edição tipográfica do NT compilado por Erasmo de Roterdã em 1516. O Novo Testamento de Lutero foi publicado em setembro de 1522, obtendo grande aceitação popular. Ao revisar o Novo Testamento e ao avançar, com a ajuda de amigos, na tradução do Antigo Testamento, Lutero adotou prática semelhante àquela de John Wycliffe: cada porção traduzida era logo lida e testada pela comunidade, o que ajudava muito o Reformador na lapidação da tradução. Lutero dizia: “A Bíblia é para o povo o que o pão é para a vida”, e Lutero queria servir o melhor pão possível às pessoas de seu tempo.
Com Wycliffe e Lutero, a tradução deixou de ser apenas um produto e se tornou um processo comunitário. O texto ganhava vida nas casas, nos cultos, nas praças. Traduzir passou a ser uma forma de discipular – e discipular, uma maneira de traduzir.

Traduzir discipulando e discipular traduzindo
Hoje, essa integração entre tradução e discipulado está mais viva do que nunca. Missões tradutoras que compõem as Sociedades Bíblicas Unidas e a Aliança Global Wycliffe – organizações globais de tradução bíblica, atuam com equipes multidisciplinares formadas por tradutores nativos, líderes comunitários, consultores, linguistas, antropólogos e teólogos.
Mas o elemento decisivo e a característica marcante das traduções feitas hoje é a participação da própria comunidade no processo. Cada novo texto é testado em cultos, estudos, cânticos e dramatizações. O povo lê, ora, canta e reconta a Palavra enquanto ela ainda está sendo traduzida. Assim, o Evangelho começa a transformar vidas antes mesmo de a Bíblia estar completa.
Entre povos indígenas no Brasil, por exemplo, quando o Evangelho de Marcos ou os Salmos ficam prontos, eles são imediatamente usados no culto, gerando discípulos e fortalecendo a fé. O mesmo ocorre entre os surdos: partes das Escrituras já foram traduzidas para Libras, e cada nova história ou livro é celebrado como um alimento espiritual.
Esse processo cria um círculo virtuoso:
• Traduzir discipulando — cada texto traduzido já forma discípulos.
• Discipular traduzindo — o discipulado vivido na comunidade ajuda a aperfeiçoar a tradução, garantindo clareza e fidelidade à mensagem.
Traduzir, hoje, é muito mais do que uma tarefa técnica. É um ato missionário, um gesto de amor, um exercício de comunhão. Cada versículo que ganha nova voz em outra língua é um eco da encarnação do Verbo – o Deus que fala todas as línguas e quer ver o Evangelho chegar a todos os povos.
Duas faces da Grande Comissão
Sem tradução, o discipulado perde o fundamento. Sem discipulado, a tradução perde o propósito. Traduzir e discipular são movimentos inseparáveis na Grande Comissão – a Palavra traduzida forma discípulos, e o discipulado vivido dá sentido à tradução.
A missão de Deus se cumpre por meio da Igreja quando a Palavra é acessível e vivida. O trabalho das Sociedades Bíblicas e das agências de tradução é estratégico porque cada Bíblia publicada ou gravada é uma semente de discipulado. Cada porção traduzida é uma oportunidade para que alguém ouça a voz de Deus na sua própria língua – talvez pela primeira vez, e, lembremos: “A fé vem pelo ouvir, e o ouvir, pela palavra de Cristo” (Rm 10.17).
O conteúdo deste artigo foi originalmente apresentado pela Aliança Pró-Tradução da Bíblia (APTB) em uma oficina conduzida por Tim Bachmann e Paulo Teixeira durante o Congresso Brasileiro de Missões (CBM) 2025, promovido pela Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB), em Águas de Lindoia, SP, em outubro de 2025. A reflexão mostra que traduzir e discipular são movimentos inseparáveis na Grande Comissão – Palavra traduzida forma discípulos, e o discipulado vivido dá sentido à tradução.
Imagem: Unsplash.
REVISTA ULTIMATO - A IGREJA EM MISSÃO
Ultimato celebra a igreja em missão, a missão da igreja e o movimento missionário brasileiro, cuja história é quase tão longeva quanto a do Brasil.
Ao longo de mais de 10 páginas, o leitor vai encontrar parte das palestras do 10ª edição do Congresso Brasileiro de Missões (CBM 2025), que aconteceu em outubro, em Águas de Lindóia, SP, e lerá, no "Especial", um painel com uma avaliação ampla e crítica do movimento missionário brasileiro.
