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Fraternidade Teológica Latino Americana completa 50 anos
Por Phelipe Reis
Cochabamba, Bolívia. Dezembro de 1970. Vinte e cinco pessoas reunidas numa consulta com o objetivo de criar uma fraternidade de teólogos para promover a reflexão acerca do evangelho e o seu significado para o homem e a sociedade na América Latina. Assim foi o início da Fraternidade Teológica Latino Americana (FTL) que em 2020 completa 50 anos.
A consulta em que foi criada a FTL foi organizada pelo teólogo peruano Pedro Savage, como desdobramento do Primeiro Congresso Latino-Americano de Evangelização (CLADE I), realizado em Bogotá, Colômbia, em 1969. Samuel Escobar conta que, após o congresso, alguns dos participantes manifestaram a preocupação de refletir um pouco mais sobre o futuro do protestantismo evangélico na América Latina. Entre eles estavam Plutarco Bonilla, Rubén Lores, Osvaldo Motessi, Orlando Costas, René Padilla, Emílio Antonio Núñez, Pedro Savage, o próprio Samuel Escobar e outros.
Devido às suas produções teológicas, alguns nomes acabaram se destacando, como René Padilla, Samuel Escobar, Orlando E. Costas, Pedro Arana, Rolando Gutiérrez Cortés e Sidney Rooy. Este grupo de teólogos estava empenhado em fazer uma teologia que dialogasse com a realidade e o contexto dos países latino-americanos, respondendo a alguns questionamentos, como por exemplo: como o evangelho de ontem pode continuar sendo relevante ao mundo de hoje sem que se perca neste processo a fidelidade? Como a reflexão teológica e a práxis missional podem ir além dos aspectos da pregação tão somente sobre salvação individual e da alma? Essas eram algumas das perguntas que acompanharam o movimento em direção a uma reflexão teológica cristocêntrica e dialogal, comprometida com a Palavra de Deus e com os desafios contemporâneos da sociedade latino-americana e brasileira.
O pastor e pesquisador Luiz Longuini Neto explica o surgimento da FTL e avalia o desenvolvimento e contribuições do movimento, em um dos capítulos do livro O Novo Rosto da Missão (Ultimato, 2002). Ele comenta que a FTL se organizou com o intuito de promover reflexão em diversas áreas, como teologia bíblica, ética, estrutura e história da igreja, apologética, educação teológica, ministério pastoral e evangelização e missão. Para o escritor, a natureza e a qualidade dos trabalhos acadêmicos dos membros da FTL evidenciam a importante contribuição que o movimento deu para a renovação da teologia evangélica e para o pensamento teológico contemporâneo.
Quanto à atuação da FTL no Brasil, o autor aponta descompasso entre a FTL Continental e FTL-Setor Brasil, bem como tensões entre a fraternidade e a liderança evangélica brasileira da época. Segundo o Longuini, a FTL não despertou interesse em lideranças eclesiásticas brasileiras que exerciam certo papel de influência no movimento evangélico. Além disso, a influência hegemônica fundamentalista no segmento evangélico brasileiro, bem como o tamanho e a diversidade do movimento evangélico dificultaram o estabelecimento e o avanço da FTL no Brasil.
Mesmo com tensões e descompassos, cinco décadas de atuação da FTL colaboraram para o surgimento de igrejas preocupadas com sua contemporaneidade, realização de congressos de evangelização e missionários, como os Congressos Latino Americano de Evangelização (CLADEs), os Congressos Brasileiros de Evangelização, Congressos Nordestinos de Evangelização e Fórum Jovem de Missão Integral. A fraternidade também contribuiu para o surgimento de organizações como Eirene, Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos (CPPC) e Rede Evangélica Nacional de Ação Social (RENAS) – iniciativas de trabalho em rede, como forma cooperativa das ações missionais da Igreja.
