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10 de novembro de 2025- Visualizações: 813
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Jesus iluminou o canto mais escuro da minha alma
Não preciso ser útil para ser amada. Sou uma constante aprendiz
Por Karol Coelho
Aconteceu comigo – meu encontro com Jesus
Cresci experimentando o amor de Cristo com meus pais, vivenciando incontáveis milagres em nossa família. É impossível falar sobre como aprendi a buscar a Deus sem comentar as frequentes vezes que via minha mãe estudando a Bíblia e ensinando na igreja. Assim como preciso recordar as vezes em que ouvi meu pai orando em voz alta em seu quarto, além da confiança em Deus que demonstrava todas as vezes que grandes problemas surgiam à nossa frente.
Ainda muito jovem me envolvi em atividades ministeriais. Comecei dando aula na escola bíblica dominical (estudando as lições com o apoio e direção da minha mãe), depois aprendi a cantar e comecei a integrar a liderança dos adolescentes – ainda sendo uma adolescente. Tive oportunidades de aprender de tudo, desde como falar em público até como realizar um congresso, organizar uma excursão e até ensaiar um grupo de música.
Diante de diversas situações difíceis para uma jovem lidar, minha mãe me aconselhava a reconsiderar meu nível de envolvimento (ela sabia que era muito). Mas, eu não queria. Além da minha compreensão de que aquela era a maneira de entregar minha vida a Deus, eu também amava me sentir útil e ser vista como "madura para a minha idade". E assim foi até o início da minha vida adulta.
Não foi a universidade que me afastou da igreja. Mas, algumas situações aconteceram que me levaram a uma conversa com a liderança na época e eu cheguei a ouvir que "sentiam medo de eu me desviar por causa da faculdade". Eu estava cansada, aprendendo a lidar com as novas demandas, desgastada com as responsabilidades ministeriais, chateada por motivos que não dá para resumir. Quando tentava me abrir, eu sentia que não estava encontrando apoio. Então, sim, eu me afastei da igreja, atendendo às expectativas.
Não era Deus que eu estava rejeitando, inicialmente, porém, a partir daí, desenvolveu-se a minha crise de fé.

No período fora da igreja, aos poucos me distanciei de Deus. E esse é um período difícil para isso. A entrada na vida adulta é marcada por grandes mudanças, que podem ser tempestuosas. São tantas transformações e descobertas ao mesmo tempo, que eu comecei a questionar se as minhas experiências espirituais passadas eram reais, se Deus realmente era quem eu ouvi a vida inteira que ele era e se o que eu havia aprendido era o correto.
Junto a esses questionamentos, eu terminei a faculdade enfrentando inseguranças profissionais, financeiras e emocionais. Eu fingia pra minha família que eu estava com tudo sob controle, ao mesmo tempo que não conseguia estar em casa sem ficar trancada no meu quarto. Eu passei a mentir, a me esconder, a me rebelar, de alguma maneira, passando dias fora de casa. Nada parecia fazer muito sentido, a não ser uma grande, profunda e inexplicável tristeza.
Mas, um sábado eu fui ao cinema e Deus começou a falar comigo. O filme era o documentário O Sal da Terra, que conta a trajetória do fotógrafo Sebastião Salgado. E eu consegui enxergar o plano da redenção. Reconhecendo a grandeza e o poder de Deus, eu também compreendi que Ele podia transformar e usar qualquer ser humano para transformar também.
E no domingo, Deus continuou falando comigo. Fui até uma igreja que havia ido poucas vezes, participar de um estudo que era sobre os primeiros capítulos de Gênesis. E eu continuei sendo convencida pelo Espírito Santo de que Deus tinha tudo sob controle. E até a minha desesperança, que me levava a dizer que nunca iria querer ter filhos, foi confrontada.
