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Opinião

Adolescência – pais também sofrem?

Atitudes destrutivas, ingratidão e rebeldia tornam difícil o amor de 1 Coríntios 13. Mas não devemos desistir

Por Tathiana Schulze

Certa vez, programamos férias especiais com nossos filhos. Quando o primeiro dia das férias chegou, e nosso filho adolescente começou a agir com ingratidão, criticando os planos e não valorizando o momento que tínhamos preparado, fiquei irritada e frustrada com ele. Inconscientemente, comecei a tratá-lo com irritação, impaciência e falta de amor.

Até que percebi o que estava fazendo: pagando-lhe na mesma moeda. Eu pensava: “Se ele responde com palavras minimalistas às nossas perguntas, não vou iniciar uma conversa. Se ele quer ficar isolado no quarto em vez de participar das atividades, não vou chamá-lo para se assentar conosco à mesa na hora das refeições. Se ele é indiferente, vou ser indiferente”.

Como pais, sofremos com certas atitudes dos nossos filhos. Mas a forma como respondemos quando eles agem de forma egoísta e errada pode definir o caminho que o nosso relacionamento com nossos filhos vai seguir. Se agirmos debaixo da irritação e da raiva, podemos danificar tanto este relacionamento a ponto de perder o coração dos nossos adolescentes e gerar um afastamento ainda maior. Mas quando, ao contrário, seguimos o conselho bíblico e pagamos o mal com o bem, estamos lançando sementes de amor sobre a vida deles. Sementes que cairão no solo do coração deles e produzirão frutos.

Ficar irritado, pagar na mesma moeda, maldizer e estar sempre aborrecido com o adolescente que está passando por um momento delicado de transição física, hormonal, mental e sentimental não produzirá mudança. A Bíblia nos diz que são o amor e a benignidade que levam ao arrependimento. (Rm 2.4).

Ao tratarmos nossos filhos adolescentes com amor, misericórdia, respeito e benignidade quando eles menos merecem, obedecemos ao princípio bíblico de pagar o mal com o bem. Estamos estabelecendo, também, uma ponte de conexão em vez de um abismo de separação entre nós e eles. Isso não significa que não vamos corrigi-los ou que vamos aceitar qualquer tipo de comportamento da parte deles, sem colocar limites. Pelo contrário. Como pais, precisamos e devemos alertá-los de comportamentos destrutivos como ingratidão, murmuração, desrespeito e outros. Mas devemos fazê-lo em amor e com a intenção correta, não com raiva e com ressentimento. Corrigir e disciplinar é diferente de ficar com raiva e tratar mal.



1 Coríntios 13: 4 ao 7 diz:
“O amor é paciente e bondoso. O amor não é ciumento, nem presunçoso. Não é orgulhoso nem grosseiro. Não exige que as coisas sejam à sua maneira. Não é irritável, nem rancoroso.
Não se alegra com a injustiça, mas sim com a verdade. O amor nunca desiste, nunca perde a fé, sempre tem esperança e sempre se mantém firme.”

Se eu digo que amo meu filho, serei paciente com ele, porque o amor é paciente. Entenderei a fase que ele está passando e serei bondoso com ele, porque o amor é bondoso.

Se amo meu filho, não serei grosseiro, nem presunçoso, nem irritável, porque o amor verdadeiro não é assim.

Se amo meu filho, não perderei a fé, nem a esperança, mas continuarei crendo e esperando, embora o que eu creia talvez ainda não seja realidade na vida dele.

Porque o amor nunca desiste e nunca falha, continuarei a semear neste relacionamento, mesmo que, momentaneamente, a resposta dele não seja a desejada.

Muitas vezes não é fácil amar nossos filhos adolescentes com o amor descrito em 1 Coríntios 13. Nos momentos em que observamos atitudes destrutivas, ingratidão e rebeldia, ou quando pensamos em todos sacrifícios que fizemos e fazemos por eles, e temos a impressão de que eles não reconhecem nada disto e nos veem como inimigos, torna-se difícil expressar este amor. Mas alguns lembretes podem nos ajudar:
•    Deus nos amou quando ainda éramos seus inimigos, e ele nos capacita a amar nossos filhos mesmo quando eles não merecem (Rm 5.10).
•    É importante entender que esta fase de transição vem acompanhada de mudanças fisiológicas, sociais e emocionais e ter compaixão dos nossos filhos, sabendo que eles mesmos se sentem perdidos e confusos muitas vezes. (1Pe 4.8).
•    Lembrar que nós somos os adultos deste relacionamento, e que nós somos os que devem estabelecer como o relacionamento será, e não vice-versa (Ml 4.6).

Voltando à viagem de férias que mencionei no início, meu marido e eu conversamos com nosso filho e pedimos que ele checasse seu coração. Buscamos tratá-lo com respeito, mostrando a ele que a sua presença era desejada e importante no nosso meio, e logo depois ele estava participando conosco com mais gratidão.

Essa não foi a única vez e nem será a última em que precisaremos demonstrar misericórdia um para com o outro e escolher o amor em vez da irritação e ressentimento, mas isto é o que o amor faz: permanece!

“O amor nunca desiste, nunca perde a fé, sempre tem esperança e sempre se mantém firme. Um dia, profecia, línguas e conhecimento desaparecerão e cessarão, mas o amor durará para sempre” (1Co 13.7).

Tathiana Schulze, jornalista, casada com Christian e mãe de Joshua (16), Ian (14) e Noah (11). É autora do livro Maternidade: Presente ou Fardo? Encontrando alegria e propósito em meio aos desafios diários e com o seu marido fundou o ministério Ensinando famílias (@ensinando.familias).

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Os adolescentes desta geração são o grupo mais impactado pelo ritmo acelerado das mudanças
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Saiba mais:
» Adolescência – pais, filhos e uma obra de artesão, por Tathiana Schulze
» Pais Santos, Filhos Nem Tanto – A trajetória de um pai segundo o coração de Deus, Carlos "Catito" Grzybowski

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