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- Maio-Junho 2002
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Nesta matéria:
O mau agouro do embaixador americano
Deve ter causado um mal-estar tremendo na Grã-Bretanha as palavras do embaixador americano em Londres Walter Page, em 1916, no meio da Primeira Grande Guerra, quando ele colocou em dúvida a permanência do poderio britânico:
Uma nação, assim como uma pessoa, envelhece. Só nos apercebemos do fato quando já está evidente. Aparece tão furtivamente. De repente acordamos para a realidade de que nossos membros não funcionam como antes, nossa memória vagueia, nossa audição está difícil e a visão, um pouco turva. É o que aconteceu à Inglaterra... Muito antes do fim do século, ela... será o passado. (História do Século XX, p. 959.)
O século anterior fora o século de glória da Inglaterra. Seis milhões de visitantes de todo o mundo foram ver as maravilhas do livre-comércio e da iniciativa britânica na chamada Grande Exposição, de maio a outubro de 1851, montada em Londres. Só a rainha Vitória, então com a idade de 32 anos, visitou-a trinta vezes e registrou em seu diário: “Somos capazes de fazer qualquer coisa”.
Além de fabricar “qualquer coisa”, o império não tinha rivais e se espalhava por todos os continentes. Sua marinha era a maior do mundo. Graças aos seus territórios na América (Canadá, Honduras e Guiana), na África (Egito, Sudão, Costa do Ouro, Gâmbia, Serra Leoa, Nigéria, Rodésia, Cabo etc.), na Ásia (Índia, Ceilão, Burma) e na Oceania (Austrália e Nova Zelândia), o Império Britânico possuía na época da guerra uma superfície superior a 29,5 milhões de quilômetros quadrados (quase três vezes e meia o tamanho do Brasil) e mais de 480 milhões de súditos (quase dez vezes mais que a população das Ilhas Britânicas de então).
Muito antes do fim do século 20, como profetizou o embaixador Walter Page, a Grã-Bretanha já não era o poderoso império do início do século. Todos os seus territórios ao redor do mundo tornaram-se independentes. O Reino Unido da Grã-Bretanha hoje tem apenas quatro países: Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales, com uma área de 244 mil quilômetros quadrados (contra 29,5 milhões de outrora).
A história antiga, a história medieval, a história moderna e a história contemporânea confirmam que as nações são como a espécie humana: nascem, crescem, fortalecem-se, multiplicam-se e, quando menos esperam, entram naquele processo irreversível de decrepitude, tal como o que é descrito no último capítulo de Eclesiastes. Que o digam os impérios babilônico, medo-persa, grego, romano, bizantino, mongol, português, espanhol, francês, holandês, belga, alemão, japonês e soviético.
Agora é a vez de um embaixador britânico em Washington repetir as mesmas palavras do embaixador americano em Londres: “Uma nação, assim como uma pessoa, envelhece”. Não em tom de vingança, mas em tom de advertência.
Uma nação, assim como uma pessoa, envelhece. Só nos apercebemos do fato quando já está evidente. Aparece tão furtivamente. De repente acordamos para a realidade de que nossos membros não funcionam como antes, nossa memória vagueia, nossa audição está difícil e a visão, um pouco turva. É o que aconteceu à Inglaterra... Muito antes do fim do século, ela... será o passado. (História do Século XX, p. 959.)
O século anterior fora o século de glória da Inglaterra. Seis milhões de visitantes de todo o mundo foram ver as maravilhas do livre-comércio e da iniciativa britânica na chamada Grande Exposição, de maio a outubro de 1851, montada em Londres. Só a rainha Vitória, então com a idade de 32 anos, visitou-a trinta vezes e registrou em seu diário: “Somos capazes de fazer qualquer coisa”.
Além de fabricar “qualquer coisa”, o império não tinha rivais e se espalhava por todos os continentes. Sua marinha era a maior do mundo. Graças aos seus territórios na América (Canadá, Honduras e Guiana), na África (Egito, Sudão, Costa do Ouro, Gâmbia, Serra Leoa, Nigéria, Rodésia, Cabo etc.), na Ásia (Índia, Ceilão, Burma) e na Oceania (Austrália e Nova Zelândia), o Império Britânico possuía na época da guerra uma superfície superior a 29,5 milhões de quilômetros quadrados (quase três vezes e meia o tamanho do Brasil) e mais de 480 milhões de súditos (quase dez vezes mais que a população das Ilhas Britânicas de então).
Muito antes do fim do século 20, como profetizou o embaixador Walter Page, a Grã-Bretanha já não era o poderoso império do início do século. Todos os seus territórios ao redor do mundo tornaram-se independentes. O Reino Unido da Grã-Bretanha hoje tem apenas quatro países: Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales, com uma área de 244 mil quilômetros quadrados (contra 29,5 milhões de outrora).
A história antiga, a história medieval, a história moderna e a história contemporânea confirmam que as nações são como a espécie humana: nascem, crescem, fortalecem-se, multiplicam-se e, quando menos esperam, entram naquele processo irreversível de decrepitude, tal como o que é descrito no último capítulo de Eclesiastes. Que o digam os impérios babilônico, medo-persa, grego, romano, bizantino, mongol, português, espanhol, francês, holandês, belga, alemão, japonês e soviético.
Agora é a vez de um embaixador britânico em Washington repetir as mesmas palavras do embaixador americano em Londres: “Uma nação, assim como uma pessoa, envelhece”. Não em tom de vingança, mas em tom de advertência.
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