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Opinião

O caráter eclesiológico do Pacto de Lausanne

Introdução

A. O Pacto de Lausanne como uma atualização (Aggiornamento)

O Congresso Internacional para a Evangelização Mundial em Lausanne, Suiça, em 1974, serviu para o universo evangélico (evangelical) como um evento de “aggiornamento”, ou atualização como o Concílio do Vaticano II (1959-1963) serviu para a Igreja Católica Romana.

Na verdade as nações do Ocidente fizeram a sua atualização na transformação da antiga Sociedade das Nações em Nações Unidas, com uma nova carta de Organização e a formulação de sua Carta Magna, a Declaração dos Direitos Universais do Homem em 1947 e 48.

As Igrejas históricas do Protestantismo da Europa e seus contrapartes no Atlântico Norte e várias Igrejas na África, Ásia e América Latina, mais ou menos alinhadas com elas, fizeram a sua atualização depois da II Guerra Mundial, em 1948 quando da formação do Conselho Mundial de Igrejas e da redação de sua carta dos princípios para os relacionamentos inter-eclesiásticas, a cooperação mútua e afirmação da Missão das Igrejas e seus desdobramentos no Mundo Contemporâneo.

A União Soviética sob liderança de Mikhail Gorbatchev tentou a sua atualização nos dias de Perestroika e de Glassnost , mas as diversas unidades nacionais da União parece resolveram declarar sua independência da União para enfrentar os desafios do Mundo contemporâneo por si mesmos. E a União Soviética se desfez como um castelo de cartas ante os olhos atônitos do mundo inteiro.

O Pacto de Lausanne representa um esforço de Igrejas evangelicais do mundo inteiro, e elas cresceram enormemente na Ásia, África e América Latina, - para fazer frente aos desafios do Mundo Contemporâneo com Nações Unidas e Declaração de Direitos Humanos Universais, os avanços no Movimento Ecumênico estilo WCC ou estilo Católico Romano, e ainda o processo de re-viviscência das grandes e pequenas religiões não cristãs.

O pacto é uma chamada a Igreja para a evangelização como tarefa inacabada, é reafirmação de responsabilidades e orientações para ação evangelizadora da Igreja nos dias de hoje , mas para assim fazer, ele reafirma convicções básicas sobre fundamentos e princípios que norteiam a existência da igreja. E é por isso que pode-se identificar o caráter eclesiológico das afirmações de Lausanne.

Não sabemos se será possível, mas era de se desejar que o universo árabe e
muçulmano realizasse também a sua atualização, para estabelecer um relacionamento de
convivência com o mundo

B. O Pacto de Lausanne como proclamação da Missão Integral da Igreja

O Pacto de Lausanne pode ser considerado a proclamação da Missão Integral da Igreja, pelos grupos evangelicais do mundo, com afirmações claras, abrangentes e com algumas frases verdadeiramente lapidares, antológicas sobre o tema:

“A evangelização mundial requer que a Igreja inteira leve o evangelho integral
ao mundo todo” (6. Ig. e a Evangelização).

“Afirmamos que Deus é o Criador e o Juiz de todos os homens. Portanto devemos partilhar o seu interesse pela justiça e pela reconciliação em toda a sociedade humana, e pela libertação dos homens de todo o tipo de opressão” (5. A Responsab. Social).

“Porque a humanidade foi feita à imagem de Deus, toda a pessoa sem distinção de raça, religião ou cor, cultura ou classe social, sexo ou idade possui dignidade intrínseca em razão da qual deve ser servida e não explorada” (5. Resp. Social).

“Embora a reconciliação com o homem não seja a reconciliação com Deus, nem a ação social evangelização nem a libertação política salvação, afirmamos que a evangelização e o envolvimento sócio-político são ambos parte do nosso dever cristão, Pois ambos são necessárias expressões de nossas doutrinas acerca de Deus e do homem, de nosso amor por nosso próximo e de nossa obediência a Jesus Cristo’ (5. Resp. Social)

“A mensagem da salvação implica também uma mensagem de juízo sobre toda a forma de alienação, de opressão e de discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer que existam.” (5. A Resp. Social)

“Os evangelistas de Cristo tem de humildemente procurar esvaziar-se de tudo exceto de sua autenticidade pessoal a fim de se tornarem servos dos outros, e as igrejas tem de procurar transformar e enriquecer a cultura; tudo para a glória de Deus” (10. A evangelização e a Cultura).

Mas o propósito deste trabalho é fazer a indicação do caráter eclesiológico deste pacto.

