Opinião
04 de agosto de 2025- Visualizações: 6019
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A professora que mudou a vida dos seus alunos
A trajetória da professora Maria Rosa de Oliveira Magalhães
Por Marcos Paulo Melucio Oliveira
Compreendendo a educação para além da transmissão de conteúdos e escolarização, a professora Maria Rosa de Oliveira Magalhães, cristã presbiteriana, tornou-se exemplo de superação das dificuldades da vida para os seus ex-alunos na cidade de Santa Maria da Vitória (Samavi), na Bahia. Ao longo da sua carreira, desde 1935 quando chegou à cidade até o ano do seu falecimento em 1990, fundou duas escolas-orfanatos, ensinou crianças sem distinção de classe ou religião, acolheu crianças pobres e órfãs no orfanato, desenvolveu projetos de transformação social e mobilizou parceiros em prol das escolas, motivada pelo princípio cristão de servir ao próximo.
A professora Rosa Magalhães nasceu na área rural do município de Macaúbas-Bahia no dia 4 de setembro de 1894, e morou com os pais agricultores até a idade de oito anos. Foi convidada a estudar pelo colporteur (vendedor de Bíblias) e professor de Primeira Letras (alfabetizador), o Sr. Antônio Souza Oliveira. Concluiu o curso ginasial na escola fundada por missionários presbiterianos norte-americanos na cidade de Caetité-Bahia, e formou-se no magistério na Escola Presbiteriana de Ponte Nova, atual Wágner na Bahia. Após lecionar em cidades adjacentes, casou-se e foi morar em Samavi onde fundou uma escola-orfanato no centro da cidade, e anos mais tarde fundou a segunda escola no bairro da Macambira na mesma cidade.
Nas duas escolas que fundou realizou projetos educacionais de princípio empreendedor e aplicou a metodologia lancasteriana (sem castigos) nas aulas com os seus ex-alunos. Apesar do método estar em desuso pelo governo brasileiro da época, foi uma alternativa pedagógica utilizada pela professora Rosa devido a carência de professores disponíveis, os alunos mais aptos cooperavam com os alunos com dificuldades nas tarefas escolares. Rosa Magalhães foi uma professora multitarefa, atuou na direção da escola, no ensino dos alunos, na educação dos órfãos, e promoveu capacitação de professores auxiliares. No contraturno implementou atividades de ensino empreendedor com os ex-alunos, como marcenaria e corte e costura, com a finalidade de incentivar na comunidade atividades de superação da pobreza. As escolas funcionaram com doações da comunidade, parceiros missionários norte-americanos, pagamentos de famílias que podiam pagar e doações de amigos.

A formação pessoal da professora Rosa serviu de base para as suas ações em Samavi. A sua visão de mundo (cosmovisão), influenciada pelo ensino recebido em Caetité e Ponte Nova (Wágner), foram fundamentais para o sucesso do trabalho em Samavi. As escolas de Ponte Nova e Caetité formavam os seus alunos sob os princípios da educação para todos, defendida por reformadores a educação transforma a realidade das pessoas. Especificamente para João Calvino, cujo pensamento foi desenvolvido por Max Weber1, a pedagogia empreendedora subsidia a discussão sobre o desenvolvimento de habilidades capazes de superar desafios de vida. A cosmovisão de princípios calvinistas da professora Rosa contribuiu para a educação nas duas escolas em Samavi.
O resultado do ensino das duas escolas da professora Rosa Magalhães em Samavi são variados. A professora Rosa motivada por uma visão de mundo intramundana cristã formou crianças em situação de vulnerabilidade social, conforme em seu relato tornaram-se médicos, jornalistas, engenheiros, soldados, professores, pastores, donas de casa, agricultores, e centenas de outros cidadãos. Conforme o testemunho do ex-aluno órfão, o pastor Adail Carvalho Sandoval, ele “tinha tudo para dar errado”, mas a ação da professora Rosa Magalhães mudou a sua trajetória de vida. Assim, vários outros testemunhos de superação das dificuldades da vida atribuem as escolas-orfanatos o sucesso de suas vidas.
Nota
1. WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Companhia das letras, 2004.
REVISTA ULTIMATO – ADOLESCÊNCIA – ONLINE E OFFLINE
Muito já se falou da adolescência como uma fase crítica da vida, em que as dificuldades próprias da idade inspiram cuidados especiais – o que é ainda mais importante hoje.
Os adolescentes desta geração são o grupo mais impactado pelo ritmo acelerado das mudanças. A matéria dessa edição oferece subsídio para melhor conhecer e atuar com esse grupo. Nos depoimentos dos 12 adolescentes que participam eles pedem: “Acreditem em nós!”.