Saiba mais:
» A história da Fraternidade Teológica Latino-Americana
» Em direção ao cinquentenário da Fraternidade Teológica Latino-Americana, algumas notas (por Carlos Martínez García)
Cochabamba, Bolívia. Dezembro de 1970. Vinte e cinco pessoas reunidas numa consulta com o objetivo de criar uma fraternidade de teólogos para promover a reflexão acerca do evangelho e o seu significado para o homem e a sociedade na América Latina. Assim foi o início da Fraternidade Teológica Latino Americana (FTL) que em 2020 completa 50 anos.A consulta em que foi criada a FTL foi organizada pelo teólogo peruano Pedro Savage, como desdobramento do Primeiro Congresso Latino-Americano de Evangelização (CLADE I), realizado em Bogotá, Colômbia, em 1969. Samuel Escobar conta que, após o congresso, alguns dos participantes manifestaram a preocupação de refletir um pouco mais sobre o futuro do protestantismo evangélico na América Latina. Entre eles estavam Plutarco Bonilla, Rubén Lores, Osvaldo Motessi, Orlando Costas, René Padilla, Emílio Antonio Núñez, Pedro Savage, o próprio Samuel Escobar e outros.
Devido às suas produções teológicas, alguns nomes acabaram se destacando, como René Padilla, Samuel Escobar, Orlando E. Costas, Pedro Arana, Rolando Gutiérrez Cortés e Sidney Rooy. Este grupo de teólogos estava empenhado em fazer uma teologia que dialogasse com a realidade e o contexto dos países latino-americanos, respondendo a alguns questionamentos, como por exemplo: como o evangelho de ontem pode continuar sendo relevante ao mundo de hoje sem que se perca neste processo a fidelidade? Como a reflexão teológica e a práxis missional podem ir além dos aspectos da pregação tão somente sobre salvação individual e da alma? Essas eram algumas das perguntas que acompanharam o movimento em direção a uma reflexão teológica cristocêntrica e dialogal, comprometida com a Palavra de Deus e com os desafios contemporâneos da sociedade latino-americana e brasileira.
O pastor e pesquisador Luiz Longuini Neto explica o surgimento da FTL e avalia o desenvolvimento e contribuições do movimento, em um dos capítulos do livro O Novo Rosto da Missão (Ultimato, 2002). Ele comenta que a FTL se organizou com o intuito de promover reflexão em diversas áreas, como teologia bíblica, ética, estrutura e história da igreja, apologética, educação teológica, ministério pastoral e evangelização e missão. Para o escritor, a natureza e a qualidade dos trabalhos acadêmicos dos membros da FTL evidenciam a importante contribuição que o movimento deu para a renovação da teologia evangélica e para o pensamento teológico contemporâneo.
Quanto à atuação da FTL no Brasil, o autor aponta descompasso entre a FTL Continental e FTL-Setor Brasil, bem como tensões entre a fraternidade e a liderança evangélica brasileira da época. Segundo o Longuini, a FTL não despertou interesse em lideranças eclesiásticas brasileiras que exerciam certo papel de influência no movimento evangélico. Além disso, a influência hegemônica fundamentalista no segmento evangélico brasileiro, bem como o tamanho e a diversidade do movimento evangélico dificultaram o estabelecimento e o avanço da FTL no Brasil.
Mesmo com tensões e descompassos, cinco décadas de atuação da FTL colaboraram para o surgimento de igrejas preocupadas com sua contemporaneidade, realização de congressos de evangelização e missionários, como os Congressos Latino Americano de Evangelização (CLADEs), os Congressos Brasileiros de Evangelização, Congressos Nordestinos de Evangelização e Fórum Jovem de Missão Integral. A fraternidade também contribuiu para o surgimento de organizações como Eirene, Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos (CPPC) e Rede Evangélica Nacional de Ação Social (RENAS) – iniciativas de trabalho em rede, como forma cooperativa das ações missionais da Igreja.
Saiba mais:
» A história da Fraternidade Teológica Latino-Americana
» Em direção ao cinquentenário da Fraternidade Teológica Latino-Americana, algumas notas (por Carlos Martínez García)
É natural do Amazonas, casado com Luíze e pai da Elis e do Joaquim. Graduado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e mestre em Missiologia no Centro Evangélico de Missões (CEM). É missionário e colaborador do Portal Ultimato.
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