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Opinião

O que há de novo no mundo de Deus?

Por Lissânder Dias
 
“A Bíblia não trata do Fim, mas do Novo.” - Makoto Fujimura

“Não fiquem lembrando das coisas passadas, nem pensem nas coisas antigas. Eis que faço uma coisa nova. Agora mesmo ela está saindo à luz. Será que vocês não o percebem? Eis que porei um caminho no deserto e rios nos lugares áridos. Não te lembres das coisas passadas, nem consideres as coisas antigas. Estou fazendo uma coisa nova.” (Is 43.18 - NAA)

“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” (2 Coríntios‬ ‭5‬:‭17‬ ‭- ARA‬‬)‬‬‬‬‬‬
 
Ano novo e (mais uma vez) somos animados a experimentar coisas novas. Nada diferente para quem já vive em um mundo impulsivo por novidades. A máquina de fabricar ineditismos empobrece as experiências e os relacionamentos, viciando nossa mente na superficialidade do momento. Como uma droga, queremos sempre uma surpresa que nos faça sentir bem. E queremos mais e mais.
 
Vida transbordando vida
A despeito disso, o Cristianismo traz, em sua essência, o “novo que vale a pena”. Ele não está interessado somente no passado, mas também no presente e no futuro. Afinal, a obra de Cristo abre possibilidades infinitas para que os redimidos vivam em plenitude tudo o que Deus criou.
 
O ritmo das narrativas bíblicas é assim: repleto de movimentos e surpresas, de atitudes baseadas na esperança de um futuro melhor. Quer um exemplo? Então, releia o famoso relato da Criação, em Gênesis 1, na versão Almeida Revista e Atualizada (ARA). Em uma contabilidade bem rápida, eu registrei a conjunção “e” vindo antes de um verbo por mais de vinte vezes no relato, indicando assim mais uma nova ação na sequência padrão. Algumas amostras do que estou dizendo:
 
“E o Espírito pairava” (2), “E viu Deus...” (4), “E disse Deus...” (6), “E chamou Deus ao firmamento Céus.” (8), “E assim se fez” (9), “E viu Deus que isso era bom” (12), “E os colocou...” (17), “E Deus os abençoou” (21).
 
É como se Deus fizesse questão de enfatizar que sempre virá mais um ato (conjunção + verbo) após a primeira ação. Isso não te parece uma dinâmica divina de vida transbordando vida? Sim, esse é o plano original de Deus.
 
Indo mais fundo no conceito de uma espiritualidade cristã renovada, é muito difícil ter clareza sobre seus contornos, já que quase tudo começa no oculto, no subterrâneo, no invisível. Como perceber essa vida transbordante se o trabalho de Deus começa no invisível? 
 
Bem, primeiro precisamos reconhecer que o “novo” de Deus, na verdade, não é uma ação de marketing e nem é refém da repercussão da mídia. Na verdade, é um trabalho profundo de Deus no coração humano. Mais do que promessas vazias, o Senhor nos preenche com uma renovação de dentro para fora que afeta cada partícula do nosso cotidiano!
 
Segundo, precisamos perceber alguns pilares desse trabalho divino. Nesse artigo, eu gostaria de propor três. E faço isso a partir da alguns insights de Paulo em 2 Coríntios 4 e 5.
 
1. Um novo olhar: julgamento (2 Co 4.17,18; 5.7,12)
4.17-18: “não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas”.

5.7: “visto que andamos por fé e não pelo que vemos”.

5.12: “Não nos recomendamos novamente a vós outros; pelo contrário, damo-vos ensejo de vos gloriardes por nossa causa, para que tenhais o que responder aos que se gloriam na aparência e não no coração”.
 
Num mundo visual e materialista, o “novo” de Deus exercita nosso olhar para a graça de Deus que vai além do óbvio. O cristianismo não é verdadeiro apenas porque funciona ou faz a engrenagem do mundo rodar. Ele é real porque transforma nosso olhar sobre toda a vida. Esse olhar renovado afeta diretamente a forma como exercitamos nossa capacidade de julgar fatos, contextos e pessoas. Mais do que escolher as coisas certas, o novo olhar em Cristo nos ajudar a evitar os julgamentos errados. 
 
Disciplina espiritual: Para viver plenamente esse primeiro pilar, eu gostaria de sugerir a disciplina espiritual da contemplação. Ao tornarmos a contemplação um hábito santo, estamos permitindo que nosso olhar – e nossa força analítica - seja santificado pelo olhar de Cristo sobre nós, sobre os outros e sobre o mundo. Assim nossa mente também é moldada e renovada pelo Espírito Santo (Rm 12.2).
 
