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21 de maio de 2025
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Reversos da vida
A espontaneidade faz a vida mais leve e bonita. Mas tenho aprendido que ela também pode ser destruidora
Por Rita Santos
Há algumas semanas, escrevi um texto para esta coluna, já havia até mesmo enviado para consideração e ele tinha sido aprovado.
Mas ontem aconteceu algo que vale a pena contar e acho que é melhor mudar a reflexão...
Tudo aconteceu quando eu estava lavando a louça.
No dia anterior, tinha ficado de cama, com sintomas de uma gripe forte.
Ainda estava me sentindo meio fraca quando o telefone tocou.
"Posso falar com você?"
"Sim", eu disse.
A pessoa do outro lado da linha me falou coisas que eu não gostei de ouvir. Naquela conversa, alguns de meus sonhos de trabalhos foram despedaçados.
Ou, na verdade, alguns de meus sonhos antigos, ou os que eu achava que eram bons, foram desvalorizados.
Minha vontade era questionar, reclamar, esbravejar. Mas fiquei calada.
Foi pura graça.
Consegui ficar calada, e foi a melhor coisa que fiz.
Quando a conversa terminou, conversa na qual eu apenas ouvi, desliguei o telefone e senti paz.
Ficar calada naquele momento foi uma bênção, ainda que talvez tenha sido a coisa mais difícil que tenha feito.
Sou acostumada a falar, questionar, expressar-me com palavras, lágrimas, sorrisos ou abraços.
Mas tenho descoberto que o silêncio é uma dádiva.
Não preciso brigar ou me defender. O Senhor Deus, criador dos céus e da terra, cuida de mim e luta por mim.
Ele reverte o mal em bem.
Sinceramente, confessando aqui, acho que consegui ficar calada só porque estava meio doente. Mas agradeço a Deus pela experiência.
Meu pai me disse uma vez: "Você é muito topetuda". Ele tinha razão.
Por muitos anos, não achava necessário calar ou sequer pensar bem antes de falar.
No fundo, é porque acredito que a espontaneidade faz a vida mais leve e bonita. A formalidade e a frieza nos relacionamentos me trazem tristeza.
Mas tenho aprendido que a espontaneidade pode ser também destruidora.
A palavra diz que: "(...) a língua é um fogo; é um mundo de iniquidade. Colocada entre os membros do nosso corpo, contamina a pessoa por inteiro, incendeia todo o curso da sua vida, sendo ela mesma incendiada pelo inferno" (Tg 3.6).
Também diz que: "Com a língua bendizemos ao Senhor e Pai e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. Da mesma boca procedem bênção e maldição" (Tg 3.9-10).
Percebo que o desafio é imenso.
Falar ou não falar?
Como falar?
Quando falar?

Não é simples.
O desafio é diário e constante.
Mas o caminho do silêncio, da escuta, da palavra mansa, amorosa e poderosa nos traz vida em abundância.
Se tivesse falado naquele momento ao telefone, teria agredido ao outro e a mim mesma. Teria falado com raiva e soberba. O silêncio foi abençoador.
E o mais interessante ainda é que, depois de alguns dias, recebi outro telefonema, da mesma pessoa, e então pudemos conversar com calma.
Falei com tranquilidade, a raiva já havia passado. Fui ouvida e acolhida. O silêncio foi tomado pela palavra mansa e alegre.
Louvado seja o Senhor! Tudo tem o seu tempo, como está escrito em Eclesiastes 3:1-8
"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;
Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz."
Que maravilhoso!
Que Deus nos dê a graça de, no tempo certo, nos calar, e no tempo certo falar.
Que Ele nos dê a graça de em todo tempo amar, seja através do silêncio ou da palavra, pois só assim caminharemos em trilhas de paz e abundância.
REVISTA ULTIMATO – LIVRA-NOS DO MAL
O mal e o Maligno existem. E precisamos recorrer a Deus, o nosso Pai, por proteção.
O que sabemos sobre o mal? A que textos bíblicos recorremos para refletir e falar do assunto? Como o mal nos afeta [e como afetamos outros com o mal] e porque pedimos para sermos livres dele? Por que os cristãos e a igreja precisam levar esse assunto a sério?
É disso que trata a matéria de capa da edição 413 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» Culpa e Graça, Paul Tournier
» Um Novo Dia – Deixando para trás ansiedade, fome, controle, vergonha, ira e desespero, Emma Scrivener
Por Rita Santos

