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Opinião

Jogos Paraolímpicos e o desafio de inclusão da Igreja

Se você assistiu aos Jogos Paraolímpicos como eu, então você terá se emocionado e surpreendido positivamente pelo que estes atletas alcançaram. A maioria de nós está em reverência; mesmo sem deficiência não seriamos capazes de correr, pedalar, nadar ou fazer qualquer um dos outros esportes nos níveis que essas pessoas desejam atingir.

Mas seria esta uma maneira justa de avaliar o acolhimento de pessoas com deficiência em nossas igrejas? O que podemos aprender com os Jogos Paraolímpicos para melhorar o nosso cuidado pastoral de pessoas com deficiência?

Eu acho que é bom reconhecer desde o início que nós subestimamos seriamente as pessoas que vivem com deficiência. Podemos conhecer uma ou duas pessoas que parecem ter baixa funcionalidade e têm uma vida limitada. Talvez sejam pessoas idosas que tenham adquirido uma deficiência (ou mesmo diferentes tipos de deficiências) ao decorrer do processo de envelhecimento. Ou podem ter nascido com uma deficiência cognitiva importante e que torna difícil para elas que se expressem, sentindo-se desconfortáveis em ambientes sociais.

Então pergunto: é legítimo tentar encontrar novas perspectivas a partir dos Jogos Paraolímpicos?

Acredito que sim. Quero compartilhar com vocês algumas ideias de lições que estou aprendendo enquanto assistia aos jogos do Rio e as reflexões de muitos anos de trabalho com crianças, jovens e adultos que têm experiência em primeira mão com deficiências.

1. As pessoas com deficiência também são pessoas com habilidades

Isto pode parecer óbvio, mas há séculos temos tratado as pessoas com deficiência como se sua deficiência os definisse e, desta forma, negamos a elas as oportunidades de brilhar em áreas nas quais são talentosas.

Mais recentemente, desde os anos 1980, as pessoas com deficiência têm se engajado na luta por seus direitos e pela oportunidade de desfrutar do seu lugar na sociedade.

A convenção dos direitos das pessoas com deficiência da ONU foi assinada por todos os países da América Latina. Propõe direitos legais sobre as condições básicas para cada pessoa com deficiência para que floresça, mas ainda não vimos as transformações concretas destas situações, embora algum progresso esteja em andamento. Será inevitavelmente uma longa jornada que requer tenacidade e perseverança pelas pessoas que desejam se beneficiar, bem como de suas famílias e apoiadores.

Devemos ser claros sobre quem estamos descrevendo aquí. Deficiência é um termo técnico com duas dimensões importantes. Em primeiro lugar, abrange todos aqueles que têm deficiências que limitam seriamente suas oportunidades de viver como seus pares. Esta é uma questão pessoal e muito particular. Em segundo lugar, o termo deficiência tem uma dimensão social na medida em que também se refere às barreiras que impedem as pessoas com deficiência na sociedade.

Isso inclui tudo, em todas as situações e espaços sociais, tais como escadas ou banheiros, ou a falta de uma sinalização adequada (escrita em letras grandes, com linguagem simples). Este componente social do significado de deficiência ainda é mal compreendido por muitos e em nossas igrejas precisamos trabalhar para reconhecer isso em nossas atitudes e melhorar a nossa inclusão social. Em muitas situações, isso significa uma mudança de uma forma paternalista do cuidado para o tipo de inclusão que incentiva a proatividade e a participação das próprias pessoas com deficiência.

Isto, obviamente, leva em conta as suas capacidades. Este é o “nivelamento para igualdade” que muitas vezes ouvimos a respeito, mas raramente experimentamos.

Há, evidentemente, uma linha tênue em que precisamos andar, entre dar apoio adequado e ter muito controle, mas em geral o antigo modelo médico paternalista de deficiência é agora considerado obsoleto e precisamos observar com atenção como tornar nossas igrejas verdadeiramente inclusivas.

Mas o ponto principal que quero expressar aqui é de que enquanto assistimos às Paraolimpíadas, estamos espantados por aquilo que as pessoas podem fazer e praticamente não pensamos em suas limitações. Isso deve influenciar a nossa atitude na igreja. Se vemos alguém com uma deficiência entrar em nossa igreja para um culto ou estudo bíblico, dedicamos tempo para conhecer a pessoa e saber mais sobre sua vida? Perguntamos o que gostam de fazer, quais suas habilidades e dons?

