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Palavra do leitor

Como ler um texto?

Quando lemos um texto qualquer, precisamos primeiro encontrar nossa posição diante dele. Ao ler uma obra de Machado de Assis, um texto bíblico ou mesmo o jornal fresquinho da manhã, precisamos saber:
" Sou uma pessoa que vive em tal país, fala tal língua e possui tal visão de mundo. E ao ler este texto, percebo que o autor vivia n"outro país, falava e escrevia em outra língua e possuía outra visão de mundo diferente da minha. Por exemplo: Me chamo José, sou brasileiro e tenho 37 anos. Vivo em São Paulo que é uma megalópole e falo português do Brasil. Estou lendo o jornal da manhã, escrito por um autor catarinense, que também fala português, mas que possui 70 anos de idade e mora numa cidadezinha do interior".

Uma vez posicionado, você pode começar a ler o texto. É como se você sentasse na sala de visitas do autor. Você numa poltrona e ele n"outra. Numa conversa agradável ou não, dependendo do que ele "fala" e como você "recebe" suas ideias.

À medida que o autor apresenta suas ideias, você buscará através de um exercício de empatia, compreender o que ele diz, de onde diz e por quê diz. Após a assimilação, você poderá fazer-lhe perguntas. Todo o texto se abre a perguntas e indagações e é preciso fazê-las.

Imagine, por exemplo, uma pessoa do primeiro mundo lendo os massacres cometidos no terceiro mundo; ou um brasileiro lendo um texto produzido por Platão — homem grego do mundo antigo. São duas culturas que dialogam; duas "cabeças" muito diferentes. E, para fazer-se compreender e compreendido, são necessárias muitas perguntas e muito dialogo entre o autor e o leitor, entre aquele que fala e seu "ouvinte".

Quando um amigo seu lhe diz "fulano, escuta só isso. Eu penso que as coisas são assim e assado". Logo que você ouve, também surgem perguntas que você lhe fará a fim de entende-lo melhor. Concordar ou discordar. Você precisa fazer isto com os livros também. Os autores não podem escapar de suas perguntas. Pois quando você toma seu livro e ideias nas mãos, vocês iniciaram um diálogo que será levado a cabo.

Então você deve fazer perguntas a todo texto que lê. Seja uma notícia de jornal, um romance de Clarice Lispector e até mesmo a Bíblia. Você não deve fazer perguntas porque você é invocado e fanfarrão, mas simplesmente porque você quer ter certeza de que está compreendendo os pronunciados do autor e suas motivações. Afinal, o autor está falando de uma "poltrona" da sala e você está escutando "de outra". Logo, estão em lugares diferentes, um tentando comunicar-se com o outro: escritor e leitor.

Então não tenha medo. Possui um livro nas mãos? Leia e faça perguntas ao autor. Perguntas sobre o que o autor diz e por quê diz, mas também as suas próprias perguntas; as suas próprias inquietações (do leitor). Para ver se aquele autor, aquele livro ,— velho ou novo — tem algo a dizer a você hoje. Algo que clareie a sua vida e o ajude.

E, eu repito! isso vale tanto para o jornal fresquinho da manhã como para a Bíblia. Se alguém lhe põe medo de questionar o texto bíblico, é como se ele estivesse intrometendo-se em sua conversa com o autor. Imagine só cara! você tem a oportunidade de sentar-se e ter um minuto a sós com o grande profeta Ezequiel, ou com o evangelista Mateus ou com o apóstolo Paulo. Daí eles começam a contar tudo o que viveram e porque disseram tudo o que você leu. E, após ouvi-los com atenção, muitas perguntas surgem na sua cabeça. No momento em que você se prepara para fazê-las vem alguém e diz que não é bom questionar pessoas tão ilustres. Porque isso as ofenderia. Nessa hora, seria a hora em que tanto a pessoa que fala quanto seu ouvinte levantariam da poltrona e diriam: "cai fora, cara! Não está vendo que estamos falando em particular".

E outra vez a sós, seria possível retomar o dialogo, com muitas perguntas, concordâncias ou não, e muitas risadas. E é assim que devemos ler um texto. Ao fim, saberemos se gostamos do autor e se ele trouxe algo bom para nós e se nos ajudou. Se continuaremos convidando-o a sentar-se e tomar um cafezinho conosco ou se não iremos mais querer vê-lo.

*** Fim ***

*JOSÉ CHADAN é mestre e bacharel com licenciatura em filosofia. Também é licenciado em história. Lecionou no ensino público do Estado de São Paulo durante 5 anos. É autor de livros e ensaios diversos. Escreve desde artigos acadêmicos a textos voltados ao grande público; os quais são periodicamente divulgados em revistas, blogs na internet e Facebook.
** E-mail: zepchadan@outlook.com .
*** Facebook: https://www.facebook.com/jose.chadan.315
São Paulo - SP
Textos publicados: 16 [ver]
Site: http://www.josechadan.wixsite.com/professor/livros
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