2. Um novo coração: emoções (2 Co 4.16-17)
4.16-17: “Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação.”
O novo de Deus a partir do coração é uma prova de que o trabalho de Cristo em nós, de fato, começa de dentro para fora. Não há desculpas ou esconderijos. Ele nos vê por inteiro e assim nos dá a oportunidade de viver livres de obstáculos. Ele rasgou o véu que nos separava dele, e isso é o fundamento para destruir qualquer muro de hipocrisia ou autoengano (Ef 2.13-17). Não subestime esse trabalho de Deus; ele afeta diretamente a forma como manejamos nossas emoções e como lidamos com as emoções dos outros. Se temos um “novo coração”, firmado na graça, e não na Lei, estamos prontos para entregar nossas emoções ao Deus que nos liberta de qualquer prisão emocional.
Nossa geração é estressada, depressiva e cheia de medos. Em nossas igrejas, não sabemos lidar com a culpa. Fora dela, por outro lado, não sabemos lidar com a necessidade de aceitação. Precisamos, na verdade, é de uma rocha firme o suficiente para nos ajudar a enfrentar a instabilidade do mundo.
 
Disciplina espiritual: Para desenvolver o segundo pilar, proponho a disciplina espiritual da oração. Eu sei que muito se fala sobre essa prática cristã, mas aqui eu gostaria de sugerir que você considere a oração como um ato de “desarmamento dos sentimentos”. Entregue as suas armas a Deus! Não tenha medo. No início (ou no final) de cada dia, esvazie seu dia de emoções mal resolvidas. Deus está trabalhando em suas emoções desde o primeiro dia de sua vida; então, que tal você também trabalhar junto com ele? 
 
3. Um novo relacionamento com Deus (2 Co 5.16-19) e com os outros (5.20-21): reconciliação.
5.16-21: “Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, se antes conhecemos Cristo segundo a carne, já agora não o conhecemos deste modo. E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas. Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus. Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus”.
 
O terceiro pilar do “novo” de Deus tem a ver com sua relação com Cristo, com as pessoas, com a família, com a comunidade, com os colegas de trabalho. O “novo” que Deus nos oferece, na verdade, é uma nova forma de nos relacionarmos. Nossa bandeira não é o poder, mas a reconciliação.
 
Já que vivemos em um mundo (e um Brasil) fraturado, há um grande trabalho a ser feito. A questão não é evitar conflitos - eles já existem! -, mas sim adquirir sabedoria e confiança em Deus para lidarmos com as imperfeições humanas, convertendo-as em combustível para o amadurecimento, o perdão e a alegria. O “novo” de Deus nos ajuda a juntar os cacos relacionais e colá-los de melhor forma possível. Isso é viver pela graça.
 
Disciplina espiritual: Para cultivar o terceiro pilar do “novo” de Deus, eu sugiro a disciplina espiritual da comunhão. Não baseie sua agenda e suas conquistas apenas em projetos, mas sim em pessoas. Reconcilie-se com a comunidade, reconecte-se com seu irmão, perdoe e peça perdão aos seus pais, submeta-se à correção dos mais velhos, qualifique sua presença com seus filhos, dialogue com sabedoria com seus colegas, ouça com atenção seus amigos. Quanto mais você buscar essa disciplina espiritual, mais irá experimentar o “novo” de Deus em seus relacionamentos!
 
Conclusão
Três “novos” pilares de Deus que vão nos levar ao ambiente de novidade de vida que Cristo oferece:
 
1) Novo olhar
2) Novo coração
3) Novos relacionamentos 
Três disciplinas espirituais para 2023 que eu proponho a você exercitar: 
1) Contemplação.
2) Oração.
3) Comunhão.
 
Não temos controle sobre o que irá acontecer neste ano que começa, mas podemos escolher uma trilha pela qual andaremos. Desde que a Luz habitou entre nós e cumpriu sua missão, nós não estamos mais perdidos, não caminhamos mais sem rumo. 
Precisamos pedir que Deus renove a nossa mente para que vivamos uma vida de adoração plena a ele. Sendo assim, não correremos atrás do “novo” viciado e artificial desse mundo, porque já estamos experimentando continuamente o “novo” pleno e definitivo de Deus! 

A BÍBLIA NÃO ERRA. OS LEITORES, NEM TANTO | REVISTA ULTIMATO
 
O Ano-Novo é sempre uma oportunidade de renovação de votos. E não há voto mais importante e definidor para 2023 do que o propósito de se expor regularmente à Palavra de Deus, por meio da leitura das Escrituras. A Bíblia deve ocupar lugar central em nossa vida e na vida da igreja.
 
A matéria de capa desta edição não só incentiva o leitor à leitura regular da Bíblia, mas também o encoraja a aceitar o desafio de olhar reverentemente para as Escrituras como “um diário de Deus”, a partir da “chave” do amor.
 
É disso que trata a edição 399 da Revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.

Saiba mais:
Lissânder Dias do Amaral é jornalista, blogueiro, poeta e editor de livros. Integra o Conselho Nacional da Interserve Brasil e o Conselho da Unimissional. É autor de “O Cotidiano Extraordinário – a vida em pequenas crônicas” e responsável pelo blog Fatos e Correlatos do Portal Ultimato. É um dos fundadores do Movimento Vocare e ajudou a criar as organizações cristãs de cooperação Rede Mãos Dadas e Rede Evangélica Nacional de Ação Social (RENAS).

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