Quando conhecemos os novos membros de nossa congregação, temos a tendência de querer descobrir que papel podem desempenhar no corpo, na igreja. Como 1 Coríntios 12 nos ensina, recebemos dons do Espírito Santo e somos parte deste corpo. Mas também existe uma dimensão de criatividade e dom em cada ser humano, independente de sua condição espiritual. Antes mesmo das pessoas se tornarem parte do corpo de Cristo, elas carregam áreas de habilidade e seríamos tolos em ignorar esta realidade.

Infelizmente esta não costuma ser a maneira como nos aproximamos daqueles que têm deficiências visíveis. Sentimos pena ou preocupação e queremos demonstrar nosso cuidado, então somos rápidos em oferecer ajuda (e muitas vezes os subestimamos), mas raramente perguntamos a eles como gostariam de nos ajudar. Dificilmente percebemos que eles têm exatamente o que nossas comunidades precisam.

Os competidores das paralimpíadas apontam nossos erros. Eu nunca conseguirei nadar, praticar ciclismo ou remar como tantos deles, dedicando enorme energia e demonstrando suas emoções com lágrimas de alegria ou decepção. Claramente, em tantas situações, eu seria uma pessoa que pediria ajuda a eles.

Isto deve nos estimular a pensar; como posso me aproximar suficientemente de alguém com uma deficiência na minha congregação, afim de descobrir como eles poderiam usar seus dons e habilidades em nossa igreja?

2. As pessoas com deficiência são todas muito diferentes

Se você é como eu e está confuso com tantas categorias e habilidades das Paralimpíadas, então você também está procurando entender as complexidades e diversidade de deficiências que cada um destes atletas possui. Somos todos diferentes. A Bíblia enfatiza o valor de nossa singularidade e individualidade. O Salmo 139 fala sobre nosso Criador que nos conhece intimamente (vs 1-3), pois nos formou individualmente e não pela linha de produção de uma fábrica. Somos feitos de modo maravilhoso. Ele nos ama e nos fez como somos, um reflexo de sua imagem divina. Ele é nosso Criador e estamos sempre em seus pensamentos.

“Senhor, tu me sondas e me conheces.
Sabes quando me sento e quando me levanto; de longe percebes os meus pensamentos.
Sabes muito bem quando trabalho e quando descanso; todos os meus caminhos te são bem conhecidos.
Antes mesmo que a palavra me chegue à língua, tu já a conheces inteiramente, Senhor.
Tu me cercas, por trás e pela frente, e pões a tua mão sobre mim.
Tal conhecimento é maravilhoso demais e está além do meu alcance, é tão elevado que não o posso atingir.
Para onde poderia eu escapar do teu Espírito? Para onde poderia fugir da tua presença?
Se eu subir aos céus, lá estás; se eu fizer a minha cama na sepultura, também lá estás.
Se eu subir com as asas da alvorada e morar na extremidade do mar,
mesmo ali a tua mão direita me guiará e me susterá.
Mesmo que eu dissesse que as trevas me encobrirão, e que a luz se tornará noite ao meu redor,
verei que nem as trevas são escuras para ti. A noite brilhará como o dia, pois para ti as trevas são luz.
Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe.
Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Disso tenho plena certeza.
Meus ossos não estavam escondidos de ti quando em secreto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra.
Os teus olhos viram o meu embrião; todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir.
Como são preciosos para mim os teus pensamentos, ó Deus! Como é grande a soma deles!
Se eu os contasse seriam mais do que os grãos de areia. Se terminasse de contá-los, eu ainda estaria contigo”.
(Salmo 139)

