Opinião
27 de novembro de 2025- Visualizações: 431
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O valor de “eventar”: experiências que transformam
Cada evento cria ou fortalece relacionamentos, desperta sentimentos e renova a coletividade
Por Marco Aurélio Lopes Lima (Marcola)
Publicação póstuma – em memória de sua vida e serviço ao Reino de Deus
Era o primeiro semestre de 2000. Eu era recém-convertido e fui desafiado por um casal de amigos missionários, John e Yvone Macy, durante um café da manhã na igreja, a participar de um projeto de curto prazo nas férias de julho, no sertão nordestino. Eu tinha 17 anos – e embarquei nessa nova jornada.
O evento era promovido pela Missão JUVEP, com o propósito de levar a mensagem do Reino às comunidades sertanejas pouco alcançadas pelo evangelho e plantar uma igreja. A decisão de participar desse projeto mudou a minha vida. Tudo o que experimentei naquele tempo me fez enxergar o evangelho em prática. Pude sentir os desafios e alegrias do serviço missionário e me relacionar com pessoas de lugares, culturas e classes sociais diferentes. Em novos ambientes, me encontrei ainda mais motivado na minha caminhada com Cristo.
Somos, por natureza, seres insaciáveis – sempre em busca de novos desafios e descobertas. Alguns precisam de mais rotina; outros, de mais estímulos. Nesse processo, desenvolvemos uma forte necessidade de participação e colaboração social, pois somos seres profundamente relacionais.
Essas interações interpessoais e o senso de coletividade nos dão segurança, propósito e afeto. Elas formam o tecido que sustenta o convívio, o crescimento e o cuidado mútuo. Por isso, nos organizamos, de forma orgânica ou intencional, em busca de coletividade – seja para instrução, desenvolvimento ou simplesmente celebração.
É neste ponto que entra o ato de “eventar” (sim, liberdade criativa na constituição do verbo): reunir-se coletivamente em torno de um ideal.
Sistemicamente, um evento tem objetivos institucionais, comunitários ou promocionais (como define o Oxford Languages). Mas eu acrescentaria algo: o evento carrega em si o desafio das eventualidades – pois, mesmo quando previsto em calendário, é sempre um ato singular, que exige criatividade, planejamento e mobilização.
Você pode se perguntar: “Mas o que tudo isso tem a ver com igrejas ou com o campo missionário, Marco?” E eu te digo: tem tudo a ver!
A igreja é, por natureza, uma grande realizadora de eventos. Quando pensamos na rotina de uma comunidade de fé, percebemos o planejamento envolvido em cada detalhe: a liturgia, a mensagem, a equipe de louvor, o espaço, o som, o café, o horário, a recepção, a transmissão, o público… De domingo a domingo, organizamos o nosso evento semanal para reunir, celebrar, interceder e proclamar a mensagem do evangelho.
É um evento completo, que envolve pessoas, sistemas, emoções e fé.
Enxergo o evento como ferramenta, não como fim. Quando as pessoas se dispõem a participar de um evento, elas se abrem ao inesperado. Seja em um aniversário de criança, um culto, ou uma grande conferência, há sempre expectativa, comunhão e potencial de transformação.
Cada evento cria ou fortalece relacionamentos, desperta sentimentos e renova a coletividade. Ali, mensagens e conceitos são transmitidos de forma única e poderosa.
Costumo dizer que, ao planejar um evento, precisamos “nos dedicar à parte humana do milagre”. Isso significa cuidar dos detalhes, inovar com propósito e servir com coração. Um evento bem pensado, contextualizado e centrado nas pessoas gera resultados positivos – e, mais do que isso, gera sentido.

Você ainda deve estar se perguntando: “Mas o que tudo isso tem a ver com mobilização missionária?” E eu respondo: tudo!
Lembra que falei sobre sermos seres altamente relacionáveis? A todo tempo, estamos promovendo eventos — ou, se preferir, encontros. Um café da tarde, um almoço entre amigos, uma reunião ministerial ou uma celebração entre igrejas — todos são oportunidades de conexão.
Esses encontros juntam pessoas, ideias e causas. Podem ter como alvo a proclamação do evangelho aos não alcançados, o fortalecimento da igreja, o cuidado mútuo ou a capacitação de líderes. Podem, inclusive, simplesmente celebrar a alegria e renovar a esperança.
Quando compreendemos o valor prático e conceitual do evento, aprendemos a usá-lo de maneira intencional — não apenas para emocionar, mas para mobilizar. Assim, passamos a planejar não apenas eventos bonitos, mas encontros que geram propósito, transformam ambientes e ampliam a participação de todos os envolvidos na missão de Deus.