Do estudo, fiquei para o culto. E, então, além de continuar sendo conferida racionalmente, eu senti fortemente a presença de Deus. Enquanto o pregador afirmava que “Deus é Santo, Terrível, Outro Ser”, ao lembrar a passagem bíblica da presença de Deus no Monte Sinai (Êx 19), eu sentia o meu corpo queimar, chorava copiosamente e entendia no meu mais profundo ser que eu precisava buscar a sua santidade, reconhecendo meu estado de pecadora. Eu não consigo lembrar deste dia sem derramar uma lágrima.
Nas semanas seguintes, muitas coisas aconteceram até eu me restabelecer e ser parte do Corpo de Cristo novamente. Precisei confessar as minhas mágoas, dividir meus fardos, recordar ensinamentos e persistir.
Jesus iluminou o canto mais escuro da minha alma. Desde então, eu luto pela santidade, em um processo contínuo de transformação no meu ser. Eu não preciso ser útil para ser amada. Eu sou uma constante aprendiz. E, apesar de lidar com o meu desejo de ser reconhecida, eu sei que eu só preciso dele.
Minha esperança está em Deus – tanto que ele até me permitiu gerar um filho(a) e eu me tornarei mãe sabendo que todo o controle da vida está em suas mãos. Espero que nosso lar seja um lugar de testemunhos do amor de Jesus, assim como o em que eu cresci. E que essa criança um dia experimente pessoalmente esse amor, assim como eu.
REVISTA ULTIMATO - A IGREJA EM MISSÃO
Ultimato celebra a igreja em missão, a missão da igreja e o movimento missionário brasileiro, cuja história é quase tão longeva quanto a do Brasil.
Ao longo de mais de 10 páginas, o leitor vai encontrar parte das palestras do 10ª edição do Congresso Brasileiro de Missões (CBM 2025), que aconteceu em outubro, em Águas de Lindóia, SP, e lerá, no "Especial", um painel com uma avaliação ampla e crítica do movimento missionário brasileiro.
É disso que trata a edição 416 de Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» Casas de Chá – As Mulheres do Distrito da Luz Vermelha, Shine LEE
» O Cultivo da Vida Cristã – Meditações a Partir de 1 João, Robert Liang Koo
» A Pessoa Mais Importante do Mundo, Elben César
Por Karol Coelho
Aconteceu comigo – meu encontro com Jesus
Cresci experimentando o amor de Cristo com meus pais, vivenciando incontáveis milagres em nossa família. É impossível falar sobre como aprendi a buscar a Deus sem comentar as frequentes vezes que via minha mãe estudando a Bíblia e ensinando na igreja. Assim como preciso recordar as vezes em que ouvi meu pai orando em voz alta em seu quarto, além da confiança em Deus que demonstrava todas as vezes que grandes problemas surgiam à nossa frente.Ainda muito jovem me envolvi em atividades ministeriais. Comecei dando aula na escola bíblica dominical (estudando as lições com o apoio e direção da minha mãe), depois aprendi a cantar e comecei a integrar a liderança dos adolescentes – ainda sendo uma adolescente. Tive oportunidades de aprender de tudo, desde como falar em público até como realizar um congresso, organizar uma excursão e até ensaiar um grupo de música.
Diante de diversas situações difíceis para uma jovem lidar, minha mãe me aconselhava a reconsiderar meu nível de envolvimento (ela sabia que era muito). Mas, eu não queria. Além da minha compreensão de que aquela era a maneira de entregar minha vida a Deus, eu também amava me sentir útil e ser vista como "madura para a minha idade". E assim foi até o início da minha vida adulta.
Não foi a universidade que me afastou da igreja. Mas, algumas situações aconteceram que me levaram a uma conversa com a liderança na época e eu cheguei a ouvir que "sentiam medo de eu me desviar por causa da faculdade". Eu estava cansada, aprendendo a lidar com as novas demandas, desgastada com as responsabilidades ministeriais, chateada por motivos que não dá para resumir. Quando tentava me abrir, eu sentia que não estava encontrando apoio. Então, sim, eu me afastei da igreja, atendendo às expectativas.
Não era Deus que eu estava rejeitando, inicialmente, porém, a partir daí, desenvolveu-se a minha crise de fé.