II. O caráter eclesiológico do Pacto de Lausanne

Quero chamar a atenção para as afirmações sob pelo menos três aspectos a) fundamentos eclesiológicos, b) Referencias sobre a natureza da Igreja e c) sobre a vida e missão da Igreja. Fazendo esse recenseamento, podemos verificar quão séria e abrangentemente o Pacto de Lausanne trata a questão eclesiológica.

A. Fundamentos Eclesiológicos

A Igreja pertence ao Senhor Jesus, e é constituída por pessoas salvas pelo Senhor.

“Nos membros da Igreja de Jesus Cristo procedentes de mais de 150 nações, participantes do Congresso internacional de Evangelização em Lausanne, louvamos a Deus por sua grande salvação…” (Preaâbulo)

Uma descrição, ou definição do que é a Igreja. A Igreja é um povo reunido por um chamamento (ekklesia) para ser salva, santificada e preparada para ser re-enviada ao mundo com uma missão: serviço, testemunho, estender o seu reino, edificar um povo, corpo de Cristo, para a glória de seu nome. Quem usa a expressão “o corpo de Cristo”, está dizendo o cabeça da Igreja é Jesus Cristo.

“Ele ( Deus Triuno, Pai Filho e Espirito Santo) tem chamado do mundo um povo para si, enviando-o novamente para o mundo como seus servos e testemunhas, para estender o seu Reino, edificar o corpo de Cristo e também para a glória do seu nome” (1. Propósito de Deus)

A noção dinamica de igreja antes como o povo de Deus do que como instituição é afirmada na seguinte frase:

“A Igreja é antes a comunidade do Povo de Deus do que uma instituição, e não
pode ser identificada com qualquer cultura em particular, nem com qualquer sistema social ou político, nem com ideologias humanas” (6 A Igreja e a Evangelização)

A Igreja tem na verdade um tremendo lugar nos planos de Deus e tem uma dignidade que emana do chamamento de Deus. A grandiosidade dessa chamada está expressada na Carta aos Efésios, por exemplo, ou no tratado sobre a Liberdade Crista de Martinho Lutero.
“A Igreja ocupa o ponto central do propósito divino para com o mundo, e é o agente que ele promoveu para difundir o evangelho” (6 A Igreja e a Evangelização)
“Eclesia reformata, semper reformanda” diz um dos motos da Reforma Protestante do século XVI, e aqui se reafirma a necessidade de reforma, de renovação, para poder cumprir com o chamado da Igreja.
“Cremos no Espírito Santo. ...o Espírito Santo é um Espírito missionário. ...A evangelização mundial só se tornara realidade quando o Espírito renovar a igreja na verdade, na sabedoria, na fé, na santidade, no amor e no poder. ...portanto instamos com todos os cristãos que orem pedindo a visita do soberano Espírito de Deus” (14 O Poder do Espirito Santo)...

III. Sobre a Natureza da Igreja

B) Sobre a Natureza da Igreja: mencionaremos B1) A Apostolicidade da Igreja B2) A Catolicidade da Igreja B3) A Unidade da Igreja B4) A Santidade da Igreja

B1) A Apostolicidade da Igreja:

“Afirmamos a inspiração divina, a veracidade e a autoridade das Escrituras, tanto do Velho como do Novo Testamento, em sua totalidade como a única Palavra de Deus escrita, sem erro em tudo o que ela afirma, e a única regra infalível de fé e pratica”

Esta re-afirmação muito cara ao povo evangélico de todas as gerações, pode parecer para alguns reflexo de um fundamentalismo biblicista, mas queremos indicar aqui, que ela se liga a questão da apostolicidade da Igreja. Porque os autores do NT são apóstolos, ou pessoas cumprindo com a função apostólica.

Esta função apostólica é testemunhar sobre a vida de Cristo, “ desde o batismo de João até a ascensão, passando pela cruz e ressurreição” na expressão de Atos 1:21 e 22. Essas testemunhas ouviram a Jesus, viram com os seus próprios olhos, e contemplaram com coração, e com as mãos apalparam com respeito ao Verbo da vida, Jesus;

Quando se afirma a inspiração divina, a veracidade e a autoridade das palavras dos apóstolos, estamos afirmando que nós em nossa geração ouvimos e vemos a Cristo através dos ouvidos olhos dos apóstolos, através da contemplação de fé desses apóstolos. Existe aqui uma dependência orgânica e espiritual, na pessoa dos apóstolos como os órgãos no mesmo corpo dependem uns dos outros. Nós precisamos dos seus ouvidos, dos seus olhos, do seu coração e de sua fé para contemplar a Jesus, para conhecê-lo, e para seguir a ele.

