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Opinião

Igreja em perigo: o reino de Deus nos locais mais hostis ao evangelho

A realidade global exige de nós compromisso ativo com aqueles que, mesmo sob risco, permanecem fiéis ao nome de Cristo

Por Marco Cruz

10º Congresso Brasileiro de Missões


Após ser atacada por um grupo extremista islâmico, que também a incendiou levando quase à destruição, a igreja continuou ativa, o pastor falando de um púlpito com membros sentados em bancos improvisados. A Igreja em Perigo e sob ataque, permanece firme, apesar das ameaças. Portas Abertas.Recentemente, participei do Congresso Brasileiro de Missões (CBM) 2025, realizado em Águas de Lindóia, São Paulo, ao lado de cerca de 1.500 irmãos na fé. 

Foi um tempo de comunhão, aprendizado e celebração da liberdade que desfrutamos em nosso país. Curiosamente, outro evento evangélico de proporções semelhantes acontecia simultaneamente na mesma cidade, evidenciando o vigor e a diversidade do movimento cristão brasileiro.

Essa experiência, marcada por liberdade e abundância espiritual, contrasta profundamente com a realidade vivida por milhões de cristãos ao redor do mundo. Enquanto nos reuníamos livremente, mais de 380 milhões de cristãos enfrentam perseguição por causa de sua fé em Jesus Cristo. Segundo a Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2025, elaborada pela Missão Portas Abertas, isso representa 1 em cada 7 cristãos vivendo sob constante ameaça. Além disso, mais de dois terços da população mundial reside em países onde o evangelho encontra forte oposição, seja por regimes autoritários, conflitos armados ou intolerância religiosa. O relatório, que cobre o período de outubro de 2023 a setembro de 2024, revela não apenas dados alarmantes, mas também tendências preocupantes que desafiam a compreensão superficial da perseguição aos cristãos. 

Por trás dos números, há histórias de resiliência, dor e fé inabalável. Essa tensão entre liberdade e perseguição nos convida à reflexão: qual é o papel da igreja livre diante da dor da Igreja Perseguida? Como podemos responder com oração, apoio e solidariedade? A realidade global exige de nós não apenas consciência, mas compromisso ativo com aqueles que, mesmo sob risco, permanecem fiéis ao nome de Cristo.

Como a perseguição é medida
A metodologia da LMP considera dois fatores principais: violência (como assassinatos, prisões, sequestros e ataques físicos) e pressão (restrições à prática da fé nas esferas privada, familiar, comunitária, nacional e igreja). A pontuação final classifica os países em três níveis: perseguição extrema, severa e alta.

Em 2025, 13 países atingiram o nível de perseguição extrema. A Coreia do Norte lidera o ranking, marcada por um regime ditatorial que pune severamente qualquer contato com cristãos ou com a Bíblia. Os outros países são Somália, Iêmen, Líbia, Sudão, Eritreia, Nigéria, Paquistão, Irã, Afeganistão, Índia, Arábia Saudita e Mianmar, que subiu quatro posições e passou a integrar esse grupo.

Quatro verdades que os números não revelam
1. A “melhora” que revela uma tragédia
Na Argélia, a pontuação de violência diminuiu. Contudo, essa aparente melhora esconde uma realidade sombria: todas as igrejas protestantes foram fechadas ou forçadas a encerrar suas atividades. O silêncio estatístico não representa paz, mas sim a erradicação da presença pública da igreja.

2. A África Subsaariana é o epicentro da violência
A Nigéria foi responsável por 69% das mortes globais, com 3.100 cristãos mortos por grupos extremistas. O colapso da autoridade estatal em países como Sudão, Burkina Faso e República Democrática do Congo cria um ambiente de impunidade.

3. O país que mais subiu no ranking surpreende
O Quirguistão passou da 61ª para a 47ª posição, impulsionado por aumento na violência contra cristãos. Países vizinhos também registraram crescimento na repressão, revelando uma nova frente de perseguição.

4. A igreja está se tornando secreta
Em diversos países, a igreja está sendo forçada à clandestinidade. Na Coreia do Norte, todos os cerca de 400 mil cristãos são secretos. Na China, igrejas não registradas e oficiais são perseguidas. Em zonas de guerra como Afeganistão e Gaza, a presença cristã está à beira da extinção. Essa invisibilidade protege vidas, mas ameaça a comunhão, o crescimento e a missão da igreja.



