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A igreja reformada tem de ser constantemente reformada

Em 1520, em sua carta ao papa Leão X, Martinho Lutero, aos 37 anos, escreveu: “A cúria romana odeia os concílios e tem medo de ser reformada”. Tanto os reformados quanto os romanos sabiam que a igreja precisava mesmo de uma reforma.

Reconhecer a necessidade de uma reviravolta e pôr as mãos no arado em direção a ela é um problema histórico.

No último quartel do século 17, o papa Inocêncio XI (1676 --1689) cunhou a frase: “Cartusia nunquan reformata, quia nunquan deformata”, que literalmente significa: “A cartuxa não precisa de reforma, porque nunca se deforma”. Ele se referia ao conservadorismo da ordem religiosa fundada por São Bruno em 1084.

Lutero era mais prudente: “Ecclesia reformata et semper reformanda est”, isto é, a igreja reformada está sempre se reformando”.

Entende-se por reforma o movimento permanente na igreja com a finalidade de restaurar a energia e a espiritualidade reduzidas ou perdidas por causa da fragilidade dos seus membros. A reforma de uma igreja oferece a oportunidade ímpar para se rever algum desvio não só de comportamento, mas também de ordem dogmática.

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