Mas ontem aconteceu algo que vale a pena contar e acho que é melhor mudar a reflexão...
Tudo aconteceu quando eu estava lavando a louça.
No dia anterior, tinha ficado de cama, com sintomas de uma gripe forte.
Ainda estava me sentindo meio fraca quando o telefone tocou.
"Posso falar com você?"
"Sim", eu disse.
A pessoa do outro lado da linha me falou coisas que eu não gostei de ouvir. Naquela conversa, alguns de meus sonhos de trabalhos foram despedaçados.
Ou, na verdade, alguns de meus sonhos antigos, ou os que eu achava que eram bons, foram desvalorizados.
Minha vontade era questionar, reclamar, esbravejar. Mas fiquei calada.
Foi pura graça.
Consegui ficar calada, e foi a melhor coisa que fiz.
Quando a conversa terminou, conversa na qual eu apenas ouvi, desliguei o telefone e senti paz.
Ficar calada naquele momento foi uma bênção, ainda que talvez tenha sido a coisa mais difícil que tenha feito.
Sou acostumada a falar, questionar, expressar-me com palavras, lágrimas, sorrisos ou abraços.
Mas tenho descoberto que o silêncio é uma dádiva.
Não preciso brigar ou me defender. O Senhor Deus, criador dos céus e da terra, cuida de mim e luta por mim.
Ele reverte o mal em bem.
Sinceramente, confessando aqui, acho que consegui ficar calada só porque estava meio doente. Mas agradeço a Deus pela experiência.
Meu pai me disse uma vez: "Você é muito topetuda". Ele tinha razão.
Por muitos anos, não achava necessário calar ou sequer pensar bem antes de falar.
No fundo, é porque acredito que a espontaneidade faz a vida mais leve e bonita. A formalidade e a frieza nos relacionamentos me trazem tristeza.
Mas tenho aprendido que a espontaneidade pode ser também destruidora.
A palavra diz que: "(...) a língua é um fogo; é um mundo de iniquidade. Colocada entre os membros do nosso corpo, contamina a pessoa por inteiro, incendeia todo o curso da sua vida, sendo ela mesma incendiada pelo inferno" (Tg 3.6).
Também diz que: "Com a língua bendizemos ao Senhor e Pai e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. Da mesma boca procedem bênção e maldição" (Tg 3.9-10).
Percebo que o desafio é imenso.
Falar ou não falar?
Como falar?
Quando falar?

Não é simples.
O desafio é diário e constante.
Mas o caminho do silêncio, da escuta, da palavra mansa, amorosa e poderosa nos traz vida em abundância.
Se tivesse falado naquele momento ao telefone, teria agredido ao outro e a mim mesma. Teria falado com raiva e soberba. O silêncio foi abençoador.
E o mais interessante ainda é que, depois de alguns dias, recebi outro telefonema, da mesma pessoa, e então pudemos conversar com calma.
Falei com tranquilidade, a raiva já havia passado. Fui ouvida e acolhida. O silêncio foi tomado pela palavra mansa e alegre.
Louvado seja o Senhor! Tudo tem o seu tempo, como está escrito em Eclesiastes 3:1-8
"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;
Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz."
Que maravilhoso!
Que Deus nos dê a graça de, no tempo certo, nos calar, e no tempo certo falar.
Que Ele nos dê a graça de em todo tempo amar, seja através do silêncio ou da palavra, pois só assim caminharemos em trilhas de paz e abundância.
- Rita Santos é jornalista.

O mal e o Maligno existem. E precisamos recorrer a Deus, o nosso Pai, por proteção.
O que sabemos sobre o mal? A que textos bíblicos recorremos para refletir e falar do assunto? Como o mal nos afeta [e como afetamos outros com o mal] e porque pedimos para sermos livres dele? Por que os cristãos e a igreja precisam levar esse assunto a sério?
É disso que trata a matéria de capa da edição 413 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
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