Opinião
19 de novembro de 2025- Visualizações: 749
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Movimento missionário brasileiro – a direção e o poder do Espírito Santo
A missão é movida pelo sopro do Espírito, e sem ele a missão não tem a marca de Deus
Com a colaboração de Analzira Nascimento, Bertil Ekstrom, Cassiano Luz, Délnia Bastos, Durvalina Bezerra, Elizete Lima (Zazá), Lissânder Dias, Mila Kobi, Timóteo Carriker, Valdir Steuernagel
Este artigo faz parte do Especial publicado na edição 416 de Ultimato.
Encorajada pela matéria de capa e pelo 10º Congresso Brasileiro de Missões, Ultimato convidou pessoas envolvidas em diferentes frentes da missão para responderem quatro perguntas sobre o movimento missionário brasileiro. Elas diferem na idade, na experiência e na abrangência de ministérios que realizam.
Por causa do espaço, o texto da revista é uma versão reduzida do que você encontra neste e em três outros artigos:
• Movimento missionário brasileiro – ao longo de tantas décadas há motivos para celebrar? (parte 1)
• Movimento missionário brasileiro – nem tudo merece ser celebrado (parte 3)
• Movimento missionário brasileiro – desafios globais e internos para os próximos 25 anos (parte 4)
Boa leitura!
Painel - parte 2
Em que histórias ou realizações [iniciativas] você viu a direção e o poder do Espírito Santo atuando no movimento missionário brasileiro?
Valdir Steuernagel – A missão é movida pelo sopro do Espírito, e sem ele a missão não tem a marca de Deus. Esse sopro ocorre em meio aos acontecimentos históricos e aos recursos humanos que vão se dispondo a responder-lhe em meio aos seus próprios caminhos de obediência de fé. Em minha caminhada, o Congresso Missionário de Curitiba, realizado em 1976 e organizado pela Aliança Bíblica Universitária, teve um papel pioneiro, motivacional e de engajamento numa missão de fé que abraça a vida inteira, se vive em comunidade e se engaja nas diferentes áreas da sociedade, seja longe ou seja perto.
Analzira Nascimento – O povo brasileiro é uma salada multicultural que possibilita a aceitação do nosso missionário em diferentes países e também favorece a adaptação desses vocacionados para a missão em outros contextos. Essa marca contribui para que o Espírito Santo de Deus atue configurando uma missiologia diaspórica, uma prática missionária menos ortodoxa e mais peregrina, começando dentro do Brasil nas abordagens com o diferente, o “outro”, e também no acolhimento de migrantes e refugiados.
Timóteo Carriker – Certamente no despertamento de vocações missionárias e de igrejas apoiadoras e melhor engajadas no trabalho missionário local (nas suas redondezas).
Cassiano Luz – O crescimento da AMTB nos últimos anos, tanto em novas filiações quanto no desenvolvimento de seus departamentos e iniciativas internas, demonstram uma clara ação do Espírito Santo de Deus em nosso meio. Do mesmo modo, as novas iniciativas com foco nos não alcançados e menos alcançados, a despeito das dificuldades envolvidas, também são evidência do direcionamento do Espírito.
Bertil Ekstrom – Os avivamentos no Brasil a partir das décadas de 1950 e 1960 são claras evidências da atuação do Espírito Santo no contexto brasileiro e o consequente crescimento da igreja brasileira. O envolvimento em missões tem, geralmente, ocorrido por meio de vocações pessoais e certamente pelo agir do Espírito Santo na vida dessas pessoas. Vejo na atuação de nossos missionários ao redor do mundo a direção do Espírito, muitas vezes enfrentando fortes desafios espirituais e religiosos. A forma como Deus tem gerado cooperação e alianças estratégicas entre as diferentes iniciativas missionárias testemunha do mover e da ação do Espírito Santo no movimento missionário.

