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Opinião

Que marcha você usa nos 60+?

Por Nancy Gonçalves Dusilek
 
Entendo que a vida é feita de fases. Começamos com total dependência para comer, vestir, etc. Depois, vem a fase de andar, falar, brincar, com todos os direitos sem precisar trabalhar para ter o dinheiro para sustento e diversão. Aprendemos a ler e a escrever e aumentamos nossos relacionamentos além-família, com novos amigos. Uma fase com gasto de muita energia física. Podemos correr, cair e nem se machucar.
 
Depois vem a adolescência, quando não sabemos se somos crianças ou adultos. Se fazemos tal coisa, dizem que a gente não é criança para tal, mas se queremos outra, nos dizem que ainda é cedo: “Você é muito criança”. A passagem da infância para adolescência é uma fase difícil, tanto para os filhos como para os pais.
 
Mas, seguimos em frente e vem a fase jovem. Preparo profissional, casamento, filhos chegam juntos nos desafiando para saber até onde somos capazes de dar conta de tudo ao mesmo tempo. Precisamos de muita energia nessa etapa.
 
Os filhos chegam, tomam espaço na barriga da mãe e gastam o que tem no bolso do pai sem pedir licença. Investimos tudo o que temos e depois eles tomam seus rumos e nos deixam. É a vez do corte umbilical emocional. O primeiro é físico ao nascer, este é quando buscam seus caminhos.
 
Mas vem uma fase muito boa que são os netos. Não temos dor, preocupação, gastos, atenção, a gente só curte. Como dizem, “neto é a cereja do bolo todo caramelado”.
 
Então, chega a última fase, a chamada “terceira idade”, que se inicia aos 60 anos. É quando o casal está junto revivendo o passado e as doces alegrias que marcaram a vida nessa caminhada. Mas muitos ficam sós. A perda do cônjuge pode nos trazer tristeza e depressão e nos fazer esquecer que ainda com vida podemos renovar. No caso dos solteiros, eles também perdem familiares e amigos chegados e, igualmente, enfrentam o desafio da solidão. Sempre pode haver um começo, depende de cada um de nós.
 
Na terceira idade, os limites, especialmente os físicos, chegam. Não tem como renovar a máquina. O que fazíamos com mais facilidade aos 30, já não conseguimos aos 60, 70 anos. Alguns enfrentam doenças degenerativas e lutam ainda mais com as limitações.
 
Penso no seguinte princípio: “Do pescoço pra cima, eu só ando em quarta e quinta marchas; do pescoço pra baixo, em primeira e ré”. O corpo apresenta a natural limitação, mas enquanto a cabeça funciona, temos tempo para criar. Gosto de escrever e de bordar. Escrevo buscando inspiração em Deus e atender a necessidade de meus leitores. Gosto de bordar enquanto “escuto” televisão. Faço as duas coisas numa boa, sem problemas. Assim, presenteio amigas com meus trabalhos.



Em Provérbios 20.29 lemos: “A beleza dos jovens está na sua força e o enfeite dos velhos são os seus cabelos brancos”. Cabelo branco significa que vivemos todas as fases e chegamos até aqui. Vamos aproveitar fazendo o que nos dá alegria e prazer, ajudando outros e, principalmente, totalmente comprometidos com Deus. Pois, nessa fase podemos ter nossos momentos de leitura bíblica e comunhão com Deus sem interferência alguma, pois o tempo é nosso e podemos aproveitá-lo da melhor maneira possível. Quanto mais estamos colados ao nosso Deus, menos o sentimento de solidão nos atinge. 
 
E lembrando que, mesmo com as limitações naturais, podemos ser bênção para nossos filhos e netos; sempre intercedendo por eles e comprometidos com Deus, vamos em frente até o último dia. Que Deus nos dê força mental e emocional até lá.
 
Mais um pouco para compartilhar
Na terceira idade também é tempo para realizar alguns sonhos que foram impedidos no passado por vários fatores. O corpo não obedece mais, mas a cabeça funciona muito bem. Tive uma amiga, a quem eu chamava de mãe, que aos 60 anos fez o curso de direito e se formou. Era um sonho antigo que ela realizou quando pode. Filhos e netos estavam presente para compartilhar da alegria e vitória dessa idosa.
 
Outra amiga, também nessa fase de idade, sempre sonhou fazer medicina e quando se viu só com o marido fez o vestibular e continua se preparando. É muito respeitada pelos jovens colegas e creio que a verei doutora. Aproveitando a capacidade mental para realizar sonhos acalentados há anos.
 
Se você tem um sonho guardado, não desista. Vá em frente. Você pode. O corpo pode dar uma freadas, mas a cabeça está ativa. Triste e difícil é quando o corpo funciona bem e a cabeça não. Ruim para a pessoa e para quem cuida também. Mas se a cabeça está boa, vá em frente e faça o que sempre quis fazer e seja feliz.
 
Ouve-se bastante “minha mãe/meu pai, depois que ficou velha/velho, ficou chata/chato.” Aprendi que ninguém fica chato depois de velho, essa pessoa sempre foi chata mas se protegia, agora na velhice, ela não precisa de autoblindagem e revela quem sempre foi. Uma pessoa que sempre mandou e, agora precisa obedecer, fica difícil para todos, tanto para o idoso como para quem convive com ele.
 
  • Nancy Gonçalves Dusilek, 80 anos, foi casada com o pastor Darci Dusilek (1969-2007), é mãe de Sérgio Ricardo (pastor) e Heloisa Helena (graduada em comércio exterior). É autora de sete livros e escreve em várias revistas denominacionais sobre liderança, família, mulher e igreja. Ocupa a Cadeira 8 da Academia Evangélica de Letras do Brasil.
 
Versão ampliada do artigo Que marcha você usa nos 60+?, publicado na edição 406 de Ultimato.

REVISTA ULTIMATO | GRATIDÃO – “O QUE VOCÊ TEM QUE NÃO TENHA RECEBIDO?”
 
Nem bens materiais nem espirituais – vida, família, igreja, recursos, formação, reconhecimento do pecado e da necessidade de Deus, fé, dons – são gerados a partir de nós. Em nada temos mérito. Tudo o que temos foi recebido. E a fonte, a inspiração primeira, o doador, é Deus.

O exercício constante de gratidão pela graça de Deus operando em nós transforma a igreja internamente, desdobra-se em outras virtudes e direciona ações para o mundo. Crentes gratos podem fazer a diferença em larga escala.

É disso que trata a matéria de capa da edição 406 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.

Saiba mais:
» Aprender a Envelhecer, Paul Tournier
» Liderança feminina na igreja, por Nancy G. Dusilek

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