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Palavra do leitor

Para que serve, então ir, ao evangelho de Jesus?

A sinceridade nunca se torna num caminho a fazer, sem abrir mão de certas convicções que, lá no fundo, devo reconhecer são conversas triviais para não enfrentar certas verdades. Sem delongas, não creio e muito menos acredito em Deus, como na minha infância e em outras passagens da minha existência. Durante os meus quarenta e oito anos, encaro a minha caminhada com o Deus ser humano Jesus Cristo, sem ilusões e sem promessas vendidas nos balcões de uma fé confusa e deturpada. Sinceramente, tenho agudas dificuldades no que toca a observar toda uma pletora ou abundancia ou variedade de tribalismos como se fossem ou tivessem a outorga para tanto representarem quanto serem o meio de manifestação de Jesus. É bem verdade, não abandonei a fé em Deus, agora não consigo mais acreditar como antes, confesso. Aliás, não O atribuo como o causador de mazelas e infortúnios sobre a vida das pessoas, não O vejo como um caçador de pecadores para castigar, não me sinto confortável em aceitar o Deus do eu quero bem para um e mal para outro.

Abro o jogo e, com toda a certeza, não escaparei das objeções, mesmo assim, rejeito, terminantemente, o Deus distribuidor de desgraças e punições, de mover a natureza para nos castigar, de lançar provas e mais provas (quando viver, por si só, em todas suas nuances, já nos traz tantas provas). Decerto, tenho aprendido ir à direção do Deus ser humano Jesus Cristo, do tempo de inovação para dizer – "Sinto muito para os apologistas de um Deus cruel, de um Deus que já traçou tudo para uns escolhidos e outros não, de um Deus que acorda sempre com um humor dúbio e não sabe quem vai atacar ou poupar’’, mas o meu Deus, o Deus Ser Humano Jesus Cristo me chama para não renunciar a vida. Vou adiante, não concebo o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó como partícipe por permitir que uma criança nasça deficiente, que uma família seja marcada por catástrofes, que pessoas sejam vitimadas por acidentes, por doenças fatais, por situações debilitantes. Faço anotar, não posso impor a Deus uma permissividade pelos deletérios ou malefícios que assolam vidas, não consigo mais me acomodar com o por que isto me aconteceu, o que eu fiz para merecer isto ou aquilo, onde errei, por serem questões inócuas ou sem efeito, como enxugar gelo mesmo. Em direção oposta, dirijo - me com relação ao que vou fazer, a partir de agora, em meio as situações ocorridas, em quem está aqui para me ajudar.

Às vezes, quando encontro pessoas e exponho o período a qual permaneci numa UTI, devido a Covid-19, com honestidade, digo que não consigo encontrar uma permissividade de Deus, porque, escancaradamente, estive exposto em áreas de exposição e risco. Devo ressaltar, não deixei de acreditar nos atos esplendorosos ou em milagres, não deixei de considerar as profecias e as revelações convergidas no Deus ser humano Jesus Cristo. Deveras, vou a igreja, cultivo a fé nas notícias criativas do evangelho, dentre muitos aspectos, para viver por algo e este algo se refere a vidas humanas. Novamente reitero, seria um tolo e cínico caso ainda defendesse uma espiritualidade sem o outro, uma mística, um sobrenatural e uma transcendência restrita aos finais de semana, num ciclo de duas horas mais ou menos, para entoar três cânticos, para cumprir certos ritualismos e liturgias, para ouvir um sermão e tudo bem, estou quite, fiz a minha parte e espero que o Criador faça a sua. Presumidamente, vou a igreja para ser plenamente igreja, ao lado de outros e alcançarmos a dimensão de próximos e sermos relembrados que, enquanto estivermos neste plano de mudanças e modificações, podemos viver e conviver com bondade e dignidade, na mais intensa loucura do evangelho. Sempre é de bom parecer enfatizar, o evangelho me leva a ser igreja para ser uma linguagem de Deus, para ser um inconformado diante dos convalidos e abatidos para os erguer, para ser um eco de esperança e destemor em momentos difíceis e dolorosos, para viver e se fazer em cada despertar do dia, para sentar ao lado e escutar os desesperançados, para dizer o quanto o outro tem importância, estima e respeito, para estar ao lado e em silêncio aplacar o frio da solidão.

Quiçá, lá no fundo, evitamos de olhar para a constatação de sonhar com um mundo todo certinho e perfeito, porque, verdadeiramente, não é e, apesar de tudo, podemos o inundar com o amor das notícias criativas do Deus ser humano Jesus Cristo e a nossa resposta não se dará com tratados teológicos ou psicológicos, mas sim com a decisão por prosseguir a viver por algo e criar vias de libertação e transformação. Sabe, o que vou pontuar pode parecer heresia, posso transparecer ser um anátema ou um maldito ou um herege, mesmo assim, sigo para perdoar a Deus por uma realidade que me inquieta (não posso falar por você, por ninguém), sigo a não fingir diante das contradições e controvérsias da vida e prefiro me refazer e não terminar nos calabouços da solidão e da comiseração.
São Paulo - SP
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