Délnia Bastos – Na história do Vocare, sem dúvida alguma. Tive o privilégio de fazer parte do núcleo que iniciou o Vocare. Víamos a necessidade de um “CBM Jovem”, porque a presença jovem nos CBMs anteriores não era expressiva e precisávamos preparar a próxima geração para “passar o bastão” a ela. Isso, de fato, com a graça de Deus e no poder do Espírito, aconteceu. Às vezes, emociono-me ao ver a liderança do CBM e da AMTB de hoje: muitos deles começaram a servir no Vocare. Aprenderam a trabalhar em unidade, apesar das diferenças; como coadjuvantes de Deus, com alegria. Esses e outros valores do Vocare foram levados a sério e hoje temos a alegria de ver esses adultos jovens pegando o bastão pra valer e liderando o movimento com amor e compromisso.
Lissânder Dias – Eu ainda sou novo em comparação ao movimento missionário brasileiro, mas pude ser testemunha de muitas boas iniciativas, como a maior união de agências missionárias e igrejas a partir dos jovens. Eu participei do início do Movimento Vocare ao lado de outros irmãos e irmãs. A primeira reunião na qual estive aconteceu em São Paulo, em novembro de 2012. De lá para cá, vimos um sonho virar realidade, com o envolvimento de muitos jovens. Um envolvimento que não se resumiu a participar de um evento, mas sim a se engajar em projetos reais. Muitos desses jovens continuam trabalhando voluntariamente em agências missionárias, igrejas e projetos transculturais. Sobretudo, são jovens que entenderam o senso de chamado e vocação para além-convencional.
Mila Kobi – Há cerca de dezoito anos, quando cheguei na Ásia Oriental pela primeira vez, eram pouquíssimos os missionários brasileiros. Vivi em regiões sem conhecer um por perto. Tampouco tínhamos treinamentos que nos preparassem para os desafios específicos daquela região, como o budismo. Era tudo muito desafiador e novo. Além disso, as agências ainda não tinham uma estrutura de vistos, parcerias, aprendizado de línguas na região. É angustiante ver brasileiros sendo enviados sem preparo nem suporte algum. Eu vi a direção do poder do Espírito Santo me conectar com o Martureo, para começarmos os primeiros treinamentos voltados para o mundo budista. Eu mesma era uma missionária de campo, buscando formação na área. Na época, não encontrei livros em português, nem cursos no Brasil. Começamos uma jornada pioneira de tradução de artigos, elaboração dos primeiros cursos para agências e seminários. E o tão sonhado primeiro livro em português foi publicado em parceria com a Ultimato: Budismo – Uma abordagem cristã sobre o pensamento budista, em 2018. Neste meio tempo, chegou a OMF no Brasil, agência fundada por Hudson Taylor, trazendo muita experiência e disposição de caminhar com o movimento missionário brasileiro naquela região e de nos ensinar sobre o suporte necessário ao missionário na região.
Neste CBM, celebramos o lançamento da Rede Lótus, voltada para a mobilização e treinamento de brasileiros para o mundo budista. Na sala, havia vários vocacionados. Uma demonstração de que o Espírito Santo tem nos direcionado e preparado para esse desafio.
Durvalina Bezerra – O movimento missionário brasileiro surgiu com a renovação espiritual no Brasil. Ninguém pode negar essa verdade. A Igreja foi chamada à oração! Muitos movimentos de oração e intercessão missionária sugiram. Na década de 1960, Deus levantou homens e mulheres que experimentaram uma poderosa visitação do Espírito Santo. A história dos avivamentos relata que, quando a Igreja é renovada pelo Espírito Santo, uma grande evidência é o despertamento missionário, a ênfase na vocação missionária e no profissional em missões, porque o Espírito Santo capacita a Igreja para o cumprimento da missão, conferindo-lhe poder para testemunhar, produzindo uma vida de santidade, capacitando-a com unção e com dons para o exercício ministerial e missionário.
Muitas igrejas começaram a organizar conferências missionárias e a participar de conferências continentais e mundiais.