No período fora da igreja, aos poucos me distanciei de Deus. E esse é um período difícil para isso. A entrada na vida adulta é marcada por grandes mudanças, que podem ser tempestuosas. São tantas transformações e descobertas ao mesmo tempo, que eu comecei a questionar se as minhas experiências espirituais passadas eram reais, se Deus realmente era quem eu ouvi a vida inteira que ele era e se o que eu havia aprendido era o correto.
Junto a esses questionamentos, eu terminei a faculdade enfrentando inseguranças profissionais, financeiras e emocionais. Eu fingia pra minha família que eu estava com tudo sob controle, ao mesmo tempo que não conseguia estar em casa sem ficar trancada no meu quarto. Eu passei a mentir, a me esconder, a me rebelar, de alguma maneira, passando dias fora de casa. Nada parecia fazer muito sentido, a não ser uma grande, profunda e inexplicável tristeza.
Mas, um sábado eu fui ao cinema e Deus começou a falar comigo. O filme era o documentário O Sal da Terra, que conta a trajetória do fotógrafo Sebastião Salgado. E eu consegui enxergar o plano da redenção. Reconhecendo a grandeza e o poder de Deus, eu também compreendi que Ele podia transformar e usar qualquer ser humano para transformar também.
E no domingo, Deus continuou falando comigo. Fui até uma igreja que havia ido poucas vezes, participar de um estudo que era sobre os primeiros capítulos de Gênesis. E eu continuei sendo convencida pelo Espírito Santo de que Deus tinha tudo sob controle. E até a minha desesperança, que me levava a dizer que nunca iria querer ter filhos, foi confrontada.
Do estudo, fiquei para o culto. E, então, além de continuar sendo conferida racionalmente, eu senti fortemente a presença de Deus. Enquanto o pregador afirmava que “Deus é Santo, Terrível, Outro Ser”, ao lembrar a passagem bíblica da presença de Deus no Monte Sinai (Êx 19), eu sentia o meu corpo queimar, chorava copiosamente e entendia no meu mais profundo ser que eu precisava buscar a sua santidade, reconhecendo meu estado de pecadora. Eu não consigo lembrar deste dia sem derramar uma lágrima.
Nas semanas seguintes, muitas coisas aconteceram até eu me restabelecer e ser parte do Corpo de Cristo novamente. Precisei confessar as minhas mágoas, dividir meus fardos, recordar ensinamentos e persistir.
Jesus iluminou o canto mais escuro da minha alma. Desde então, eu luto pela santidade, em um processo contínuo de transformação no meu ser. Eu não preciso ser útil para ser amada. Eu sou uma constante aprendiz. E, apesar de lidar com o meu desejo de ser reconhecida, eu sei que eu só preciso dele.Minha esperança está em Deus – tanto que ele até me permitiu gerar um filho(a) e eu me tornarei mãe sabendo que todo o controle da vida está em suas mãos. Espero que nosso lar seja um lugar de testemunhos do amor de Jesus, assim como o em que eu cresci. E que essa criança um dia experimente pessoalmente esse amor, assim como eu.
- Karol Coelho é poeta, jornalista, membro da IBMA 242 e coordenadora de comunicação na Steiger Brasil. @kpoiesis.
REVISTA ULTIMATO - A IGREJA EM MISSÃOUltimato celebra a igreja em missão, a missão da igreja e o movimento missionário brasileiro, cuja história é quase tão longeva quanto a do Brasil.
Ao longo de mais de 10 páginas, o leitor vai encontrar parte das palestras do 10ª edição do Congresso Brasileiro de Missões (CBM 2025), que aconteceu em outubro, em Águas de Lindóia, SP, e lerá, no "Especial", um painel com uma avaliação ampla e crítica do movimento missionário brasileiro.
É disso que trata a edição 416 de Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» Casas de Chá – As Mulheres do Distrito da Luz Vermelha, Shine LEE
» O Cultivo da Vida Cristã – Meditações a Partir de 1 João, Robert Liang Koo
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