“o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo” I Jo 1:3

Esta nossa dependência orgânica e espiritual para com os apóstolos é a primeira metade da questão da apostolicidade. A outra metade, se refere à dependência dos apóstolos, missiologicamente falando em nós.

O livro de Hebreus, referindo-se aos heróis da fé do passado, afirma:

“Ora todos estes que obtiveram bom testemunho por sua fé, não obtiveram, contudo a concretização da promessa, por haver Deus provido cousa superior a nosso respeito , para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados” Heb. 11: 39, 40.

Hebreus está se referindo a uma grande diferença de situações entre os que receberam a promessa da vinda do Messias, o Ungido, com aqueles que viram a concretização, o cumprimento dessa promessa na pessoa bendita do nosso Senhor Jesus Cristo. Mas essas palavras podem se referir também ao relacionamento entre os apóstolos e nós. Existe um sentido em que promessas do Senhor Jesus, por exemplo “e sereis minhas testemunhas em Jerusalém e toda a Judéia, em Samaria e até aos confins do mundo” só está se realizando em nossos dias...

Eles receberam o mandato de ir até os confins do mundo a todas as nações, mas não puderam fazê-lo. Em Pentecostes os apóstolos falaram muitos idiomas, mas não consta que houvessem falado o Português. Para percorrer os caminhos do Brasil, (de Portugal. Moçambique ou Angola), eles precisam de nossas pernas. Para amar hoje o povo dessas nações os apóstolos precisam de nosso coração. E para falar das grandezas de Deus no idioma de Camões, eles precisam de nossas bocas. Eles dependem também, orgânica e espiritualmente de nós, de nossa fidelidade, de nossa obediência como os órgãos no mesmo corpo. O realizar hoje a obra do evangelho com essa unidade orgânica e espiritual com os apóstolos, é o que dá o sentido de apostolicidade em nossa vida e missão como corpo de Cristo nos dias de hoje.

B2) Catolicidade

“... Haverá um crescente esforço conjugado das igrejas, o que revelara com maior clareza o caráter universal da igreja de Cristo”
Neste parágrafo sobre o esforço conjugado de igrejas na evangelização, se afirma a fé no caráter universal da igreja de Cristo. E importante, anotar também o que o Manifesto de Manila 1989 ( O Lausanne II, 15 anos após o Lausanne 1974) acrescenta sobre este tópico:

“Nossa referência a “toda a igreja” não é uma afirmação presunçosa de que a igreja universal e a comunidade evangélica sejam sinônimas. Porque reconhecemos que há muitas igrejas que não são parte do movimento evangélico”

“As atitudes evangélicas diante a Igreja Católica Romana e as Igrejas Ortodoxas diferem enormemente. Alguns evangélicos estão orando, conversando, estudando as escrituras e trabalhando com essas igrejas. Outros se opõe fortemente a qualquer forma de diálogo ou cooperação com elas. Todos os evangélicos estão conscientes de que ainda subsistem entre nós sérias diferenças teológicas. Onde seja apropriado e na medida em que não se veja (indevidamente) comproimetida, a cooperação pode ser possível em áreas tais como a tradução da Bíblia, o estudo de temas éticos e teológicos contemporâneos, o trabalho social e a ação política Devemos deixar claro entretanto, que uma evangelização conjunta, demanda um compromisso comum ao evangelho bíblico”.

“Alguns de nós somos membros de igrejas que pertencem ao Conselho Mundial de Igrejas, e cremos que uma participação ativa mas crítica de sua obra e nosso dever cristão. Outros de nós não temos nenhuma relação com o referido Conselho. Todos nós instamos o Conselho Mundial de Igrejas a que se identifique com uma compreensão bíblica e consistente da evangelização”.

A Universalidade da Igreja decorre 1) Da Unicidade de Cristo e da Igreja 2) do fato de que temos um só fundamento nos profetas e apóstolos, 3) do fato de que Cristo não pode ter mais de uma noiva 4) e da exortação para que tenhamos comunhão com todos os santos como afirmado na seguinte passagem de Efésios.

“e assim, habite Cristo no vossa coração pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, afim de poderdes compreender com todos os santos, qual é a largura, e comprimento, e a altura e a profundidade e conhecer o amor de Cristo que escede todo o entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus! Ef. 3: 17-19

B3) Unidade da Igreja

“Afirmamos que e propósito de Deus haver na igreja uma unidade visível de pensamento quanto a verdade. A evangelização também nos convoca a unidade porque o ser um só Corpo reforça o nosso testemunho, assim como a nossa desunião enfraquece o evangelho da reconciliação.”