Como fruto desse movimento, presenciamos algumas barreiras denominacionais sendo quebradas. Com o surgimento das agências missionárias interdenominacionais, as agências denominacionais se estruturaram melhor para avançar com o evangelho para o mundo. Muitos entenderam a necessidade de se trabalhar em cooperação! No campo transcultural, existem equipes multiculturais e multidenominacionais. Isso é prova de que o Espírito de Deus é o diretor de missões e os “atos dos apóstolos” continuam sendo escritos.
Elizete Lima (Zazá) – Na acolhida de pessoas em situação de refúgio e na escuta de suas vozes como parte do nosso entendimento missiológico. O que nos ajuda a ter uma melhor compreensão da presença redentora de Cristo em nosso meio e da reciprocidade da missão de Deus. Essa polifonia nos ajuda a ter uma compreensão mais profunda e genuína da missão de Deus e da graça maravilhosa de sermos parte dela. Deus sempre chega primeiro, mas sempre quer ir conosco. Ele não gosta de ir sozinho.
Nas histórias de cuidado e de busca de integridade na missão. No abraço que cura e na escuta que dignifica. Creio que o movimento missionário tem avançado nesse sentido.
A quantidade de livros e textos lançados, o desejo de refletir sobre a missão e de pensar nela juntos e com humildade também reflete um amadurecimento missiológico.
LEIA TAMBÉM:
• Movimento missionário brasileiro – ao longo de tantas décadas há motivos para celebrar?
• Movimento missionário brasileiro – nem tudo merece ser celebrado
• Movimento missionário brasileiro – desafios globais e internos para os próximos 25 anos
Analzira Nascimento é missionária da Junta de Missões Mundiais. Doutora em ciências da religião e palestrante nas áreas de missão e alteridade, interculturalidade, formação e capacitação missionária, juventude com propósito e vocação.
Bertil Ekström é pastor batista, professor de teologia e de missiologia, autor de Missões em Toda a Bíblia: Teologia, reflexão e prática.
Cassiano Luz é diretor executivo na Aliança Evangélica Brasileira e na SEPAL
Délnia Bastos é casada, mãe de três filhos e avó de seis netos, e é membro do Conselho Missionário da Igreja Presbiteriana de Viçosa.
Durvalina Barreto Bezerra é diretora do Centro de Educação Teológica e Missiológica Betel Brasileiro.
Elizete Lima (Zazá) é uma discípula peregrina de Cristo, servindo em contextos de difícil acesso.
Lissânder Dias é jornalista, cronista, poeta e editor de livros. Integra o Conselho Nacional da Interserve Brasil e do Movimento Vocare.
Mila Kobi é missionária transcultural, comunicadora intercultural e consultora em inteligência cultural. Viveu e serviu em seis países, incluindo Inglaterra, Austrália, Tailândia, Taiwan e Índia.
Timóteo Carriker, estadunidense naturalizado brasileiro, é teólogo, escritor, professor em diversas escolas de teologia e missões e editor geral da Bíblia Missionária de Estudo, da Sociedade Bíblica do Brasil.
Valdir Steuernagel é pastor luterano, membro da Comunidade do Redentor, em Curitiba, PR, e embaixador da Aliança Cristã Evangélica Brasileira e da Visão Mundial.
Imagem: Unsplash.
REVISTA ULTIMATO - A IGREJA EM MISSÃO
Ultimato celebra a igreja em missão, a missão da igreja e o movimento missionário brasileiro, cuja história é quase tão longeva quanto a do Brasil.
Ao longo de mais de 10 páginas, o leitor vai encontrar parte das palestras do 10ª edição do Congresso Brasileiro de Missões (CBM 2025), que aconteceu em outubro, em Águas de Lindóia, SP, e lerá, no "Especial", um painel com uma avaliação ampla e crítica do movimento missionário brasileiro.