**
Reflexão posterior — em memória de Marcola
Por Felipe Perrelli
Este texto, pelo que tenho conhecimento, o primeiro artigo escrito por Marco Aurélio Lopes Lima (Marcola), expressa a alma de quem enxergava o serviço cristão como arte e vocação. Ao narrar sua jornada de fé e conectar o “evento” à missão, ele revela algo que muitos técnicos esquecem: que a organização também é ministério, e que cada detalhe pode comunicar o amor de Deus.
Marcola via o evento como linguagem do Reino. Para ele, planejar, servir e executar eram expressões de adoração. Em sua trajetória, uniu competência profissional e sensibilidade espiritual, transformando bastidores em altares.
Hoje, suas palavras nos desafiam a manter vivo o mesmo olhar: que nossos encontros e eventos sejam espaços de comunhão, testemunho e propósito — não para exibir resultados, mas para cultivar relacionamentos e glorificar a Cristo.
(Felipe Perrelli, em memória de Marco Aurélio Lopes Lima – 2025)
Nota de transparência sobre o uso de inteligência artificial
Este artigo foi escrito integralmente por Marco Aurélio Lopes Lima (Marcola).
A ferramenta ChatGPT (OpenAI) foi utilizada apenas para revisão linguística, formatação e inserção de notas memoriais, sem qualquer alteração no conteúdo, ideias ou estilo original do autor. As reflexões póstumas e notas editoriais foram adicionadas por Felipe Perrelli, com o objetivo de preservar e contextualizar o legado do autor.
Felipe Perrelli é diretor executivo da Missão Evangélica BASE e coordenador nacional de Mobilização da Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB).
REVISTA ULTIMATO - A IGREJA EM MISSÃO
Ultimato celebra a igreja em missão, a missão da igreja e o movimento missionário brasileiro, cuja história é quase tão longeva quanto a do Brasil.
Ao longo de mais de 10 páginas, o leitor vai encontrar parte das palestras do 10ª edição do Congresso Brasileiro de Missões (CBM 2025), que aconteceu em outubro, em Águas de Lindóia, SP, e lerá, no "Especial", um painel com uma avaliação ampla e crítica do movimento missionário brasileiro.
É disso que trata a edição 416 de Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» “Eu não sei fazer nada; só organizer eventos” (Obituário Marco Aurélio Lopes Lima – 1983-2025), por Lissânder Dias
» O Cultivo da Vida Cristã – Meditações a Partir de 1 João, Robert Liang Koo
Por Marco Aurélio Lopes Lima (Marcola)
Publicação póstuma – em memória de sua vida e serviço ao Reino de Deus
Era o primeiro semestre de 2000. Eu era recém-convertido e fui desafiado por um casal de amigos missionários, John e Yvone Macy, durante um café da manhã na igreja, a participar de um projeto de curto prazo nas férias de julho, no sertão nordestino. Eu tinha 17 anos – e embarquei nessa nova jornada.O evento era promovido pela Missão JUVEP, com o propósito de levar a mensagem do Reino às comunidades sertanejas pouco alcançadas pelo evangelho e plantar uma igreja. A decisão de participar desse projeto mudou a minha vida. Tudo o que experimentei naquele tempo me fez enxergar o evangelho em prática. Pude sentir os desafios e alegrias do serviço missionário e me relacionar com pessoas de lugares, culturas e classes sociais diferentes. Em novos ambientes, me encontrei ainda mais motivado na minha caminhada com Cristo.
Somos, por natureza, seres insaciáveis – sempre em busca de novos desafios e descobertas. Alguns precisam de mais rotina; outros, de mais estímulos. Nesse processo, desenvolvemos uma forte necessidade de participação e colaboração social, pois somos seres profundamente relacionais.
Essas interações interpessoais e o senso de coletividade nos dão segurança, propósito e afeto. Elas formam o tecido que sustenta o convívio, o crescimento e o cuidado mútuo. Por isso, nos organizamos, de forma orgânica ou intencional, em busca de coletividade – seja para instrução, desenvolvimento ou simplesmente celebração.
É neste ponto que entra o ato de “eventar” (sim, liberdade criativa na constituição do verbo): reunir-se coletivamente em torno de um ideal.
Sistemicamente, um evento tem objetivos institucionais, comunitários ou promocionais (como define o Oxford Languages). Mas eu acrescentaria algo: o evento carrega em si o desafio das eventualidades – pois, mesmo quando previsto em calendário, é sempre um ato singular, que exige criatividade, planejamento e mobilização.