No parágrafo sobre a Cooperação na Evangelização lemos estas frases que indicam a consciencia de Unidade da Igreja que é da natureza da Igreja.

“Empenhamo-nos por encontrar uma unidade mais profunda na verdade, na adoração, na santidade, e na missão” 7

O Manifesto de Manila, em 1989, 15 anos depois de Lausanne, acrescenta:

“Confessamos que nos cabe também uma parte da responsabilidade pelo fracionamento do Corpo de Cristo, que constitue um grande obstáculo para a evangelização do mundo. Comprometemo-nos a prosseguir a búsca dessa unidade na verdade péla qual Cristo orou.. Estamos convictos de que a forma correta de avançar em direção a uma melhor cooperação,, é um diálogo franco e pacienbte baseado na Biblia com todos os que compartilham nossas preocupações. A isso nos comprometemos com alegria.” (Manifesto B Toda a Igreja)

B4) A Santidade da Igreja

“Mas uma igreja que pregue a Cruz deve ela ser marcada pela Cruz” 6
Ela torna-se uma pedra de tropeço para a evangelização quando trai o evangelho
ou Quando lhe falta uma fé viva em Deus, um amor genuino pelas pessoas, ou
uma honestidade escrupulosa em todas as coisas inclusive em promoção e
finanças” 6. A Igreja e a Evangelização

“A evangelização mundial so se tornara realidade quando o Espírito renovar a igreja na verdade, na sabedoria, na fé, na santidade, no amor e no poder. ...portanto instamos com todos os cristãos que orem pedindo pela visita do soberano Espírito de Deus”... (14 O poder do Espírito Santo)

Fica assim demonstrado que o Pacto está tratando de 4 importantes aspectos da
natureza da Igreja de Cristo: Apostolicidade, Catolicidade, Unidade e Santidade.

IV. Sobre a vida e missão da Igreja:

C1. marturia (testemunho e maritirio) - C2 kerygma, kerussein (proclamação,
proclamar) -C3-baptizein (batizar)- C4 - matheteuein (discipular)- C5 didake
(ensino)- C6 diakonia (serviço)- C7 kononia (comunhão, compartilhar) - C8 Oikodomein ten ekklesian (edificar a igreja) C9 profeteuein (profetizar) C10 – Doxazein (Louvar, Adoração). Com base no texto de Lausanne seria possível indicar muitos outros pontos ainda.

C1) Marturia (testemunho e martírio)

Em muitíssimos parágrafos a questão do testemunho, e do sofrimento por causa do evangelho é mencionado: Em Parágrafo sobre o Poder do Espírito Santo se cita o versículo 8 de Atos 1, assim como no parágrafo sôbre o Retorno de Cristo. E esse versículo da grande comissão (versão do livro de atos) promete que os discípulos seriam testemunhas de Cristo em Jerusalém e em todas as partes do mundo.

“Acreditamos que o período que vai desde a ascensão de Cristo até o seu retorno será preenchido com a missão do povo de Deus, que não pode parar esta obra antes do Fim” (15 O Retorno de Cristo)

“Também expressamos nossa profunda preocupação com todos os que foram injustamente encarcerados, especialmente com nossos irmãos que estão sofrendo por causa do seu testemunho do Senhor Jesus” (13. Liberdade e perseguição)

“Afirmamos que Cristo envia o seu povo redimido ao mundo assim como o Pai o enviou e que isso requer que haja uma dedicação de igual modo profunda e sacrificial! Precisamos deixar os nossos guetos eclesiásticos e penetrar na sociedade não cristã” (6. A Igreja e a Evangelização).

C2 – Kerygma (mensagem, proclamação)

Elementos kerigmáticos estão presentes nas seguintes afirmações:

“Evangelizar é difundir as boas novas de que Jesus Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou segundo as Escrituras. E de que como Senhor e Rei, ele agora oferece o perdão dos pecados e o dom libertador do Espírito a todos os que se arrependem e crêem.”

“A evangelização propriamente dita é a proclamação do Cristo bíblico e histórico como Salvador e Senhor, con intuito de persuadir as pessoas a vir a ele pessoalmente e, assim, se reconcialiarem com Deus”

C3 – Baptizein (Batizar)
Este elemento está subentendido em expressões como “ingressar na Igreja”, “fazer discípulos” e a passagem de Mat. 28:19 que se refere a batizar e fazer discipulos está citado nos paragrafos 1 Proposito de Deus, 6 a Igreja e a Evangelização.

