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Palavra do leitor

Meu filho e os pediatras

Não tenho que reclamar da competência e da capacidade dos pediatras aos quais tive a oportunidade de levar o meu filho. Foram todos, sem exceções, competentes em diagnosticar a causa da enfermidade, em receitar o remédio adequado, e confesso que isso é mais importante, pois eu prefiro um pedreiro antipático, mas competente em seu serviço, do que um pedreiro muito simpático, mas que não sabe nem usar um prumo e com isso deixando a minha parede torta e a construção mal feita.

Não quero falar da competência dos médicos pediatras (afinal, nem tenho autoridade para tal!), mas eu fico assustado quando vejo alguns que deveriam ser pelo menos simpáticos, para não dizer o mínimo, mas parecem verdadeiros robôs, de tão frios (talvez a melhor definição seria andróides!).

Patch Adams (aquele cuja vida foi retratada em 1988 no filme O amor é contagioso, com o ator Robin Willians no papel principal) ao ser perguntado que conselhos daria para os médicos se tornarem melhores profissionais disse entre outras coisas: “medicina envolve relacionamento entre médico e paciente. Um bom médico é aquele que sabe cultivar essa relação por meio de troca de experiências, amizade, humor, confiança. Se existe desconfiança de um dos lados, essa relação vai por água abaixo...”. (1)

Eu confesso que me dá nos nervos levar o meu filho ao médico. O
seu antigo pediatra, sempre fazia algo que me deixava pensativo; mesmo
avisado pela secretária de que estávamos na sala de espera, insistia em nos
perguntar o nome do nosso filho. Eu ficava chateado com esse esquecimento,
afinal ele estava no parto do meu menino! A secretária poderia levar o nome
num papelzinho e ele poderia pelo menos tentar profissionalmente “fingir”
uma certa intimidade, chamando o Daniel pelo nome. Eu fico pensando se tem
veterinário que conhece todos os seus animais-pacientes pelo nome, porque o
pediatra do meu filho não poderia chamá-lo pelo nome?

Pode ser uma coisa pequena para você, mas para mim não é. Eu
fico preocupado! Reconheço que tenho uma certa inveja de pessoas que tem o
telefone celular dos pediatras de seus filhos e que podem importuna-los,
mesmo de madrugada, quando as crianças começam a tossir desenfreadamente, ou
quando aquela febre começa a chegar aos 38 graus, ou quando eles começam a
recusar a comida que a mamãe tão bondosamente prepara e começam a emagrecer.

Talvez você está achando que eu estou exagerando, mas eu queria um pediatra
mais “humano” para o meu filho. Um que o pegasse no colo e dissesse que
estava com saudade. Um que o chamasse pelo nome, ou então inventasse um
apelido carinhoso para ele. Um que ligasse avisando que na semana teria
consulta. Um que mandasse um cartão no seu aniversário! Mas sei que isso é
um sonho, pois como disse Patch Adams: “Hoje o paciente é tratado como
cliente de loja, que paga para obter o serviço. O amor passou a não ter
espaço na área médica. Se o médico gasta tempo com amor, não tem retorno
financeiro algum. Só ganha dinheiro se dá um remédio ao paciente ou faz
alguma intervenção cirúrgica”. (2)

Eu gostaria que o meu filho tivesse prazer em entrar em um consultório (o
que ele definitivamente não tem, pois começa a chorar logo ao entrar em
um!), sabendo que ele poderia encontrar alguém que soubesse ser mais gente
fina.

Quando o meu filho está doente, e preciso de leva-lo, eu quase nunca acho o
meu pediatra (99,9%) e tenho que me contentar com um plantonista, e se é de
madrugada, parece que alguns ficam chateados por serem importunados em seu
descanso (olha que eu tenho plano de Saúde, nem estou falando do SUS!).

Concordo com Rubens Alves, quando ele numa de suas crônicas afirma o
seguinte: “... Afinal de contas, a primeira condição de um médico, anterior
a sua competência técnica, é a sua compaixão. Compaixão é sentir, de alguma
forma, aquilo que o outro está sentindo. Retirada a compaixão o médico não
passa de um mecânico que manipula carros sem sentir nada, porque carros nada
sentem ”.(3)

Eu apenas queria um médico pediatra que gostasse do meu menino, pelo menos
com mais amor que um veterinário pelos seus clientes-animais. E que soubesse
o nome do meu filho!

Eu sei que isso é um sonho, e se você encontrou um bom pediatra, um
completo, que até se encaixa nas minhas poucas descrições de um bom médico,
parabéns!

Mas eu quero continuar buscando alguém que além de competente
profissionalmente, possa ser mais bem humorado, menos tenso, mais apaixonado
pelas crianças e por sua profissão. Sei que é missão quase impossível, mas
quero tentar com todas as minhas forças até pelo menos o meu filho crescer,
aí minhas preocupações não serão mais os pediatras...

Notas
(1) Entrevista a revista Veja de 25/02/2004.
(2) Idem.
(3) O que você faria – Rubem Alves – www.rubemalves.com.br
Volta Redonda - RJ
Textos publicados: 2 [ver]

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