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Opinião

Infidelidade é o mesmo que adultério?

 Por Carlos “Catito” e Dagmar Grzybowski
 
Esdras era um marido exemplar aos olhos da comunidade que o havia eleito para o grupo de liderança da igreja. Sua esposa, Regina, era uma mulher retraída que procurava ocupar-se primariamente com a educação dos filhos e abrira mão de um futuro profissional que indicava ser brilhante, pois o marido a convencera de que a renda que ele tinha era mais que suficiente para a provisão familiar.
 
Quando a infidelidade de Esdras se tornou pública, muitos irmãos cochichavam pelos cantos que “sabiam” que algo estava errado e que sua aparência de santo “nunca os enganara”. A situação ficou insustentável e veio a separação. Esdras abandonou a igreja e mudou-se de cidade com a “nova companheira”, abrindo mão do emprego e perdendo muito em renda e conforto, o que naturalmente respingou na qualidade de vida de Regina e dos filhos.
 
Frank Pittman, renomado terapeuta familiar, pergunta: “Por que pessoas de outra forma sadias – que respeitam os sinais de trânsito, que escovam os dentes após as refeições – arriscam tudo na vida por um furtivo momento de sexo?”.1
 
Talvez alguns pensem que a infidelidade acontece somente quando ocorre envolvimento sexual fora da relação conjugal, porém penso que envolve algo mais profundo que só a dimensão sexual. Trata-se da quebra de um acordo, de um pacto!
 
E o que é um pacto? Nossa sociedade do imediato e do descartável trabalha muito com o conceito de contrato, mas desconhece a profundidade do significado de um pacto. Em um contrato, existem acordos de direitos e deveres dos envolvidos que visam benefícios para ambos. A sociedade civil define o casamento em termos de um contrato, em cuja essência está a preocupação com a divisão de bens materiais (comunhão total, parcial ou separação de bens).
 
A Bíblia aborda a ideia de pacto, que não envolve bens, mas o empenho da palavra, que é o nosso bem mais precioso (Mt 5.37). É quando eu me comprometo com outra pessoa a trilhar uma caminhada de vida na qual, progressivamente, vou me dando a conhecer e ao mesmo tempo conheço o mais íntimo do outro, a ponto de “estar nu e não ter do que se envergonhar” (Gn 2.25) – uma nudez não física, mas de alma, que é a descrição da relação do casal no paraíso.
 
Pessoas vêm ao meu consultório afirmando que não foram infiéis, mas que, sim, criaram fantasias com colegas de trabalho, tiveram conversas virtuais “apimentadas” ou navegaram por espaços cibernéticos impróprios em madrugadas de insônia. Entretanto, eu prefiro a seguinte definição: “O adultério é o ato sexual fora do casamento, enquanto a infidelidade é a desonestidade sexual dentro do casamento”.2
 
Desta forma, muitos mantêm segredos de infidelidade que são altamente corrosivos para o relacionamento, na maioria das vezes mais destruidores que o próprio adultério, pois atuam modificando a conduta, colocando aquele que guarda o segredo em um contínuo estado de alerta e medo de ser descoberto, tirando sua espontaneidade, o que acaba sendo captado pelo cônjuge.
 
Não nos enganemos. Jesus afirma: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido” (Lc 12.2). Logo, a infidelidade é um esforço inútil e desgastante cujo resultado é somente a ruína relacional e familiar.
 
Notas:
1. PITTMAN, Frank. Mentiras privadas: a infidelidade e a traição da intimidade. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. p. xi.
2. Ibid. p. 6.
 

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