É disso que trata a edição 416 de Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» Série “O Cristão Contemporâneo”, John Stott e Tim Chester
» O Cultivo da Vida Cristã – Meditações a Partir de 1 João, Robert Liang Koo
» A hora é agora: a igreja brasileira no Corpo global de Cristo, por Lisa Pak
» O movimento missionário brasileiro: de receptores a enviadores, e agora, interlocutores globais, por Mila Kobi
Com a colaboração de Analzira Nascimento, Bertil Ekstrom, Cassiano Luz, Délnia Bastos, Durvalina Bezerra, Elizete Lima (Zazá), Lissânder Dias, Mila Kobi, Timóteo Carriker, Valdir Steuernagel
Este artigo faz parte do Especial publicado na edição 416 de Ultimato.
Encorajada pela matéria de capa e pelo 10º Congresso Brasileiro de Missões, Ultimato convidou pessoas envolvidas em diferentes frentes da missão para responderem quatro perguntas sobre o movimento missionário brasileiro. Elas diferem na idade, na experiência e na abrangência de ministérios que realizam.
Por causa do espaço, o texto da revista é uma versão reduzida do que você encontra neste e em três outros artigos:
• Movimento missionário brasileiro – ao longo de tantas décadas há motivos para celebrar? (parte 1)
• Movimento missionário brasileiro – nem tudo merece ser celebrado (parte 3)
• Movimento missionário brasileiro – desafios globais e internos para os próximos 25 anos (parte 4)
Boa leitura!
Painel - parte 2
Em que histórias ou realizações [iniciativas] você viu a direção e o poder do Espírito Santo atuando no movimento missionário brasileiro?Valdir Steuernagel – A missão é movida pelo sopro do Espírito, e sem ele a missão não tem a marca de Deus. Esse sopro ocorre em meio aos acontecimentos históricos e aos recursos humanos que vão se dispondo a responder-lhe em meio aos seus próprios caminhos de obediência de fé. Em minha caminhada, o Congresso Missionário de Curitiba, realizado em 1976 e organizado pela Aliança Bíblica Universitária, teve um papel pioneiro, motivacional e de engajamento numa missão de fé que abraça a vida inteira, se vive em comunidade e se engaja nas diferentes áreas da sociedade, seja longe ou seja perto.
Analzira Nascimento – O povo brasileiro é uma salada multicultural que possibilita a aceitação do nosso missionário em diferentes países e também favorece a adaptação desses vocacionados para a missão em outros contextos. Essa marca contribui para que o Espírito Santo de Deus atue configurando uma missiologia diaspórica, uma prática missionária menos ortodoxa e mais peregrina, começando dentro do Brasil nas abordagens com o diferente, o “outro”, e também no acolhimento de migrantes e refugiados.
Timóteo Carriker – Certamente no despertamento de vocações missionárias e de igrejas apoiadoras e melhor engajadas no trabalho missionário local (nas suas redondezas).
Cassiano Luz – O crescimento da AMTB nos últimos anos, tanto em novas filiações quanto no desenvolvimento de seus departamentos e iniciativas internas, demonstram uma clara ação do Espírito Santo de Deus em nosso meio. Do mesmo modo, as novas iniciativas com foco nos não alcançados e menos alcançados, a despeito das dificuldades envolvidas, também são evidência do direcionamento do Espírito.
Bertil Ekstrom – Os avivamentos no Brasil a partir das décadas de 1950 e 1960 são claras evidências da atuação do Espírito Santo no contexto brasileiro e o consequente crescimento da igreja brasileira. O envolvimento em missões tem, geralmente, ocorrido por meio de vocações pessoais e certamente pelo agir do Espírito Santo na vida dessas pessoas. Vejo na atuação de nossos missionários ao redor do mundo a direção do Espírito, muitas vezes enfrentando fortes desafios espirituais e religiosos. A forma como Deus tem gerado cooperação e alianças estratégicas entre as diferentes iniciativas missionárias testemunha do mover e da ação do Espírito Santo no movimento missionário.