Sob esta perspectiva, temos enorme riqueza e diversidade. O que testemunhamos nas Paralimpíadas é uma escala desta diversidade. É mais notável do que nas Olimpíadas, que contém pessoas com deficiências menos visíveis. Mas ao mesmo tempo que somos diferentes, não somos tão diferentes assim. Temos braços e pernas. Caminhamos sem auxílio de aparelhos. Enxergamos e ouvimos. Geralmente as pessoas não viram a cabeça para nos ver passar, pois nossas fisionomias não chamam a atenção. Esta não é a realidade daqueles que participaram das Paralimpíadas. Muitos usam próteses, não têm uma das mãos ou têm pernas e braços de formatos diferentes. Alguns são totalmente deficientes visuais ou tem visão parcial, alguns tiveram alterações de desenvolvimento de alguma parte do corpo. Percebemos que alguns dos competidores que geralmente usam auxílio para mobilidade, não precisam destes enquanto praticam seus esportes preferidos, como canoagem, remo, equitação. Esta diversidade é infinita e nos deixa com a estranha sensação de “normalidade” e de que nossas vidas são pacatas, pois não temos deficiências visíveis. Preciso confessar que assistir aqueles corredores em velocidade na linha de chegada com suas próteses é muito mais emocionante do que assistir o corredor mais rápido que tenha suas duas pernas. O lado negativo da diferença é que geralmente temos medo do desconhecido. Muitos daqueles que não têm deficiências visíveis dizem que a coisa mais difícil que viveram ao encontrar alguém com deficiências foi o medo. Em nossas comunidades nos esforçamos para não discriminar ou excluir ninguém, mas isso pode ser um desafio quando achamos que será difícil nos aproximarmos de alguém, pois temos medo de magoá-los com nossas palavras ou ações.

Como devemos tratar alguém que usa uma cadeira de rodas? Como ajudamos um deficiente visual a caminhar no prédio da igreja quando o visita pela primeira vez? Como nos comunicamos com alguém que tem deficiência auditiva ou uma inabilidade cognitiva?1

Conforme nos familiarizamos com os desafios das deficiências durante as Paralimpíadas, encontramos mais recursos para acolher as pessoas em nossas comunidades. Quando assistimos as cenas dos esportistas e escutamos suas histórias de superação, nos identificamos em nossa humanidade. Eles também têm esperança e sonhos que se concretizaram nestes jogos.

Como povo de Deus, temos esperança e sonhos para nossas vidas terrenas. Mas nossa maior esperança é para o futuro. Sabemos que Deus enviou o Salvador, Jesus Cristo, e que Jesus nos oferece esperança e um futuro para toda a humanidade, incluindo todo aquele que sofre com algum tipo de deficiência. Como podemos ser mais eficazes em compartilhar desta esperança com aqueles que têm deficiências visíveis? Precisamos promover mudanças e sair de nossa zona de conforto para abrir nossas igrejas para todos.

3. As pessoas com deficiências florescem quando têm os recursos necessários e são tratadas com respeito

Algo que podemos ver na televisão é a diversidade de recursos, próteses, adaptações que os atletas têm acesso para sua melhor performance no esporte e para mobilidade. Existem diversos ajustes que não enxergamos, nos banheiros, quartos, que são tão importantes quanto próteses para que possam competir. Em alguns esportes os recursos necessários são os recursos humanos, quando vemos um deficiente visual ser guiado por alguém que possui a visão preservada. O corredor é muito rápido, mas teria problemas se não contasse com o apoio da visão de outra pessoa. Adaptações e aparelhos são desenvolvimentos tecnológicos e logísticos para as tarefas que realizamos diariamente. Temos carros e outros meios de transporte, óculos para enxergar, aparelhos auditivos quando perdemos parcialmente esta capacidade, mas não percebemos sua semelhança com as próteses e cadeiras de rodas dos corredores, ciclistas e jogadores de basquete nos Jogos Paraolímpicos. Precisamos nos lembrar que estamos todos na mesma categoria e cada um merece respeito e oportunidade de disputar por uma medalha nas competições