Os números da perseguição violenta contra cristãos
A LMP 2025 revela dados que ajudam a dimensionar a gravidade da situação:
  • 4.476 cristãos foram mortos por causa da fé.
  • 4.744 foram presos ou condenados.
  • 3.775 foram sequestrados ou desapareceram.
  • 3.944 mulheres e meninas sofreram violência sexual ou foram forçadas a se casar.
  • 54.780 casos de violência física e psicológica foram registrados.
  • 7.679 ataques a igrejas e propriedades cristãs ocorreram, com Ruanda liderando esse tipo de agressão.
  • 183.709 cristãos foram deslocados, sendo 100 mil apenas na Nigéria. O número de refugiados aumentou quase 60%.
O que isso significa para nós?
A realidade da perseguição aos cristãos é complexa e muitas vezes contraintuitiva. As estatísticas são um ponto de partida, mas raramente contam a história inteira. Compreender as narrativas por trás dos dados é essencial para uma genuína compreensão da perseguição e seus efeitos profundos.

Esses números, mais do que estatísticas, são vidas, famílias e comunidades que enfrentam perseguição por amor a Cristo. Agora que conhecemos as histórias por trás das estatísticas, como nossa percepção e resposta à perseguição global podem se tornar mais profundas e eficazes?

Jesus nos advertiu: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim” (João 15.18). A perseguição é parte da caminhada cristã, mas também é um testemunho da fidelidade de Deus. Que sejamos intercessores constantes, vozes de encorajamento e instrumentos de apoio à Igreja perseguida. E que, mesmo em meio à dor, o evangelho continue avançando: “As portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16.18).

A missão de fortalecer o Reino de Deus

Diante dessa hostilidade, a Missão Portas Abertas atua para fortalecer os cristãos perseguidos por meio de distribuição de Bíblias, treinamento bíblico, ajuda socioeconômica, projetos de geração de renda, apoio pós-trauma e assistência jurídica.

O apoio da igreja brasileira é essencial para que a Igreja Perseguida permaneça viva nos lugares mais hostis ao evangelho. Os cristãos perseguidos têm três pedidos principais (IDE):
  • Interceder: Ore por cristãos secretos no Afeganistão, por cultos possíveis na Argélia, pelo fim da violência e por cura na Nigéria;
  • Doar: As doações sustentam projetos que atendem às necessidades físicas, emocionais e espirituais dos cristãos perseguidos;
  • Encorajar: Demonstre amor por meio de cartões, mensagens e participação em eventos como o DIP (Domingo da Igreja Perseguida).
A história de fé da cristã norte-coreana Kim Sang-Hwa, que aos 12 anos encontrou uma Bíblia escondida e se converteu ao ler Gênesis 1.1, é um testemunho de que a palavra de Deus resiste até mesmo à mais intensa opressão. Que possamos ser parte dessa missão e fortalecer o Reino onde ele é mais combatido.
  • Marco Cruz, secretário-geral da Portas Abertas Brasil, América Latina e Portugal. 
Para saber mais, acesse portasabertas.org.br e @portasabertasbrasil .

Imagem: Após ser atacada por um grupo extremista islâmico, que também a incendiou levando quase à destruição, a igreja continuou ativa, o pastor falando de um púlpito com membros sentados em bancos improvisados. A Igreja em Perigo e sob ataque, permanece firme, apesar das ameaças. Portas Abertas.

REVISTA ULTIMATO - A IGREJA EM MISSÃO
Ultimato celebra a igreja em missão, a missão da igreja e o movimento missionário brasileiro, cuja história é quase tão longeva quanto a do Brasil.

Ao longo de mais de 10 páginas, o leitor vai encontrar parte das palestras do 10ª edição do Congresso Brasileiro de Missões (CBM 2025), que aconteceu em outubro, em Águas de Lindóia, SP, e lerá,
no "Especial", um painel com uma avaliação ampla e crítica do movimento missionário brasileiro.

É disso que trata a
edição 416 de Ultimato. Para assinar, clique aqui.

Saiba mais:
» Sangue, Sofrimento e Fé – a missão cristã em contextos de perseguição, Antonia Leonora van der Meer, William Taylor, Reg Reimer, ORG.
» Uma Nova Introdução ao Islã – Origens, tendências e práticas muçulmanas no mundo contemporâneo, Daniel W. Brown
» Casas de Chá – As Mulheres do Distrito da Luz Vermelha, Shine LEE

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