Dois Pesos e Duas Medidas: o episódio de um pregador evangélico hostilizado, na Avenida Paulista

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"Não há liberdade de expressão, caso não haja a tolerância, alias, esta como o meio fundamental para manifestação, mantença e movimentação daquela’’.

Texto de Atos 10.34-35

O evento ocorrido em 11 de janeiro de 2025, quando um pregador de rua, a qual proferia sua crença, a partir de textos bíblicos, parece não haver sido aprazível para algumas pessoas, na Avenida Paulista. De pronto e imediato, as hostilidades e atos desabonadores, como lançar a Bíblia no chão, ir para cima do mesmo com tom de violência e possível agressão, a qual teve o seu aplacar e recuo, quando um homem surge, começa a filmar e até desafia os opositores. Eis mais um fato diante de um cenário marcado pela questão de dois pesos e duas medidas, porque, qualquer pessoa ao andar pela Paulista, deparar-se-á com toda uma sucessão de manifestações de idéias e posições. Agora, infelizmente, para certas pessoas, o termo liberdade de expressão se direciona a uma leitura unilateral da vida, sem me fazer objeções e, ai, está tudo bem, você não me confronta e vice-versa. O quanto essa tendência demonstra uma hipocrisia estampada em parte de uma geração das reivindicações dos meus direitos, regida pelo relativismo moral, atrelado a ética das conveniências e não de ser significativo, de não aceitar de que não há liberdade de expressão, caso não haja a tolerância e esta como o meio fundamental para promover a manifestação, a mantença e a movimentação daquela. Dou mais uma pinçada nessa questão, porque estamos envoltos por uma névoa de vitimização ideológica, de uma ênfase as categorizações ou definir as pessoas por compartimentos para os bons e os maus. Nessa espiral de dois pesos e duas medidas, passeatas de religiões de matrizes africanas, da cultura Woke, dos setores LGBTQ+ e por ai vai tudo bem, compõe o Estado Democrático de Direito. Em meio a isso, nos esquecemos de o quanto se observa no tocante a essa pluralidade cultural e a esse pluralismo constitucional com amplitude, em dimensões permeadas pelos valores, pelos princípios e pelos ideias da tradição judaico–cristã. Aliás, negar tais evidências, expressamente, representa ir a direção oposta de um estado de lisura e decência. Não por menos, tornou-se patente, com toda a propriedade, como certas pessoas não conseguem lidar com as diferenças, embora aparentam ser avatares ferrenhos dos direitos de todos. Presumidamente, ninguém está ou deve ser obrigado a aceitar esta ou aquela crença e, ao mesmo tempo, também, não pode fazer recortes de quem deve ou não exercer a sua liberdade de expressão, de manifestação e de crença. É bem verdade, o assunto abre todo um leque de elucubrações ou minuciosas reflexões, mas, por enquanto, os atos disferidos em face daquele pregador evangélico consubstancia a filaucia de muitos que se declaram ecos e porta-vozes da liberdade e da dignidade da boca para fora.

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Opinião do leitor