É disso que trata a edição 414 de Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» Mochila nas Costas e Diário na Mão - a fascinante história de Ashbel Green Simonton, Elben César
» Vozes Femininas no Protestantismo Brasileiro, Rute Salviano
Por Marcos Paulo Melucio Oliveira
Compreendendo a educação para além da transmissão de conteúdos e escolarização, a professora Maria Rosa de Oliveira Magalhães, cristã presbiteriana, tornou-se exemplo de superação das dificuldades da vida para os seus ex-alunos na cidade de Santa Maria da Vitória (Samavi), na Bahia. Ao longo da sua carreira, desde 1935 quando chegou à cidade até o ano do seu falecimento em 1990, fundou duas escolas-orfanatos, ensinou crianças sem distinção de classe ou religião, acolheu crianças pobres e órfãs no orfanato, desenvolveu projetos de transformação social e mobilizou parceiros em prol das escolas, motivada pelo princípio cristão de servir ao próximo.A professora Rosa Magalhães nasceu na área rural do município de Macaúbas-Bahia no dia 4 de setembro de 1894, e morou com os pais agricultores até a idade de oito anos. Foi convidada a estudar pelo colporteur (vendedor de Bíblias) e professor de Primeira Letras (alfabetizador), o Sr. Antônio Souza Oliveira. Concluiu o curso ginasial na escola fundada por missionários presbiterianos norte-americanos na cidade de Caetité-Bahia, e formou-se no magistério na Escola Presbiteriana de Ponte Nova, atual Wágner na Bahia. Após lecionar em cidades adjacentes, casou-se e foi morar em Samavi onde fundou uma escola-orfanato no centro da cidade, e anos mais tarde fundou a segunda escola no bairro da Macambira na mesma cidade.
Nas duas escolas que fundou realizou projetos educacionais de princípio empreendedor e aplicou a metodologia lancasteriana (sem castigos) nas aulas com os seus ex-alunos. Apesar do método estar em desuso pelo governo brasileiro da época, foi uma alternativa pedagógica utilizada pela professora Rosa devido a carência de professores disponíveis, os alunos mais aptos cooperavam com os alunos com dificuldades nas tarefas escolares. Rosa Magalhães foi uma professora multitarefa, atuou na direção da escola, no ensino dos alunos, na educação dos órfãos, e promoveu capacitação de professores auxiliares. No contraturno implementou atividades de ensino empreendedor com os ex-alunos, como marcenaria e corte e costura, com a finalidade de incentivar na comunidade atividades de superação da pobreza. As escolas funcionaram com doações da comunidade, parceiros missionários norte-americanos, pagamentos de famílias que podiam pagar e doações de amigos.

A formação pessoal da professora Rosa serviu de base para as suas ações em Samavi. A sua visão de mundo (cosmovisão), influenciada pelo ensino recebido em Caetité e Ponte Nova (Wágner), foram fundamentais para o sucesso do trabalho em Samavi. As escolas de Ponte Nova e Caetité formavam os seus alunos sob os princípios da educação para todos, defendida por reformadores a educação transforma a realidade das pessoas. Especificamente para João Calvino, cujo pensamento foi desenvolvido por Max Weber1, a pedagogia empreendedora subsidia a discussão sobre o desenvolvimento de habilidades capazes de superar desafios de vida. A cosmovisão de princípios calvinistas da professora Rosa contribuiu para a educação nas duas escolas em Samavi.
O resultado do ensino das duas escolas da professora Rosa Magalhães em Samavi são variados. A professora Rosa motivada por uma visão de mundo intramundana cristã formou crianças em situação de vulnerabilidade social, conforme em seu relato tornaram-se médicos, jornalistas, engenheiros, soldados, professores, pastores, donas de casa, agricultores, e centenas de outros cidadãos. Conforme o testemunho do ex-aluno órfão, o pastor Adail Carvalho Sandoval, ele “tinha tudo para dar errado”, mas a ação da professora Rosa Magalhães mudou a sua trajetória de vida. Assim, vários outros testemunhos de superação das dificuldades da vida atribuem as escolas-orfanatos o sucesso de suas vidas.
Nota
1. WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Companhia das letras, 2004.
- Marcos Paulo Melúcio Oliveira, pastor.
REVISTA ULTIMATO – ADOLESCÊNCIA – ONLINE E OFFLINEMuito já se falou da adolescência como uma fase crítica da vida, em que as dificuldades próprias da idade inspiram cuidados especiais – o que é ainda mais importante hoje.
Os adolescentes desta geração são o grupo mais impactado pelo ritmo acelerado das mudanças. A matéria dessa edição oferece subsídio para melhor conhecer e atuar com esse grupo. Nos depoimentos dos 12 adolescentes que participam eles pedem: “Acreditem em nós!”.
É disso que trata a edição 414 de Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» Mochila nas Costas e Diário na Mão - a fascinante história de Ashbel Green Simonton, Elben César
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