Délnia Bastos – Na história do Vocare, sem dúvida alguma. Tive o privilégio de fazer parte do núcleo que iniciou o Vocare. Víamos a necessidade de um “CBM Jovem”, porque a presença jovem nos CBMs anteriores não era expressiva e precisávamos preparar a próxima geração para “passar o bastão” a ela. Isso, de fato, com a graça de Deus e no poder do Espírito, aconteceu. Às vezes, emociono-me ao ver a liderança do CBM e da AMTB de hoje: muitos deles começaram a servir no Vocare. Aprenderam a trabalhar em unidade, apesar das diferenças; como coadjuvantes de Deus, com alegria. Esses e outros valores do Vocare foram levados a sério e hoje temos a alegria de ver esses adultos jovens pegando o bastão pra valer e liderando o movimento com amor e compromisso.
Lissânder Dias – Eu ainda sou novo em comparação ao movimento missionário brasileiro, mas pude ser testemunha de muitas boas iniciativas, como a maior união de agências missionárias e igrejas a partir dos jovens. Eu participei do início do Movimento Vocare ao lado de outros irmãos e irmãs. A primeira reunião na qual estive aconteceu em São Paulo, em novembro de 2012. De lá para cá, vimos um sonho virar realidade, com o envolvimento de muitos jovens. Um envolvimento que não se resumiu a participar de um evento, mas sim a se engajar em projetos reais. Muitos desses jovens continuam trabalhando voluntariamente em agências missionárias, igrejas e projetos transculturais. Sobretudo, são jovens que entenderam o senso de chamado e vocação para além-convencional.
Mila Kobi – Há cerca de dezoito anos, quando cheguei na Ásia Oriental pela primeira vez, eram pouquíssimos os missionários brasileiros. Vivi em regiões sem conhecer um por perto. Tampouco tínhamos treinamentos que nos preparassem para os desafios específicos daquela região, como o budismo. Era tudo muito desafiador e novo. Além disso, as agências ainda não tinham uma estrutura de vistos, parcerias, aprendizado de línguas na região. É angustiante ver brasileiros sendo enviados sem preparo nem suporte algum. Eu vi a direção do poder do Espírito Santo me conectar com o Martureo, para começarmos os primeiros treinamentos voltados para o mundo budista. Eu mesma era uma missionária de campo, buscando formação na área. Na época, não encontrei livros em português, nem cursos no Brasil. Começamos uma jornada pioneira de tradução de artigos, elaboração dos primeiros cursos para agências e seminários. E o tão sonhado primeiro livro em português foi publicado em parceria com a Ultimato: Budismo – Uma abordagem cristã sobre o pensamento budista, em 2018. Neste meio tempo, chegou a OMF no Brasil, agência fundada por Hudson Taylor, trazendo muita experiência e disposição de caminhar com o movimento missionário brasileiro naquela região e de nos ensinar sobre o suporte necessário ao missionário na região.
Neste CBM, celebramos o lançamento da Rede Lótus, voltada para a mobilização e treinamento de brasileiros para o mundo budista. Na sala, havia vários vocacionados. Uma demonstração de que o Espírito Santo tem nos direcionado e preparado para esse desafio.
Durvalina Bezerra – O movimento missionário brasileiro surgiu com a renovação espiritual no Brasil. Ninguém pode negar essa verdade. A Igreja foi chamada à oração! Muitos movimentos de oração e intercessão missionária sugiram. Na década de 1960, Deus levantou homens e mulheres que experimentaram uma poderosa visitação do Espírito Santo. A história dos avivamentos relata que, quando a Igreja é renovada pelo Espírito Santo, uma grande evidência é o despertamento missionário, a ênfase na vocação missionária e no profissional em missões, porque o Espírito Santo capacita a Igreja para o cumprimento da missão, conferindo-lhe poder para testemunhar, produzindo uma vida de santidade, capacitando-a com unção e com dons para o exercício ministerial e missionário.