Você pode se perguntar: “Mas o que tudo isso tem a ver com igrejas ou com o campo missionário, Marco?” E eu te digo: tem tudo a ver!
A igreja é, por natureza, uma grande realizadora de eventos. Quando pensamos na rotina de uma comunidade de fé, percebemos o planejamento envolvido em cada detalhe: a liturgia, a mensagem, a equipe de louvor, o espaço, o som, o café, o horário, a recepção, a transmissão, o público… De domingo a domingo, organizamos o nosso evento semanal para reunir, celebrar, interceder e proclamar a mensagem do evangelho.
É um evento completo, que envolve pessoas, sistemas, emoções e fé.
Enxergo o evento como ferramenta, não como fim. Quando as pessoas se dispõem a participar de um evento, elas se abrem ao inesperado. Seja em um aniversário de criança, um culto, ou uma grande conferência, há sempre expectativa, comunhão e potencial de transformação.
Cada evento cria ou fortalece relacionamentos, desperta sentimentos e renova a coletividade. Ali, mensagens e conceitos são transmitidos de forma única e poderosa.
Costumo dizer que, ao planejar um evento, precisamos “nos dedicar à parte humana do milagre”. Isso significa cuidar dos detalhes, inovar com propósito e servir com coração. Um evento bem pensado, contextualizado e centrado nas pessoas gera resultados positivos – e, mais do que isso, gera sentido.

Você ainda deve estar se perguntando: “Mas o que tudo isso tem a ver com mobilização missionária?” E eu respondo: tudo!
Lembra que falei sobre sermos seres altamente relacionáveis? A todo tempo, estamos promovendo eventos — ou, se preferir, encontros. Um café da tarde, um almoço entre amigos, uma reunião ministerial ou uma celebração entre igrejas — todos são oportunidades de conexão.
Esses encontros juntam pessoas, ideias e causas. Podem ter como alvo a proclamação do evangelho aos não alcançados, o fortalecimento da igreja, o cuidado mútuo ou a capacitação de líderes. Podem, inclusive, simplesmente celebrar a alegria e renovar a esperança.
Quando compreendemos o valor prático e conceitual do evento, aprendemos a usá-lo de maneira intencional — não apenas para emocionar, mas para mobilizar. Assim, passamos a planejar não apenas eventos bonitos, mas encontros que geram propósito, transformam ambientes e ampliam a participação de todos os envolvidos na missão de Deus.
- Marco Aurélio Lopes Lima (Marcola) (1983-2025), profissional de eventos, produtor executivo do Congresso Brasileiro de Missões 2025 (@lighthouseexperiencias).
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Reflexão posterior — em memória de Marcola
Por Felipe Perrelli
Este texto, pelo que tenho conhecimento, o primeiro artigo escrito por Marco Aurélio Lopes Lima (Marcola), expressa a alma de quem enxergava o serviço cristão como arte e vocação. Ao narrar sua jornada de fé e conectar o “evento” à missão, ele revela algo que muitos técnicos esquecem: que a organização também é ministério, e que cada detalhe pode comunicar o amor de Deus.
Marcola via o evento como linguagem do Reino. Para ele, planejar, servir e executar eram expressões de adoração. Em sua trajetória, uniu competência profissional e sensibilidade espiritual, transformando bastidores em altares.
Hoje, suas palavras nos desafiam a manter vivo o mesmo olhar: que nossos encontros e eventos sejam espaços de comunhão, testemunho e propósito — não para exibir resultados, mas para cultivar relacionamentos e glorificar a Cristo.
(Felipe Perrelli, em memória de Marco Aurélio Lopes Lima – 2025)
Nota de transparência sobre o uso de inteligência artificial
Este artigo foi escrito integralmente por Marco Aurélio Lopes Lima (Marcola).
A ferramenta ChatGPT (OpenAI) foi utilizada apenas para revisão linguística, formatação e inserção de notas memoriais, sem qualquer alteração no conteúdo, ideias ou estilo original do autor. As reflexões póstumas e notas editoriais foram adicionadas por Felipe Perrelli, com o objetivo de preservar e contextualizar o legado do autor.
Felipe Perrelli é diretor executivo da Missão Evangélica BASE e coordenador nacional de Mobilização da Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB).
REVISTA ULTIMATO - A IGREJA EM MISSÃOUltimato celebra a igreja em missão, a missão da igreja e o movimento missionário brasileiro, cuja história é quase tão longeva quanto a do Brasil.
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» “Eu não sei fazer nada; só organizer eventos” (Obituário Marco Aurélio Lopes Lima – 1983-2025), por Lissânder Dias
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