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Por Escrito

Raquel chorará por seus filhos neste natal?

Por João Leonel
 
Enfurecido por se ver ludibriado pelos magos e frustrado por não encontrar o menino Jesus, a quem deseja matar, Herodes dá vazão a seu instinto assassino ordenando a morte de todas as crianças com até dois anos em Belém e arredores (Mt 2.16).
 
Buscando cores adequadas para expor o horror de tal cena, o narrador lembra-se de outro momento terrível na vida de seu povo. Recorda-se de quando Judá foi levado cativo para a Babilônia. Jeremias presenciou a derrubada de Jerusalém, a morte da população pelos invasores e o envio dos jovens para o exílio.
 
De forma poética, o profeta expressa no choro de Raquel, a matriarca de Israel, a dor causada pelo evento: “Ouviu-se um clamor em Ramá, pranto e grande lamento; era Raquel chorando por seus filhos e inconsolável por causa deles, porque já não existem” (Jr 31.15). 
 
Raquel, simbolizando as mães de Israel, chora os filhos que são levados para o exílio.
 
Entretanto, Jeremias anuncia a ela a promessa divina: “[...] teus filhos voltarão para os seus territórios” (Jr 31.17). Quando isso acontecer, “[...] a virgem se alegrará na dança, e também os jovens e os velhos; tornarei o seu pranto em júbilo e os consolarei; transformarei em regozijo sua tristeza” (Jr 31.13).
 
O choro de Raquel se transformaria em alegria, riso e dança. Os filhos voltariam da terra distante.
 
As crianças de Belém e suas mães não experimentaram a mesma sorte. Os filhos, passados a fio de espada pelos soldados de Herodes, deixaram a vida e não mais existem (Mt 2.17-18).
 
Hoje, novos Herodes rondam o povo de Deus. 
 
Não buscam o assassinato, o terror, a tortura, o extermínio, nem o exílio. Pelo contrário, os novos Herodes adulam, agradam, elogiam, colocam-se ao lado. Mas exigem lealdade dos seguidores de Jesus. 
 
Novos Herodes discipulam os discípulos do Nazareno. O novo caminho proposto, entretanto, não conduz ao amor ao próximo e nem à cruz. Leva, sim, à intolerância, à ira, ao ódio frente os diferentes.
 
Não é mais o exílio babilônico que traz choro a Raquel. Não é mais o frio da lâmina que faz verter lágrimas e sangue.
 
Raquel chora por ver seus filhos fascinados por outros que não o Cordeiro. Raquel chora por ver os filhos que, em lugar de acolher o estranho e amá-lo, como fez e ensinou o Senhor dos senhores, tornam-se excludentes e acusadores dos próprios irmãos.
 
Neste natal, a esperança é que Raquel se alegre ao ver os filhos retornarem do exílio. Que Raquel volte a dançar ao perceber que os filhos não morreram afogados no ódio e soterrados pela ira.
 
Espera-se que Raquel se alegre, dance e cante neste natal ao ver novamente famílias reunidas, comida e bebida compartilhadas, pobres acolhidos e trazidos à mesa, o povo de Deus comemorando o nascimento do Salvador ao mesmo tempo em que celebra a antecipação da ceia escatológica. Irmãos se abraçando.

• João Leonel é professor no Seminário Presbiteriano do Sul, Campinas (SP), e na graduação e pós-graduação em Letras, Universidade Presbiteriana Mackenzie, SP. É autor dos e-books Perguntas de Quem Sofre: uma leitura do Livro de Jó,  Apocalipse para Hoje: aplicação e atualidade da Revelação e, em parceria com Gladir Cabral, O Menino e o Reino: meditações diárias para o Natal, todos pela Editora Ultimato.

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