Jesus nos lembrou da necessidade de aceitação e respeito quando se engajou repetidas vezes com os deficientes visuais ou auditivos, com aqueles que estavam paralíticos. Demonstrou não apenas grande amor e cuidado, mas respeito incondicional para cada um como ser humano, no mesmo estado espiritual que cada um de nós, necessitando do toque de Deus em nossas vidas, perdão e reconciliação com o Deus de amor, inclusão em uma comunidade redimida. Parte da demonstração de carinho e respeito acontece quando nos dispomos a utilizar nossos recursos para tornar os ambientes físicos de nossas comunidades acessíveis de todas as maneiras. Não apenas as áreas comuns da comunidade, mas também as salas de aula, gabinete pastoral, banheiros, áreas sociais e a forma com a qual desenvolvemos nossa comunicação. Todas as sinalizações estão escritas de maneira que aqueles que têm visão parcial conseguem compreender? Existe uma alternativa para os deficientes visuais e auditivos? Como tornar a comunidade receptiva e acolhedora aos que têm deficiências cognitivas? Eles podem ser incluídos nos grupos de estudos bíblicos? Estamos atentos ao uso de linguagem simplificada em nossas conversas com eles? Dedicamos tempo para visitar suas casas, conhecer seus familiares e descobrir suas necessidades? É um grande equívoco pensar que estas pessoas não possuem necessidades espirituais e não têm recursos para responder à fé cristã. Eles podem ter dificudlades de ouvir e raciocinar, mas seus corações estão abertos ao Espírito de Deus e sua fé pode nos surpreender e ser um exemplo para muitos.

O apóstolo Paulo nos lembra de que aqueles que são descritos pelo mundo como fracos, humildes e desprezados, Deus quer usar em Sua missão no mundo. Nossas prioridades podem nos levar a pensar que os mais rápidos, intelectualmente brilhantes ou mais bonitos podem ser aqueles que consideramos mais, porém Deus tem uma outra maneira de valorizar pessoas. Leia 1 Coríntios 1.26-31.

Podemos elogiar os atletas paraolímpicos por suas proezas. Eles merecem nossa admiração. No entanto, na jornada espiritual, Deus tem um coração para todos os que se sentem fracos ou não se sentem dignos. Ele acolhe a todos que se aproximam com coração sincero e humilde.

4. Pessoas com deficiências muitas vezes nos mostram a profundidade que nos falta


O sofrimento produz perseverança e maturidade que precisamos para viver. (Tiago 1.2-5). Como a Bíblia nos fala neste texto: “a prova da fé produz perseverança”. As provações existem de várias maneiras, mas produzem este resultado. Podemos não gostar das provações e, de fato, seria doentio procurar por elas, mas é inevitável que na vida encontraremos algum tipo de sofrimento. A maneira com a qual enfrentamos e como crescemos em fé como consequência disto é o que nos marca. Pessoas com deficiências aprenderam com estas dificuldades que encontraram.

Todos nós enfrentamos dificuldades em algum momento de nossas vidas. Podemos perder gente próxima da família ou amigos em uma morte precoce ou repentina. Podemos ser tímidos e achar que é difícil fazer amigos, então nos tornamos socialmente isolados. Podemos ter dificuldade em encontrar emprego ou nossas únicas oportunidades podem ser aquelas que não realizam nossos sonhos. Podemos sofrer bullying na escola e nos sentirmos excluídos e indesejados. Podemos adoecer e passar longos períodos da vida em hospitais ou sozinhos em casa. Podemos permanecer solteiros e sem filhos. Podemos passar por uma vida de pobreza e não ter recursos para comprar comida, não ter abrigo ou acesso à saúde. A amplitude de possibilidades de perdas e sofrimento é infinita, pode ser física, emocional, social ou espiritual. Podemos sofrer com os efeitos de causas naturais como terremotos, enchentes ou até mesmo violência, corrupção e má gestão.

Muitos destes exemplos que dei acima são comuns para aqueles que vivem com deficiência. A maioria tem algum tipo de dor física ou emocional que afeta suas vidas desde os primeiros dias. Muitos também têm de enfrentar a perda, quando sofre abandono ou a morte de um ente querido. Muitos estão socialmente isolados, pois não podem sair de casa facilmente, muitos não vão se casar ou ter um trabalho gratificante.

Todos estes sofrimentos e tantos outros, resultam na construção de pessoas que são frequentemente vistas como resilientes, perseverantes e positivas. Ao assistir aos jogos, podemos ver essas características gravadas nos rostos dos atletas.

