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Palavra do leitor

É arriscado! Vai encarar?

Uma das dificuldades que enfrenta quem busca tornar-se próximo das pessoas é o risco de que essa aproximação resulte em decepção acompanhada de tristeza e desânimo. Esse é um risco real e certamente é um dos motivos que fazem com que se pense duas vezes antes de escancarar-se as janelas do próprio coração.

Mesmo sem ter pensado com clareza sobre essas ideias no passado, tive o cuidado de manter as janelas do meu coração fechadas. Essa estratégia funcionou bem, mas descobri que ao me proteger dos riscos inerentes aos relacionamentos eu também fechava as portas para as alegrias do caminhar lado a lado, de ter amigos de jornada.

Decidi mudar. Desde então sinto-me mais exposto. Tenho procurado ser transparente e, na medida do que consigo, sincero em minhas amizades mas percebo que isso funciona como se, em meio à guerra, depusesse minhas armas sem qualquer garantia de que os outros em minha volta farão o mesmo. Parece uma situação arriscada, e é mesmo.

O resultado é que tenho sido machucado mais vezes e com mais profundamente depois disso. Sentimentos de frustração e tristeza por vezes me assolam quando as expectativas de amizade sincera não são correspondidas ou quando abro mão de minhas armas de defesa e o outro se apossa delas para usar contra mim. Algo doloroso em tudo isso é que o sofrimento causado por aqueles que consideramos mais próximos parece maior e mais intenso do que aquele provocado pelos mais distantes.

Tenho lidado com gente por toda a minha vida adulta, mas não deixo de me surpreender com a medida de desprezo e falta de consideração que pode existir no coração humano. Já ouvi juras de amor fraternal e promessas de lealdade indissolúvel. Já vi expressões de apoio irrevogável, recebi abraços fervorosos e senti afagos de encorajamento. Mas tudo isso passa! Quem está perto hoje pode está longe amanhã e quem senta à mesa para ouvi-lo no café da manhã, à tarde pode desprezá-lo sem aviso prévio. Já aconteceu comigo e pode acontecer com qualquer um que decida se aproximar das outras pessoas.

Mas esse não é apenas um desabafo lamentoso. Escrevo também para tentar descobrir como Jesus lidou com essa questão e assim quem sabe aliviar minhas próprias dores.

Algo que vejo nos evangelhos é que Jesus correu o risco. Ele não fugiu das pessoa por causa da grande possibilidade de frustração que os relacionamentos trazem consigo. Ele aceitou convites para estar com elas, recebeu pessoas em sua casa, encontrou-se com elas em meio à rua, foi a jantares, casamentos, e banquetes. Além disso, ele convidou doze homens a conviverem com ele e os considerou seus amigos mesmo quando essa amizade parecia pouco acrescentar ao filho de Deus.

Outra coisa que percebo quando leio os evangelhos é que embora Jesus amasse com profundidade as pessoas em sua volta ele não permitia que as atitudes delas pautassem suas emoções: a incredulidade dos apóstolos não o tornou descrente; a vida amarga de Judas não o tornou amargo; a traição do amigo Pedro não o fez traidor nem o encheu de autocompaixão; o abandono dos amigos que o acompanharam durante os tempos áureos de ministério não o tornou indignado ou decepcionado.

Parece que Ele tinha outras fontes para suprir seu “tanque emocional” e isso o tornava uma pessoa capaz de agir com graça em vez de reagir em busca de justiça diante das ofensas que sofria. Das palavras ditas por Cristo na cruz, "Pai, perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem", brotam frescor e leveza de alma que apenas vez por outra pareço experimentar, mas que desejo se tornem algo permanente em minha vida.

Não quero desistir de me aproximar das pessoas. Vou continuar tentando ir ao encontro e me deixar encontrar, perdoar e ser perdoado, compreender e me fazer compreendido, amar e ser amado. Não vou jogar pérolas aos porcos e mendigar amizade de quem deseja apenas me usar, mas não abrirei mão de correr o risco de me tornar próximo daqueles que Deus colocar em meu caminho como pedras de amolar.

Bom, agora já é tarde. Então vou parar por aqui. Mas quero voltar a pensar e a escrever sobre o assunto. Um dos pontos de minha investigação será tentar descobrir o que fazia de Jesus alguém sábio em seus relacionamentos. Não vou desistir, porque essa é uma questão de "vida ou morte" relacional para mim.
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