Muitas igrejas começaram a organizar conferências missionárias e a participar de conferências continentais e mundiais.
Como fruto desse movimento, presenciamos algumas barreiras denominacionais sendo quebradas. Com o surgimento das agências missionárias interdenominacionais, as agências denominacionais se estruturaram melhor para avançar com o evangelho para o mundo. Muitos entenderam a necessidade de se trabalhar em cooperação! No campo transcultural, existem equipes multiculturais e multidenominacionais. Isso é prova de que o Espírito de Deus é o diretor de missões e os “atos dos apóstolos” continuam sendo escritos.
Elizete Lima (Zazá) – Na acolhida de pessoas em situação de refúgio e na escuta de suas vozes como parte do nosso entendimento missiológico. O que nos ajuda a ter uma melhor compreensão da presença redentora de Cristo em nosso meio e da reciprocidade da missão de Deus. Essa polifonia nos ajuda a ter uma compreensão mais profunda e genuína da missão de Deus e da graça maravilhosa de sermos parte dela. Deus sempre chega primeiro, mas sempre quer ir conosco. Ele não gosta de ir sozinho.
Nas histórias de cuidado e de busca de integridade na missão. No abraço que cura e na escuta que dignifica. Creio que o movimento missionário tem avançado nesse sentido.
A quantidade de livros e textos lançados, o desejo de refletir sobre a missão e de pensar nela juntos e com humildade também reflete um amadurecimento missiológico.
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• Movimento missionário brasileiro – desafios globais e internos para os próximos 25 anos
Analzira Nascimento é missionária da Junta de Missões Mundiais. Doutora em ciências da religião e palestrante nas áreas de missão e alteridade, interculturalidade, formação e capacitação missionária, juventude com propósito e vocação.
Bertil Ekström é pastor batista, professor de teologia e de missiologia, autor de Missões em Toda a Bíblia: Teologia, reflexão e prática.
Cassiano Luz é diretor executivo na Aliança Evangélica Brasileira e na SEPAL
Délnia Bastos é casada, mãe de três filhos e avó de seis netos, e é membro do Conselho Missionário da Igreja Presbiteriana de Viçosa.
Durvalina Barreto Bezerra é diretora do Centro de Educação Teológica e Missiológica Betel Brasileiro.
Elizete Lima (Zazá) é uma discípula peregrina de Cristo, servindo em contextos de difícil acesso.
Lissânder Dias é jornalista, cronista, poeta e editor de livros. Integra o Conselho Nacional da Interserve Brasil e do Movimento Vocare.
Mila Kobi é missionária transcultural, comunicadora intercultural e consultora em inteligência cultural. Viveu e serviu em seis países, incluindo Inglaterra, Austrália, Tailândia, Taiwan e Índia.
Timóteo Carriker, estadunidense naturalizado brasileiro, é teólogo, escritor, professor em diversas escolas de teologia e missões e editor geral da Bíblia Missionária de Estudo, da Sociedade Bíblica do Brasil.
Valdir Steuernagel é pastor luterano, membro da Comunidade do Redentor, em Curitiba, PR, e embaixador da Aliança Cristã Evangélica Brasileira e da Visão Mundial.
Imagem: Unsplash.
REVISTA ULTIMATO - A IGREJA EM MISSÃOUltimato celebra a igreja em missão, a missão da igreja e o movimento missionário brasileiro, cuja história é quase tão longeva quanto a do Brasil.
Ao longo de mais de 10 páginas, o leitor vai encontrar parte das palestras do 10ª edição do Congresso Brasileiro de Missões (CBM 2025), que aconteceu em outubro, em Águas de Lindóia, SP, e lerá, no "Especial", um painel com uma avaliação ampla e crítica do movimento missionário brasileiro.
É disso que trata a edição 416 de Ultimato. Para assinar, clique aqui.
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» Série “O Cristão Contemporâneo”, John Stott e Tim Chester
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