É disso que trata a edição 416 de Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» A Bíblia Toda, o Ano Todo, John Stott
» O Cultivo da Vida Cristã - Meditações a partir de 1 João, Robert Koo
» Acessibilidade no Congresso Brasileiro de Missões (CBM) 2025, por Mônica Freitas
» A história do Novo Testamento em Ninam, por Carole Lee Swain, Jacqueline dos Santos e Maria Rosa Monte
Por Paulo Teixeira
Congresso Brasileiro de Missões 2025
O mês da Bíblia é sempre um convite para relembrar a centralidade das Escrituras na vida e na missão da Igreja. Neste biênio, a Sociedade Bíblica do Brasil propõe o tema “Bíblia, Igreja e Missão”, lembrando-nos de que a Palavra de Deus é o ponto de partida e o coração de toda ação missionária. E, nesse contexto, duas dimensões da missão se destacam como inseparáveis: traduzir e discipular.A ordem de Jesus em Mateus 28.19-20a continua ecoando com força: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado a vocês.”
A Grande Comissão é, antes de tudo, um chamado a ensinar. Mas como ensinar tudo o que Cristo ordenou se as pessoas não têm acesso à sua Palavra? É nesse ponto que tradução e discipulado se encontram. Traduzir é abrir o caminho para o discipulado; discipular é dar vida à tradução. Ensinar a Palavra pressupõe acesso à Palavra. Fazer discípulos implica partilhar o texto que revela quem é Jesus.
Traduções “de gabinete”, sem envolvimento do povo no processo
Desde os primeiros séculos, Deus tem usado tradutores para manter viva a fé do seu povo. No século 3 a.C., muitos judeus que fixaram residência fora de Israel após o cativeiro babilônico já não falavam hebraico, mas grego, língua que estava em franca expansão no mundo de então. Em meio a esse contexto, nasceu a Septuaginta ou a “Versão dos Setenta”, a tradução do Antigo Testamento para o grego, feita em Alexandria, no Egito. Graças à Septuaginta, o povo pôde continuar sendo instruído pela Palavra mesmo vivendo em terras estrangeiras, na Diáspora, longe de Israel.
Séculos depois, Jerônimo traduziu a Bíblia para o latim, a língua do Império Romano. Buscando ser o mais fiel possível ao texto original, Jerônimo foi viver em Belém, onde esmerou-se no aprendizado da língua hebraica, conhecimento que aplicou em sua tradução. Sua obra ficou conhecida como Vulgata, termo latino que remete ao “povo”, a “pessoas simples”, manifestando a intenção do tradutor em verter a Bíblia em latim acessível ao povo. Seu propósito com a Vulgata era simples e profundo: que todos conhecessem a Cristo nas Escrituras. Jerônimo afirmava: “Desconhecer as Escrituras é desconhecer a Cristo.”
Um traço comum à Septuaginta e à Vulgata é que ambas, tanto quanto se sabe, não tiveram o envolvimento de seus futuros usuários durante o processo de tradução. As pessoas só as receberam quando, após muitos anos de trabalho dos tradutores, a Septuaginta e a Vulgata ficaram prontas. O processo de tradução era algo distante das comunidades, daí as denominarmos aqui “traduções de gabinete”. Neste caso, o discipulado custava a florescer, acontecendo apenas a partir do momento em que os tradutores davam por finalizada a sua tarefa.
Traduções “interativas”, quando traduzir passou a discipular
Nos séculos seguintes, a tradução bíblica ganhou nova forma. John Wycliffe, na Inglaterra do século 14, traduziu a Bíblia do latim para o inglês popular, e seus seguidores, conhecidos como lolardos, iam pelas vilas e lugarejos lendo, recitando e cantando os trechos bíblicos à medida que ficavam prontos. Inicialmente, Wycliffe adotou esta estratégia para testar a compreensão e a aceitação de seu trabalho pelo povo de seu país. Mas paralelamente a isto, de maneira natural, a atuação dos lolardos fez com que o discipulado já acontesse enquanto a tradução de Wycliffe era feita.
Mais tarde, no século 16, refugiado no Castelo de Wartburg, Lutero traduziu o Novo Testamento para o alemão. Em apenas onze semanas, ele conseguiu fazer um rascunho do Novo Testamento, que traduziu a partir de uma edição tipográfica do NT compilado por Erasmo de Roterdã em 1516. O Novo Testamento de Lutero foi publicado em setembro de 1522, obtendo grande aceitação popular. Ao revisar o Novo Testamento e ao avançar, com a ajuda de amigos, na tradução do Antigo Testamento, Lutero adotou prática semelhante àquela de John Wycliffe: cada porção traduzida era logo lida e testada pela comunidade, o que ajudava muito o Reformador na lapidação da tradução. Lutero dizia: “A Bíblia é para o povo o que o pão é para a vida”, e Lutero queria servir o melhor pão possível às pessoas de seu tempo.