“Os resultados da evangelização incluem a obediência a Cristo, o ingresso em sua igreja e um serviço responsável no mundo” (4. A natureza da evangelização”)

C4 – Matheteuein (Discipular)

“decidimo-nos a obedecer ao mandamento de Cristo de proclamá-lo a toda a humanidade e fazer discípulos de todas as nações” (Introdução)

“ao fazermos o convite ao evangelho, não temos o direito de esconder o custo do discipulado. Jesus ainda convida todos os que queiram seguí-lo a negarem-se a si mesmos, a tomarem a cruz e identificarem-se com a sua nova comunidade” (4 a natureza da Evangelização);

C5 – Didakê (Ensino)

“Reconhecemos que há uma grande necessidade de desenvolver educação
teológica, especialmente para líderes eclesiásticos”
“em toda nação e em toda cultura deve haver um eficiente programa de treinamento para pastores e leigos em doutrina, em discipulado e evangelização, em edificação e em serviço” (11. Educação e Liderança)

C6 – Diakonia (Serviço)

Este pacto elimina a dicotomia evangelização e serviço social . Toma o serviço aos membros e à comunidade humana maior onde está inserida a igreja, não como uma atividade separada da evangelização, mas sim como uma parte integrante e indispensável da proclamação da Palavra.

“Os resultados da evangelização incluem a obediência a Cristo, o ingresso
em sua igreja e um serviço responsável no mundo” (4 A natureza da evangelização)

“A salvação que alegamos possuir deve estar nos transformando na totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais. A fé sem obras é morta” (5. A responsabilidade social)

A frase mais famosa deste pacto expressa a integralidade do Evangelho que devemos anunciar:
“A evangelização do mundo requer que a igreja inteira leve o evangelho integral ao mundo inteiro” (6. A igreja e a evangelização)

C7- Koinonia ( Comunhão e Compartilhamento)

A noção de koinonía, inclue tanto a comunhão no sentido usual da palavra, como no sentido de compartilhar bens e a vida, como expressado pela igreja no dia de Pentecostes.

“nós que partilhamos a mesma fé bíblica, devemos estar íntimamente unidos na comunhão uns com outros nas obras e no testemunho! (7 Cooperação na Evangelização)
“Aqueles dentre nós que vivem em meio à opulência aceitam como obrigação sua desenvolver um estilo de vida simples afim de contribuir mais generosamente tanto para aliviar os necessitados como para a evangelização deles” (9. Urgência da Tarefa Evangelística)

C8- Oikodomein ten ekklesia (edificar igreja)

As frases seguintes subentendem a tarefa de edificar a igreja, o Corpo de Cristo:

A igreja ocupa o ponto central do propósito divino para com o mundo e é o agente que ele promoveu para difundir o evangelho” ( 6. A Igreja e a evangelização)

C9 – Profeteuein (Profetizar)

A frase seguinte se refere à missão da igreja de atuar profeticamente pronunciando-se em favor da justiça e equidade quando necessário.

“ A mensagem de salvação implica também uma mensagem de juízo sobre toda a forma de alienação, de opressão e de discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer que existam”

C10 – Doxazein – (Louvar, Adorar)

“Jesus Cristo foi exaltado sobre todo e qualquer nome. Anelamos pelo dia em que todo joelho se dobrará diante dele e toda língua o confessará como Senhor”
(3 A Unicidade e a Universalidade de Cristo).

“Aleluia!” (Conclusão)

A dimensão de louvor, parte da missão da igreja estão expressadas nas palavras acima citadas.

V. Conclusões

1. Demonstramos nesse pequeno ensaio que o Pacto de Lausanne (1974) foi redigido por pessoas que tinham um piedoso apego à Igreja de Cristo, e tinham noção de seus fundamentos, de sua natureza e aspectos cruciais da vida e missão da Igreja.

2. O Pacto não é formulação de eclesiologia, mas seria possível a partir de suas palavras compor uma excelente eclesiologia. Em cada um de seus parágrafos, as nossas igrejas locais e ou denominações, somos instruídos e desafiados, sobre as dimensões de ser igreja do Senhor, em nossos dias.

3. Por isso esse documento serve de denominador comum ou plataforma contemporânea sobre o qual diferentes igrejas, podem colaborar.

4. Ele tem um equilíbrio entre afirmação da necessidade de envolvimento sócio-politico-cultural, e afirmação da natureza e realidade da Igreja como Corpo de Cristo.

Key Yuasa é teólogo e pastor da Igreja Evangélica Holiness, SP

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