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Palavra do leitor

"Não é preciso um Deus para criar o universo"

... é o que dizem Stephen Hawking e Leonard Mlodinow. Interessa-me o último capítulo do livro que trata 'The Grand design'. Atenção: é difícil separar ciência de religião quando a questão é, 'como começou tudo'. O livro de pouco menos de 200 páginas faz um resumo sobre quem seria o melhor candidato para explicar a origem do universo e chega à conclusão que Deus não é necessário. A matemática e os modelos de computação são suficientes.

Para eles o universo não necessita de um Criador. Tudo teria começado com uma sopa de evento quântico onde a física pariu a criação. Não há, para eles, uma causa inteligente, uma origem divina. Ponto final. Meu interesse é outro, porém. Não sou físico.

Há uma expressão recorrente hoje que marca uma boa parte dos postados aqui na revista ULTIMATO quando o assunto é a Criação. Dá-se a ela o nome de ‘design inteligente’. É a resposta ao ‘argumento da improbabilidade’.

Richard Dawkins em seu livro, ‘Deus, Um Delírio’, descreve o argumento assim: “... [imaginem] um Boeing 747 e [o] ferro-velho, [...] a probabilidade de a vida ter surgido na Terra não é maior que a chance de um furacão, ao passar por um ferro-velho, ter a sorte de construir um Boeing 747.” (Dawkins, 2006). Daí a necessidade de uma mente inteligente para ordenar tudo isso.

Isto é, a improbabilidade de que um furacão passando sobre um ferro-velho juntasse as peças para montar um Boeing 747, em oposição à idéia de ‘chance’, ‘acaso’exigiria uma mente inteligente. Dawkins desmonta a idéia de ‘chance, acaso’ para evolução mais adiante e propõe outra coisa. Não discuto o mérito. Leiam o livro.

Em 2005 um juiz americano da Pensilvânia nos Estados Unidos, em decisão judicial no caso Kitzmiller, et al. vs. Dover Area School District, fundamentou sua decisão contrária ao ‘design inteligente' assim: (1) viola os cânones científicos ao invocar uma ‘causa supranatural’; (2) Propõe o argumento da ‘complexidade irredutível’, e (3) Introduz o ‘design inteligente’ que ataca a comunidade científica, convenceu-se o juiz em sua sentença condenatória.

Uma das idéias (‘complexidade irredutível’) que o juiz Jones atacou na sua decisão contra o ‘design’ remete-nos a certo inglês por nome William Paley (1743-1805): ‘estruturas complexas’ requerem um ‘projetista’ (‘designer’). O mundo natural é a criação de um projetista, quanto mais com a humanidade.

A analogia usada por ele é de um relojoeiro (projetista) e o relógio (o produto).Imagina você andando numa praia deserta e subitamente tropeça num relógio. Evidente que você não pode deixar de concluir que um projetista bolou aquilo ali. Do nada, do ‘acaso’, por pura ‘chance’ (Darwin é o criticado aqui) é que esse relógio não estaria lá. Sem o primeiro ( projetista), o segundo (relógio) não existiria.

Excelente exemplo para reforçar o ‘argumento teológico’. Antony G. N. Flew, filósofo britânico, não gerou Mateus (‘design inteligente’), mas resolveu embalar essa idéia. Seu interesse era filosofia da religião, muito embora fosse (no passado) um fervoroso advogado do ateísmo, até que evidências empíricas apontassem para a Sua existência, mudou de campo Assistiu muitas palestras com C. S. Lewis.

Flew faleceu em 2010. Quatro anos antes recomendara ao governo britânico que o ‘design inteligente’ fosse ensinado nas escolas públicas do Reino Unido. Seu pedido não foi aceito. Se há uma pessoa do mundo acadêmico controvertido, Flew é um deles, dizem seus detratores.

Voltemos a Paley. Seu argumento remete-nos ao ‘argumento ontológico’ de Anselmo de Canterbury. Uma das mais brilhantes mentes da Idade Média, o ‘argumento ontológico’ de Anselmo é apriorístico, (‘a priori’ porque é pura racionalização teórica). Como se Anselmo estivesse brincando com uma idéia, uma tese. Não tem nada a ver com a realidade (chamado, ‘a posteriori’).

É mais ou menos assim: pense num ser grande, mas grande mesmo, tão grande e bom; bom e justo e perfeito e sobre esse ser nada, nada mais de grandeza pode ser concebido, imaginado. Tão grande e tão perfeito, que nem a realidade ou a existência, o mundo real, é capaz de conte-lo: Deus! Eu costumo chamá-lo de ‘Deus de ponta de lápis’. Uma espécie de ‘causa não causada’.

E essa coisa imaginável na cabeça de Anselmo existe? Não. Nem fora da cabeça de ninguém. Será que uma coisa que está na minha cabeça, pelo simples fato de eu pensar que ela existe, existirá ? O ‘design inteligente’ é fruto disso. Eu não concordo com o ‘design inteligente’ e vou ter que dar ouvidos a Darwin e também aos que propugnam o caráter revelacional de Deus.

Por enquanto o time de Hawking e Mlodinow vai ganhando de quatro a zero no primeiro tempo do ‘design’. Vai haver uma reviravolta do ‘design’? O técnico contra é Darwin e o goleiro Dawkins. O time do ‘design’ joga equivocado (a camisa está do avesso). Pode ser que haja outro time que ressuscita o credo de Nicéia. Aí vai ser uma briga boa! Torço pelo time de Nicéia (325 D.C) e a sua reserva de primeira linha, Constantinopla (381 D.C.).
P - RN
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