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Opinião

Entre a beleza e o horror – mantenha a esperança

Ler Martin Luther King traz não apenas informações intelectuais, mas acalento à alma. Somente quem tem senso de beleza, um senso não apenas estético, mas vívido, consegue provocar isso

Por Jacira Monteiro

Em 28 de agosto de 1963, o doutor Martin Luther King Jr. proferia “I have a dream” (Eu tenho um sonho), o seu discurso mais conhecido. Em 2023, comemoramos 60 anos desse discurso.

King é a pessoa que mais me inspira e desafia. O motivo disso é bastante simples, Deus me deu a sensibilidade social de percepção da dor e das injustiças ao meu redor. Transito todos os dias percebendo com facilidade as belezas e os horrores do viver. Há alguns meses, caminhando para a faculdade no frio que estava fazendo em São Paulo, vi uma pessoa em situação de rua deitada numa calçada sob um frondoso e belo ipê amarelo: a beleza e o horror do viver. Ler e ouvir Luther King me desafia em minhas melancolias e desesperanças, quando vejo mais o horror do que as belezas. Deus tem usado o irmão King há alguns anos para recalibrar o meu coração e me fazer depender e ter esperança Nele.

Por que e como isso acontece?

Ao ler e ouvir os discursos de King, percebo:

1. Que ele era claramente um homem que lia a Bíblia com frequência. Isso é facilmente percebido em seus discursos, nos quais ele sempre citava versículos e usava palavras e expressões que se encontram nas Escrituras e que eram usadas pelas pessoas da Bíblia.

2. Ele tinha uma rotina de leitura não apenas de teólogos e de livros espirituais, mas de poetas, e também incluía elementos da cultura, como música. Ele tinha um amplo repertório, era doutor. A forma de escrever de King era fluida, lê-lo traz não apenas informações intelectuais, mas acalento à alma. Somente quem tem senso de beleza, um senso não apenas estético, mas vívido, consegue provocar isso.

3. Luther King tinha esperança. Esse é o maior legado dele, a meu ver. E isso é o que mais me constrange. Ele não se permitia cair no vale da desesperança, como ele mesmo fala no discurso “I have a dream”. Ele de fato acreditava no sol da justiça, a saber, Cristo, e que Ele não estava alheio à situação de injustiças sobre o mundo. No livro A dádiva do amor, King diz: “Acima de tudo, devemos nos lembrar de que Deus está trabalhando em seu universo. Ele não está fora do mundo olhando-o com uma espécie de indiferença fria. Aqui, em todos os caminhos da vida, ele se esforça em nossos esforços. Como um pai sempre amoroso, ele trabalha por meio da história em favor da salvação de seus filhos. Enquanto lutamos para derrotar as forças do mal, o Deus do universo luta conosco. O mal corre na praia, não só por causa da incansável luta do homem contra ele, mas por causa do poder de Deus para derrotá-lo” (p. 123). Mesmo nos momentos em que estava sendo mais enfático e duro, Luther King falava com esperança, fé e confiança em Deus.

Como disse, há momentos na vida em que, ao olhar para os horrores do viver, acabo me desesperando e desanimando. Jesus usa King, profeticamente, para me desafiar, lembrando-me que mesmo em tempo extremamente mais opressivo, difícil e conturbado e em um país bem mais injusto e opressor, King manteve a fibra moral elevada, escolheu agir como Jesus e confiar plenamente no Senhor.

O sonho de King também se tornou o meu sonho, aqui no Brasil, na minha geração. O sonho completo, tanto da liberdade quanto da esperança. Na comemoração dos 60 anos do discurso de Luther King, Jesus me relembrou de que devo ter na memória o discurso de King em sua inteireza e não apenas as partes que eu gosto e quero. A beleza e o horror, a injustiça e a esperança.

King, obrigada por me desafiar a amar mais a Jesus e por isso amar a justiça e, no meio disso tudo, nunca perder a esperança. Que eu nunca perca a esperança. Que nunca percamos a esperança. A vida vale a pena, apesar das dores que experimentamos. A vida sempre vale a pena.

Louvo a Deus pela vida de Martin Luther King Jr e por ter colocado o sonho da justiça e esperança em seu coração. A história dele tem discipulado o meu coração em direção à cruz e ao amor de Deus.
  • Jacira Monteiro é autora de O Estigma da Cor. Mestranda em Educação, Arte e História da Cultura (Mackenzie). Pós-graduanda em Teologia Bíblica e Exegética do NT (Faculdade Internacional Cidade Viva). @jacirapvm.

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