A força necessária para aprender a andar com próteses é a mesma força que os faz levantar da cama para treinar diariamente, a atitude positiva de continuar, a experiência do fracasso seguida de um sucesso que os faz recomeçar após cada queda, determinados a acertar da próxima vez. A maioria de nós têm medo da dor, não gostaríamos de experimentar anos de fracasso. Buscamos o sucesso imediato. Não temos um objetivo claro e facilmente desistimos.

Mas em Hebreus 12.1-2 lemos que “também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus”.

Ter uma deficiência não significa que você pode ir aos Jogos Paraolímpicos. Não quero dar a impressão de que estas pessoas estão imunes às lutas ou que todos que teêm deficicências serão bem sucedidos em qualquer coisa que fizerem. Claramente alguns têm facilidade com esportes e outros podem brilhar em outras áreas da vida.

Mas me pergunto se não devemos ter um olhar novo para estas pessoas e suas realizações e fazer uma auto-reflexão: estamos preparados para ir tão longe? Como cristãos, somos chamados a perseverar, mostrar amor e dedicação e cultivar esperança para o futuro. Jesus nos deu palavras de encorajamento e consolo para momentos de sofrimento (ele nos promete paz em João 14:27, por exemplo) e temos tantos exemplos que nos mostram o caminho, como Pedro, Estevão, Paulo e Timóteo.

Assim como os esportistas de hoje, os primeiros cristãos estavam preparados para deixar tudo de lado e ganhar o prêmio, terminar a corrida era o grande objetivo. Todas as outras coisas, mesmo que legítimas, eram consideradas secundárias. Sacrificaram seu conforto muitas vezes para vencer a corrida. Estamos dispostos a sacrificar nossas vidas para Deus quando necessário? Para Sua honra e Glória?

5. O Zika é um desafio atual para a Igreja


Enquanto assistimos competidores levantando peso e jogando tênis de mesa, pense que em vinte anos podemos ter membros das delegações paraolímpicas formados por bebês hoje afetados pelo Zika. Nem todos com deficiências praticarão esportes, outros fatores formam um atleta paraolímpico, mas alguns deles podem se dedicar ao esporte.

O mais importante para nós da igreja é que todos estes bebês sejam amados, aceitos, respeitados e cuidados em suas necessidades nos anos que virão, para que cresçam e se desenvolvam dentro das possibilidades na comunidade da fé.

Quando lemos sobre as dificuldades de suas famílias, muitas mães sendo abandonadas por seus maridos conforme as dificuldades se instalam, somos movidos a orar e agir. Nossas orações precisam estar combinadas com ações, planos precisam ser desenvolvidos agora para que estas crianças sejam acolhidas pela igreja. Precisam estar incluídas na comunidade da fé desde os primeiros anos de vida para ouvir a respeito do Deus que as criou, que as ama e oferece salvação, que fala a elas de maneira especial, com dignidade e valor, feitas à imagem e semelhança de Deus. Precisam adentrar na intimidade com Jesus que irá ajudá-las a lidar com suas dores e dilemas, que os encorajará a serem homens e mulheres discípulos de Jesus.

Podemos fazer a diferença ao amar as pessoas com deficiencia, com respeito e dignidade, ajudando-as a florescer em seus sonhos e esperança. Podemos promover os cuidados e adaptações, para que elas não sejam desestimuladas ou menosprezadas, mas para que possam brilhar. Juntos podemos ser o corpo de Cristo interdependente e acolhedor a todos, com ou sem deficiências. Todos somos acolhidos no Reino de Deus quando professamos nosso amor por Jesus, nosso Senhor e Salvador. Jesus Cristo mantém as portas abertas e nos convida gentilmente a entrar.

• Brenda Darke é missionária da LatinLink. Nasceu na Inglaterra, tem graduação em educação especial pela Universidade de Southhampton. Trabalhou vários anos com crianças deficientes e ainda trabalha no Centro Regional Viva, onde visa providenciar soluções para as crianças em risco. Também é professora do seminário ESEPA, na Costa Rica. Mora com seu esposo Ian em São José, Costa Rica, e é mãe de Catherine e Christopher.


Nota:

1. Para algumas ideias sobre estas questões veja o meu livro publicado em português pela Editora Hagnos Deficiente: o desafio da inclusão na igreja.


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Foto: www.rio2016.com

Tradução: Karen Bomilcar

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