Com Wycliffe e Lutero, a tradução deixou de ser apenas um produto e se tornou um processo comunitário. O texto ganhava vida nas casas, nos cultos, nas praças. Traduzir passou a ser uma forma de discipular – e discipular, uma maneira de traduzir.

Traduzir discipulando e discipular traduzindo
Hoje, essa integração entre tradução e discipulado está mais viva do que nunca. Missões tradutoras que compõem as Sociedades Bíblicas Unidas e a Aliança Global Wycliffe – organizações globais de tradução bíblica, atuam com equipes multidisciplinares formadas por tradutores nativos, líderes comunitários, consultores, linguistas, antropólogos e teólogos.
Mas o elemento decisivo e a característica marcante das traduções feitas hoje é a participação da própria comunidade no processo. Cada novo texto é testado em cultos, estudos, cânticos e dramatizações. O povo lê, ora, canta e reconta a Palavra enquanto ela ainda está sendo traduzida. Assim, o Evangelho começa a transformar vidas antes mesmo de a Bíblia estar completa.
Entre povos indígenas no Brasil, por exemplo, quando o Evangelho de Marcos ou os Salmos ficam prontos, eles são imediatamente usados no culto, gerando discípulos e fortalecendo a fé. O mesmo ocorre entre os surdos: partes das Escrituras já foram traduzidas para Libras, e cada nova história ou livro é celebrado como um alimento espiritual.
Esse processo cria um círculo virtuoso:
• Traduzir discipulando — cada texto traduzido já forma discípulos.
• Discipular traduzindo — o discipulado vivido na comunidade ajuda a aperfeiçoar a tradução, garantindo clareza e fidelidade à mensagem.
Traduzir, hoje, é muito mais do que uma tarefa técnica. É um ato missionário, um gesto de amor, um exercício de comunhão. Cada versículo que ganha nova voz em outra língua é um eco da encarnação do Verbo – o Deus que fala todas as línguas e quer ver o Evangelho chegar a todos os povos.
Duas faces da Grande Comissão
Sem tradução, o discipulado perde o fundamento. Sem discipulado, a tradução perde o propósito. Traduzir e discipular são movimentos inseparáveis na Grande Comissão – a Palavra traduzida forma discípulos, e o discipulado vivido dá sentido à tradução.
A missão de Deus se cumpre por meio da Igreja quando a Palavra é acessível e vivida. O trabalho das Sociedades Bíblicas e das agências de tradução é estratégico porque cada Bíblia publicada ou gravada é uma semente de discipulado. Cada porção traduzida é uma oportunidade para que alguém ouça a voz de Deus na sua própria língua – talvez pela primeira vez, e, lembremos: “A fé vem pelo ouvir, e o ouvir, pela palavra de Cristo” (Rm 10.17).- Paulo Teixeira é diretor de relações institucionais da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) e Coordenador da Aliança Pró-Tradução da Bíblia (APTB), participante do Congresso Brasileiro de Missões (CBM), e atua em projetos de tradução bíblica, mobilização missionária e engajamento bíblico.
O conteúdo deste artigo foi originalmente apresentado pela Aliança Pró-Tradução da Bíblia (APTB) em uma oficina conduzida por Tim Bachmann e Paulo Teixeira durante o Congresso Brasileiro de Missões (CBM) 2025, promovido pela Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB), em Águas de Lindoia, SP, em outubro de 2025. A reflexão mostra que traduzir e discipular são movimentos inseparáveis na Grande Comissão – Palavra traduzida forma discípulos, e o discipulado vivido dá sentido à tradução.
Imagem: Unsplash.
REVISTA ULTIMATO - A IGREJA EM MISSÃOUltimato celebra a igreja em missão, a missão da igreja e o movimento missionário brasileiro, cuja história é quase tão longeva quanto a do Brasil.
Ao longo de mais de 10 páginas, o leitor vai encontrar parte das palestras do 10ª edição do Congresso Brasileiro de Missões (CBM 2025), que aconteceu em outubro, em Águas de Lindóia, SP, e lerá, no "Especial", um painel com uma avaliação ampla e crítica do movimento missionário brasileiro.
É disso que trata a edição 416 de Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» A Bíblia Toda, o Ano Todo, John Stott
» O Cultivo da Vida Cristã - Meditações a partir de 1 João, Robert Koo
» Acessibilidade no Congresso Brasileiro de Missões (CBM) 2025, por Mônica Freitas
» A história do Novo Testamento em Ninam, por Carole Lee Swain, Jacqueline dos Santos e Maria Rosa Monte
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