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Palavra do leitor

Ramadã evangélico

Os missionários ocidentais que tem evangelizado muçulmanos testemunham que a época mais difícil para o trabalho é período que coincide com o Ramadã. Nesse período a fé islâmica, que está latente fica mais sensível. Isso é tão verdade que nesse momento até mesmo cristãos ex-muçulmanos tendem a reconsiderar a sua escolha por Cristo a tal ponto da abandonarem a fé. Alguns depois do Ramadã voltam a comunhão com a igreja, mas no mês do Ramadã eles tem suas convicções abaladas e fazem concessões a religiosidade que haviam abandonado a tempos. É como se nesse período toda uma natureza e aspirações escondidas viessem a tona, mostrando de fato o que dentro das pessoas existe.

Pois bem, o escritor desse Blog tem a mesma impressão com os evangélicos em época de eleição. É sabido que as relações nas igrejas as vezes tendem a autoritarismo e a manipulação, contudo devido ao esforço das novas lideranças, muitos avanços no tocante ao “arejamento” das concepções sobre liderança e relações institucionais tem mudado. Nos últimos 10 anos os discursos no interior dos templos tem sinalizado parra relações menos autoritárias, com maior feed-back entre lideres e liderados e entre pastores e ovelhas. A norma na última década tem sido a da horizontalidade ao invés do “de cima para baixo”, bem no estilo proposto pela reportagem dos Novos Evangélicos da revista ÉPOCA.

Contudo no arraial de Jeová parece haver um Ramadã, ele não é anual, é bienal, sempre entre os meses de setembro e outubro, e pode variar de duração. Do que se trata? Das eleições. Parece que nessa época do ano os evangélicos colocam para fora toda a dificuldade que tem em discutir com quem pensa diferente, ou melhor não precisa nem pensar diferente basta não ter a mesma convicção inabalável sobre um fato. O período de eleição no Brasil é um período difícil para quem frequenta cultos em igrejas evangélicas, isso por que os templos se tornam espaços para uma cruzada em favor de valores apresentados como cristãos.

Nesse período do ano o ambiente fica pesado, há um clima de terror no ar, um clima de patrulhamento, as pessoas necessariamente assumem uma das duas posturas, a de vigilantes ou de vigiados. Os discursos são conclamações contra a perseguição que esta na iminência de acontecer. O cheiro de pólvora substitui o perfume de Cristo no espaço que deveria ser destinado a adoração. E nesse momento a prudência nos informa que não devemos contestar as opiniões e posições.

Nesse período que pode ser chamado de “Ramadã evangélico” todo discurso de renovação, de aceitação do diferente, de tolerância enfim de maturidade é substituído pelo velho discurso autoritário da igreja de antigamente. É como se nesse período o verniz da alteridade derretesse e desse lugar para as pulsões autocráticas que a muito as lideranças cristãs tentam abandonar ou esconder.

Assim sendo leitor, concluímos que a Igreja está mudando, como muçulmano convertido, ela assume uma nova posição na existencialidade espiritual, nessa posição a igreja exerce auto-critica, e se permite avaliar a luz das Escrituras e do bom senso, contudo quando o Ramadã evangélico começa, a saber, as eleições no Brasil, que acontecem a cada dois anos, então toda a postura reacionária, de intransigência, as vezes de manipulação vem a tona, e com toda a força.

Quem conhece igreja sabe que depois isso passa, que mais para frente a proposta mais piedosa de fé retornará tão logo o pleito se encerre. Contudo durante o ramadã evangélico, a eleição, o ambiente nos templos ficará pesado, todo cuidado será pouco nesse período, esse não é o momento de levantar qualquer tipo de reflexão ontológica, caso você queira continuar com seus amigos evangélicos e não ter o seu nome vinculado a qualquer lista de pessoas que ameaçam a ordem e decência.

É nesse período que devemos exercer aquele imperativo tão conhecido pelos cristãos, o chamado, “oremos”.
São Paulo - SP
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