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Opinião

Exercício físico é útil para a vida cristã?

Em viagens pela América Latina tenho adotado o hábito de sair para correr com estudantes. Enquanto corremos eu lhes peço para pensar em textos bíblicos que os motivam à atividade física e que compartilhem como a prática esportiva lhes ajuda em sua vida espiritual.

Antes de revelar o que ouço abro parênteses para as objeções que às vezes escuto, normalmente dos que não se animam ao tour desportivo: “O que eu quero é correr ou esforçar-me contra a injustiça”, “prefiro dedicar-me à oração”, “o tempo é que corre e muitos estão perdidos”, “prefiro levantamento de garfo, ou de copo” e outras nessa linha.  É louvável o humor imaginativo, mas é menos apreciável a habilidade para criar dicotomias desnecessárias.

Às vezes as observações são acompanhadas por citações bíblicas e uma delas é curiosamente sempre mal citada. Geralmente dizem que o Paulo das Escrituras falou algo sobre o exercício físico ser de nenhum proveito. Interessante, logo Paulo que utilizou boas metáforas sobre o atleta e que na verdade disse que o exercício físico era de “algum proveito” (1 Tm 4.8).  Possivelmente se opunha à idolatria da atividade física, fazendo uma comparação entre o que era de proveito para essa vida, o exercício físico, com a piedade, que seria de proveito tanto para essa vida como para aquela outra depois da morte. Quer ser bom mordomo da vida que Deus te dá agora? Então preste atenção à atividade física.
 
Sobre essa memória bíblica que nos trai, proponho um teste. Pergunte a pessoas que tenham uma familiaridade com a Bíblia: “como é mesmo aquele texto em que Paulo fala sobre se há proveito ou não na atividade física?”. Observe então quantos dirão que Paulo afirma que “nenhum proveito há” ou que citarão “para nada serve”.  Aproveite e faça um segundo teste. Pergunte sobre aquele outro texto em que Paulo fala sobre “estar de pé e cair”. Anote quantos dirão “quem está de pé cuide que não caia”, citando muito mal a exortação do apóstolo que alertava que “aquele que pensa estar de pé é melhor ter cuidado para não cair” (1 Co 10.12, NTLH). Sutil, mas fundamental diferença. Uma luz amarela para aqueles que pensam que não precisam se cuidar.
 
Voltando àquelas vivências de sair para correr com estudantes de diferentes países, compartilho alguns textos citados em resposta à pergunta sobre as passagens que os motivam:
 
“Corro direto para a linha de chegada a fim de conseguir o prêmio da vitória”, “corram de tal maneira que ganhem o prêmio”, “o atleta que toma parte numa corrida não recebe o prêmio se não obedecer às regras da competição”, “os que confiam no Senhor... correm e não perdem as forças” (1).
 
É uma experiência muito interessante ouvir esses relatos, vendo as conexões que fazem e sua visão integral de uma vida saudável. Quanto à pergunta sobre como lhes ajuda a atividade física e os benefícios que essa lhes traz à sua vida, aqui vão algumas respostas que ouço:
 
“Ajuda-me a ter mais disciplina”, “agora consigo orar mais”, “planejo melhor minha vida e meus horários”, “conheci novas pessoas”, “me sinto mais forte para novos desafios”, “tenho mais disposição e saúde”, e por esse caminho seguem.
 
Para mim a motivação começou assim (2). Ela chegou em tempos de sedentarismo, de colesterol e triglicerídeos nas nuvens, de pecados preguiçosos e gastronômicos. Sim, comer mal também é pecado. Sinto muito por revelar essa verdade incômoda ao seu estômago, mas me alegro por ao menos despertar a sua acomodada alma. Também teve seus benefícios secundários importantes, como conseguir organizar-me melhor e a curiosa observação da esposa amada de que meu humor havia melhorado muito (como não consigo me lembrar se meu humor era assim tão ruim antes, talvez o esporte não tenha efeitos positivos sobre a memória).
 
Há tentações no caminho? Claro, somos assim, cheios de ambiguidades e defeitos. Há que tomar cuidado para evitar as comparações com os demais (o importante é que você mesmo progrida), com a competitividade extremada (reconheça seus limites), com a idolatria do corpo (cuidar é diferente de ser obsessivo) ou vigiar para não descuidar das relações, da família e das causas nobres a que te sentes chamado a cooperar com a sua vida e com a capacidade que Deus te deu.
 
Estou certo de que quando você decidir se cuidar melhor “você salvará tanto você mesmo como os que o escutam” (1 Tm 4.16). Busque avaliar se você já pensa que “está de pé” e que não precisa de mais esforço e de cuidado na vida. Imaginar que já estamos bem é o primeiro passo para o abismo. Cuidar, avaliar, revisar e esforçar-se pode ser um bom início ou o recomeço de uma nova e frutífera etapa na vida. Recobrará forças e assim estará mais em forma para lutar contra a injustiça, pecado e maldade no mundo.
 
Aproveite e compartilhe o que te anima ou o que te impede nesse caminho de cuidado com a vida. Juntos, porque a comunidade aqui também é importante, podemos correr, caminhar, nadar ou pedalar, valorizando a vida por onde o Senhor nos leva nesse mundo. Então, me diz aí, a que horas você colocará o despertador para tocar e com quem você irá correr amanhã?

Notas
1. Filipenses 3.14; 1 Coríntios 9.24;  2 Timóteo 2.5; Isaías 40.31 (NTLH)
2. Agradeço ao amigo e mestre Ziel Machado por animar-me nesse caminho.

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É casado com Ruth e pai de Ana Júlia e Carolina. Integra o corpo pastoral da Igreja Metodista Livre da Saúde, em São Paulo (SP), serve globalmente como secretário adjunto para o engajamento com as Escrituras na IFES (International Fellowship of Evangelical Students) e também apoia a equipe da IFES América Latina.
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