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Palavra do leitor

Espiritualidade cristã no Sermão do Monte

"Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte não tereis galardão junto de vosso Pai celeste." (6.1)

Essas palavras são de Jesus, nosso Senhor e Mestre, relatadas pelo evangelista Mateus, e fazem parte do grandioso e simples discurso num monte cuja localização é ignorada, diante das multidões, na companhia dos discípulos. É curiosa a constante distinção que Mateus faz o tempo todo no seu Evangelho entre a multidão e os discípulos. Indiretamente, ele nos confronta: você pertence a qual dos grupos?

Ultimamente tenho lido sobre espiritualidade cristã, e alguns autores me marcaram muito com seus livros, como por exemplo, Uma Introdução à Espiritualidade Cristã de Alister McGrath, Celebração da Disciplina de Richard Foster e Colcha de Retalhos de Brennan Manning. Recomendo-os sem dúvidas.

Esse interesse pela espiritualidade cristã tem ligação com minha trajetória religiosa até o momento. Nasci católico, fui pentecostal, neopentecostal e agora sou presbiteriano. Não acho vergonhoso descrever meu caminho percorrido até aqui, pois sei que existem muitos com histórias parecidas. Mesmo amando a Igreja Presbiteriana e respeitando seus Símbolos de Fé, não os confundo com o que tenho procurado, que é uma vida cristã autêntica, simples e verdadeira. Sei que o presbiterianismo e a fé reformada constituem-se numa grande tradição espiritual de homens e mulheres que desejaram e desejam viver genuinamente o Evangelho. Contudo, não passam disso, de uma dentre tantas tradições espirituais que buscam ser cristãs, na essência e na prática. Uma das marcas da qual não abro mão, como protestante reformado, e valorizo na Igreja Presbiteriana, é o retorno às Escrituras quando aparecem dúvidas, que no meu caso é entender o que realmente caracteriza a espiritualidade cristã.

Pensando no que realmente é distintivo nela, não posso deixar de me recordar das palavras de Paulo em sua primeira carta aos Coríntios: "ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo"( 3.11). Para alguns isso pode parecer ridiculamente óbvio, mas não existe espiritualidade cristã autêntica sem Cristo como fundamento. Tem sido nosso erro permanente, tentarmos ser cristãos fora de Cristo. Esse erro pode ser verificado na história: nos tempos apostólicos quando gnósticos se agarravam a fábulas e "mistérios"; no período medieval quando Francisco de Assis abraçou o mais literalmente possível a simplicidade, a pobreza e vida serviçal de Cristo em oposição à uma igreja que se apegava ao luxo, à riqueza e à tirania; na Renascença quando os reformadores debruçaram-se novamente sobre a Palavra contra tradições humanas que negavam a essência da Fé Cristã. E tem sido assim atualmente, nesse tempo de igrejas e ministérios personalistas onde a Pessoa e os Ensimentos de Cristo tem sido ofuscados por líderes, denominações e grupos que se apresentam como autênticos porta-vozes da espitirualidade cristã, mas que estão muito longe do Evangelho autêntico e simples de Jesus.

Na mesma carta, Paulo orienta aos corintos: "sede meus imitadores, como eu sou de Cristo"(11.1). Ele conhecia a importância do discipulado para uma vida cristã plena e madura. Como nossa espiritualidade e nossas igrejas seriam diferentes se centralizássemos mais nossa existência e ações em torno do discipulado que tem Cristo como alvo e meta. Sei que em todos os lugares existem excessões, pois temos cristãos e igrejas que zelam por uma vida voltada para o Evangelho, não sou tão pessimista e desconectado da realidade. Embora minha visão do panorama cristão brasileiro seja bem limitada, conheço exemplos que podem ser imitados, porque imitam a Cristo. A crítica que faço, ao que tenho visto ser mais propagado na "espiritualidade" da igreja brasileira, é acerca da centralização em cultos, shows, encontros, programações e todo tipo de eventos que priorizam aglomerações e personalidades. Ao contrário disso, estou convicto de que prescisamos de mentores e discipuladores com os quais possamos ter encontros mais pessoais, regulares e íntimos, como os que Jesus teve com diversas pessoas e discípulos.

Por fim, nessa esteira da pessoalidade, regularidade e intimidade, destaco uma disciplina cristã, muito bem explorada por Foster em Celebração da Disciplina, que é a solitude. No versículo, com o qual abro essa reflexão, Jesus nos incentiva, em outras palavras, a nos guardarmos da superficial religiosidade exibicionista. Ele nos mostra a verdadeira espiritulidade como uma busca pela comunhão com Aquele que nos procurou primeiro. Um encontro íntimo e pessoal, longe de platéias e olhares curiosos. Diferente da solidão a solitude é uma disciplina de comunhão entre Cristo e nós, apenas Mestre e discípulo, Senhor e servo, Pai e filho... somente entre dois amigos.
Japeri - RJ
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